"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A saga das vítimas e testemunhas – por Jorge Lordello.

Muitos operadores do direito tratam (na gíria) as pessoas que podem colaborar para elucidação de um delito como “tristemunhas”, pois, muitas vezes, numa pressão terrível, ao prestar depoimentos, na polícia e em audiências no fórum, ficam frente a frente com perigosos bandidos. Com receio de represálias, muitas vítimas e testemunhas preferem dizer que não se recordam ou que não reconhecem os acusados. Em virtude desse tipo de atitude, muitos réus culpados são libertados e grande parte deles volta a cometer crimes, apostando na impunidade. Tanto é verdade, que diversos juristas chamam a prova testemunhal de “prostituta das provas”. O escritor Afonso de Carvalho menciona que “a testemunha que depõe em juízo realiza uma destas hipóteses: ou quer dizer a verdade e acerta; ou quer dizê-la e se engana; ou é indiferente, não tem intenção de mentir, mas também não se importa que acerte ou erre; ou, enfim, quer enganar”. Se, porventura, qualquer vítima ou testemunha for coagida ou exposta a grave ameaça, em razão de colaborar com investigação ou processo criminal, deve se socorrer da lei 9.807/99 e procurar imediatamente o Delegado de Polícia que conduz a investigação, o representante do Ministério Público ou o Juiz responsável pela instrução criminal e solicitar inclusão no “Programa de Proteção”, criado pela citada legislação federal. Dependendo da gravidade das ameaças, a vítima poderá ter escolta policial, transferência de residência, ajuda financeira, apoio psicológico e até alteração do nome para despistar seus algozes.
Dr. Jorge Lordello  

segunda-feira, 25 de abril de 2011

QUEM É SEGADAS VIANNA?

Jornalista, Cientista Político e Consultor Político,  atua como consultor de campanhas eleitorais desde 1978 e além de colaborador de colunas políticas importantes, tem artigos publicados nos grandes jornais do Rio, como o caderno de Idéias do JB. "Edita o Blog Falando a Verdade!(http://falandoaverdadecomsegadasvianna.wordpress.com)  entre vários outros veículos de informação, voltado para a área de segurança pública"

 ALGUNS ARTIGOS:

A Luta Armada no Brasil

Procuramos aqui dar um pequeno painel sobre o que acontece em termos de luta armada no país. Recordamos que este mesmo artigo foi publicado por nós no antigo Caderno Especial do VoteBrasil. Quem não leu tem a chance de reler agora.

Quando nos dispusemos a escrever sobre luta armada no Brasil logo nos vieram à mente coisas como a luta dos escravos pela liberdade, as diversas revoluções armadas que tivemos e a história oficial minimiza ou abranda, o golpe de 64 ou a Redentora para outros, os diversos movimentos da esquerda revolucionária em 68 e aí descobrimos que não estávamos dispostos a escrever sobre o passado da luta armada e sim sobre o presente.

E aí logo nos perguntam, mas ainda existe luta armada no Brasil de hoje ?

A resposta nos vem rápida e segura. Existe sim e em diversas frentes e modalidades e por quase todo o país.

Começando na área política podemos falar dos conflitos entre fazendeiros e sem-terras, que capitaneado por lideranças comunistas revolucionárias partiram para o confronto direto e armado, com seus acampamentos batizados com nomes da revolução cubana e decorados com posters de Che Guevara e Karl Marx.

Os fazendeiros, principalmente no Sul do país montaram, para se defenderem, milícias muito bem armadas que percorrem, até mesmo uniformizadas e encapuzadas as terras das fazendas, principalmente durante a noite, horário preferido dos sem-terras. Essas milícias que atuam em grupos pequenos ou de maior número de integrantes atuam à pé em postos fixos nas fazendas ou patrulhando as cercas à cavalo. Utilizam armamento de defesa pessoal como revólveres cal. 38 e cal. 45 e armas ofensivas como pistolas cal. 9mm, espingardas cal. 12 e rifles de assalto AR-15 ou espingardas cal. 44. Em sua maioria integradas por pistoleiros profissionais, ex-policiais ou policiais licenciados ou de folga elas possuem maior poder de fogo, com as armas trazidas por contrabandistas do Paraguai e de Miami e melhor preparação para o combate do que os sem-terra, mas como não possuem respaldo legal ou político muitas vezes se esquivam do combate direto, preferindo ações de dissuasão.

Já os sem-terra, principalmente grupos à esquerda do MST ( existem sim !), dispõe de campos de treinamento de guerrilha no interior do país, com práticas de guerra semelhantes aos vietcongs, os cubanos e os chineses. Possuem um armamento bem menos sofisticado variando de revólveres cal. 38 a espingardas cal. 12 e cal. 44 até facões e foices. Compensam a falta de profissionalismo militar com o treinamento político comunista que lhes incute a idéia de que sua luta é justa e a vitória pode tardar , mas virá. Além disso, ainda contam com a simpatia de grande parte da população menos esclarecida que considera os sem-terras grupos de pobres coitados que vagam pelo país em busca de um pedacinho de terra para plantar e viver.

Os enfrentamentos de maior monta são constante e a morte de 19 sem-terra no centro-oeste do país num combate com policiais militares, obviamente desfavorável para os sem-terra, mal armados, mas nem por isso menos provocativos ou atrevidos e a tortura e morte de policiais militares do serviço secreto da PM no Nordeste praticados por sem-terras demonstra o grau que esse conflito atingiu envolvendo agora forças para-militares organizadas e não apenas pistoleiros de ambos os lados.

No campo político ainda existem também boatos não confirmados que pequenos grupos de ultra -esquerda mantém sítios e pequenas fazendas para treinamento de prática de guerrilhas, mas esses grupos se possuem armamentos, esses são desprezíveis e conta que até espingardas de ar-comprimido, a popular espingarda de chumbinho, são utilizadas nesses treinamentos, porém de qualquer forma esses grupos mantém sua ala "militar" ativa de alguma forma.

No Norte do país, na Amazônia semi-ocupada, a relação , ainda no campo político da luta armada, se dá entre os grupos de ultra-esquerda de sem-terras e grupamentos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARCs. Nesse ponto essa relação que envolve tanto treinamento militar como empatia política e contrabando de armas e drogas a coisa começa a servir de ponte para um outro eixo da luta armada no país, o da criminalidade organizada.

Em São Paulo continua forte e atuante o primeiro Comando da Capital, o temido PCC responsável por execução de juizes, tráfico de drogas, assaltos , esquemas de fuga nas cadeias e controle da totalidade da massa do sistema prisional paulista. Hoje o PCC é uma estrutura organizada e militarmente muito bem armada , que conduz de forma violenta suas ações contra a sociedade legal, obviamente com intuito de crescimento financeiro pessoal de seus membros e de sua organização criminosa. Hoje o PCC já estabeleceu laços bem sólidos com a facção criminosa carioca denominada Comando Vermelho sobre a qual, entre outras, iremos falar a seguir.

No Rio de Janeiro a situação é muitíssimo mais grave.

Várias facções criminosas altamente organizadas estão atuando. Seus chefes lêem a Arte da Guerra de Sun-Tzu, recebem assessoria das FARCs e de ex- guerrilheiros da direita angolana refugiados no Rio de Janeiro e mantém estruturas armadas altamente organizadas, muitas vezes treinadas por militares ou ex-militares brasileiros também.

Essas estruturas, por grupos ou áreas determinadas chegam a reunir várias centenas de homens em armas permanentemente. Os principais grupos criminosos organizados e que mantém estruturas para militares atuando no Rio de janeiro são o Comando Vermelho, hoje denominado Comando Vermelho Rogério Lemgruber, o CV-RL , que leva o nome do fundador do Comando Vermelho, o assaltante de bancos Rogério Lemgruber, também conhecido por "Bagulhão" e dentro da estrutura original do CV como "General". O Comando Vermelho Rogério Lemgruber é hoje o grupo criminoso organizado e armado mais poderoso do Rio de Janeiro, dominando a maior parte das áreas carentes da cidade. Atualmente há uma sub-divisão do CV-RL que se denomina Comando Vermelho Jovem, que como o nome diz é formado principalmente por jovens criminosos, extremamente aguerridos e agressivos que contestam a lideranças tradicionais do CV que hoje estão encarceradas. O CV-RL e o CV-Jovem devem reunir em torno de 10 mil homens armados fortemente nas favelas em que atuam. Seu principal armamento são as pistolas cal. 9mm, 40; submetralhadoras israelenses UZI e as brasileiras URU e os fuzis de assalto AR-15, Rugger cal. 223, FAL cal.7.62, SigSauer e G-3, além de granadas de efeito moral e de ataque e metralhadoras antiaéreas ponto 30 e ponto 50; sendo que algumas até mesmo dispõem de bazucas e lança-rojões, mas que poucos sabem utilizar realmente. Outro grupo muito bem armado, treinado e estruturado é o denominado Amigos dos Amigos, o ADA. Formado além de por criminosos por policiais militares expulsos ou que ainda estão na ativa o ADA domina boa parte da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, principalmente, e mantém cerca de 5 mil homens em armas permanentemente. O ADA perdeu muito de seu poder após uma rebelião no sistema prisional comandada pelo CV-RL que dizimou a maior parte das lideranças antigas do ADA. O armamento que o ADA conta é similar ao que conta o CV-RL e o CV-Jovem.

Um terceiro grupo surgido no Rio de Janeiro e hoje também muito poderoso por sua extrema agressividade é o denominado Terceiro Comando. Surgido de uma dissidência do Comando Vermelho o TC apesar de ser um grupo minoritário reunindo cerca de 3 mil homens em armas permanentemente é extremamente agressivo na manutenção de seus domínios e na obtenção de novas áreas de atuação. Dele, o TC, surgiu uma sub-divisão, mais radical ainda, denominada Terceiro Comando Puro, o TCP. Seu armamento, do TC e do TCP, é similar ao armamento dos outros grupos, sendo que um dos grandes abastecedores de armas e munição do Rio de Janeiro, o traficante conhecido pelo vulgo de Robinho Pinga, é membro do TC e em poder de seu grupo já foram até encontradas dezenas de minas terrestres. Esses grupos promovem ações de um misto de banditismo e terrorismo na área do Grande Rio de Janeiro, promovendo blitzes pelas ruas para roubar pessoas ou caçar policiais e queimam ônibus até mesmo com passageiros em seu interior e realizam verdadeiras guerras urbanas para dominar suas áreas de atuação ou conquistar novas áreas. Essas guerras com enfrentamentos à luz do dia, vítimas civis inocentes e pouca interferência da polícia chegam a durar até semanas e delas resultam dezenas de mortos vítimas de balas ou de torturas.

Caso todas essas facções armadas se unissem teríamos um grupo armado e organizado bem maior que as forças policiais do Rio em atividade direta de enfrentamento à criminalidade.

Já no Norte do país, na Amazônia semi-ocupada temos grupos de milícias apoiando madeireiros, garimpeiros e invasores de latifúndios, além de campos de treinamento e esconderijo das FARCs e do peruano Sendero Luminoso.

No Sul do país, na chamada Tríplice Fronteira, Brasil-Paraguai e Argentina, há fortíssimas evidências da existência de bases ativas da Al-Qaeda e de outros grupos palestinos como o Hammás, sendo que a maioria dessas bases destina-se a abrigar militantes "queimados" em suas áreas de ação e à obtenção de fundos para suas atividades. No Nordeste , no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são as milícias dos plantadores de maconha que dominam as pequenas cidades e suas vias de acesso

A luta armada "oficial" no Brasil de hoje é uma realidade incontestável. As forças policiais estaduais e federais são insuficientes tanto em termos de pessoal como de armamentos para enfrentá-la e ou as autoridades federais resolver colocar o problema como uma questão de segurança nacional ou em breve nem as Forças Armadas com seus efetivos profissionais serão capazes de enfrentá-la. Fica mais fácil para os governos estaduais e o governo federal minimizar o problema, pois temem receberem a chancela oficial da incompetência ao assumirem de fato a grandiosidade e a gravidade do problema.

Esse é quadro da luta armada no Brasil do Lula, que reconheçamos não começou agora, mas vem se agravando nos últimos quatro anos embalado pelo espírito "bolivariano" de parte do PT e de integrantes do governo. O Movimento dos Sem Terra , desdobrado em vários braços, oriundos de suas dissidências, vem à cena com a turma de bandidos, de facínoras do Movimento La Campesina ( A Camponesa, em português) destruindo patrimônio particular, agredindo pequenos fazendeiros e portando armas de calibre médio para garantir suas ações. A turma do La Campesina não esconde suas origens "revolucionárias" e seu desejo de transformar através da "revolução permanente" o regime político brasileiro.

Os braços dissidentes do MST criaram pequenos "exércitos revolucionários" e através das ações desses "exércitos" procuram criar o caos e ganhar, principalmente, notoriedade através de suas ações.

Não há a menor dúvida que as diversas organizações que hoje atuam na área do chamado " movimento dos sem-terra" apostam forte na transformação violenta do Estado e disputam a primazia de realizar essa transformação que eles acreditam que pode acontecer.

Já na área do tráfico de entorpecentes a nação se inquieta, se revolta e se indigna com o documentário exibido ontem pela Rede Globo, denominado "Falcões, os Meninos do Tráfico".

Não dá mais para esconder, pois a "chancela" oficial da Globo faz com que a verdade seja estampada em larga escala, que é toda uma geração de uma classe social que se encontra engajada na luta armada contra a sociedade legal.

Em determinado momento um desses "falcões" chega a admitir que eles não fazem parte da sociedade organizada, que eles são o nada (sic.) , mas que esse nada vai se fazer ouvir enquanto sociedade do morro. As armas portadas pelos integrantes do tráfico de entorpecentes não deixa a menor dúvida quanto à existência de uma verdadeira luta armada no país.

E impressionou ainda , de forma quase escandalosa, a parte final do documentário em que se mostra que já há uma terceira geração se preparando para assumir o tráfico através de suas "inocentes" brincadeiras.

Os"falcões" são o retrato do Brasil em armas sem uma orientação política. São o retrato da guerra civil que pode se dizer que já existe entre a sociedade legal e organizada e a sociedade que existe na ilegalidade, nos subterrâneos da cidade partida brasileira.

As organizações armadas do tráfico de entorpecentes já se espalharam por todo o país e seu poder de influência e seu raio de ação já fugiu do Sudeste para se espalhar pelo país de ponta a ponta.

Finalmente , para encerrarmos essa questão da luta armada no Brasil contemporâneo, podemos falar da completa omissão do governo federal que não mobiliza de forma nenhuma de maneira efetiva suas tropas profissionais para combater esses "exércitos" clandestinos.

Quando sabemos que somente a mobilização efetiva de tropas especializadas como a Polícia do Exército, os Fuzileiros Navais, os Batalhões de Guardas, os Batalhões de Selva poderiam começar a dar um fim nessa situação dramática pela qual o país atravessa e vemos que nada é feito realmente nesse sentido começamos a pensar aonde poderia de fato nascer o final das lutas armadas no Brasil contemporâneo, o Brasil do Lula. A luta armada, quase uma guerra civil, que ocorre entre a sociedade legal e o crime organizado no Rio de Janeiro tem vários financiadores que não os usuários de drogas como tenta impingir a propaganda oficial e da ONG Parceria Contra as Drogas.

Não é de hoje que se afirma nos bastidores da Polícia, do Judiciário e do jornalismo policial investigativo que os grandes contraventores cariocas estão por detrás do financiamento do tráfico de drogas e do contrabando de armas. Há quem afirme até que estas áreas estariam divididas entre os grandes "bicheiros" cabendo a cada um uma fatia desse bolo criminoso.

Não sabemos até onde vai a verdade nesta afirmação, mas podemos afirmar com a mais absoluta certeza de que um dos grandes "bicheiros" cariocas, o mais jovem deles, já morto, financiava a compra de drogas e armas nas favelas da Zona Sul dominadas pela facção criminosa Comando Vermelho Jovem. Este contraventor chegava, quando vivo, a manter em seu escritório particular num bairro chique da Zona Sul carioca um mapa onde marcava com alfinetes coloridos os morros que eram "seus". Esse financiamento, também segundo se comenta nos bastidores, foi o que ocasionou seu assassinato bem provavelmente a mando do traficante, também já morto, líder da facção criminosa Terceiro Comando conhecido pelo vulgo de "Gangan".Dias após o assassinato do contraventor, "Gangan" que era procurado há meses pela polícia carioca, foi "encontrado", "resistiu" e foi morto por uma equipe de dez policiais comandados por dois Delegados de Polícia.

A contravenção carioca , que perdeu bastante espaço para seu principal concorrente na área dos jogos, o governo federal, já a algum tempo vem desviando suas ações para outras atividades criminosas. No Rio não há uma "máquina caça-níqueis" que funcione em bares ou em bingos sem que se pague uma "taxa" ao contraventor "dono" da área. Essa situação aliás movimenta no Rio a maior guerra dos últimos tempos na contravenção e os dois contraventores que disputam a primazia pelo controle do jogo na Zona Oeste carioca lideram cada um pequenos esquadrões compostos por cerca de 40 homens muito bem armados, sendo a maioria ex-policiais, bombeiros e agentes penitenciários, além de policias corruptos da ativa e as mortes se sucedem nessa disputa.

A luta armada, quase guerra civil, que ocorre no Rio de Janeiro tem financiadores bem visíveis, além dos usuários de drogas.

Só falta a Polícia Federal e ao Ministério Público Federal,que dispõem de maior independência, investigar a fundo a origem do dinheiro que financia essa guerra.

Será que falta coragem ou falta determinação superior ?

O certo é que enquanto isso não for investigado a fundo sempre irá pairar sobre algumas instituições, principalmente as policiais estaduais e federal, a forte suspeita de que existe algum interesse escuso protegendo os financiadores desta guerra.

Opinião do Jornalista Segadas Vianna sobre a recente corrupção policial no Rio de Janeiro

Policiais cometendo crimes não me surpreende. Qualquer pessoa pode optar por ser um criminoso, ainda mais quem trabalha e acaba vivendo com tanta proximidade de atividades criminosas altamente lucrativas. Em um país onde , como dizia Ruy Barbosa, "a desonestidade é tanta que dá vergonha de ser honesto" os maus exemplos se estendem lá de cima até nossas polícias.

Opinião do Jornalista Segadas Vianna sobre a recente corrupção policial no Rio de Janeiro



Meu primeiro sentimento é de constrangimento envergonhado. Não pelos policiais presos , pois ninguém é perfeito, muito menos o ser humano e pessoas em todas as áreas profissionais e sociais a qualquer momento passam de insuspeitas e até renomadas a perpetradores de crimes e atos bárbaros. O constrangimento e a vergonha vem pelas duas Polícias, a PM e a PCERJ, duas forças policiais com heróis abnegados em seu meio e que a duras penas e com salários quase miseráveis vinham conquistando o apoio opular e sua autoestima.

Policiais cometendo crimes não me surpreende. Qualquer pessoa pode optar por ser um criminoso, ainda mais quem trabalha e acaba vivendo com tanta proximidade de atividades criminosas altamente lucrativas. Em um país onde , como dizia Ruy Barbosa, "a desonestidade é tanta que dá vergonha de ser honesto" os maus exemplos se estendem lá de cima até nossas polícias.

Foram cometidos sérios erros de percurso em alguns pontos desta história. Um Delegado sai da posição de destaque na máquina administrativa da área de segurança e ordem pública no Estado e no município, além de meio endeusado por parte da imprensa, para a condição de preso e como declarou um Delegado da PF existem situações muito sérias o envolvendo. O que teria motivado a "Rádio Corredor" não ser ouvida, pois certamente ela já trombeteava há muito tempo o que acontecia e ainda não havia vindo à público?

Sérios e incalculáveis danos foram causados à boa imagem dos policiais corretos e heróis e às suas corporações e instituições, à boa macropolítica de segurança pública que vinha sendo implementada com sucesso e voltamos à estaca zero em termos de opinião pública que sempre falou: "polícia é tudo ladrão", "todo policial é corrupto"" e por aí vai. Errados ou não, uma situação destas só avaliza seu discurso generalista.

Tudo passa,tudo cansa, dizem os franceses e certamente também essa situação seguirá seu curso normal, ou seja, alguns presos serão condenados, expulsos de suas forças e pagarão por seus crimes. Outros , por falta de provas cabais ou quaisquer outras situações serão inocentados e seguirão suas vidas mas sempre com a "marca no pescoço deixada pela guilhotina". E muitos ainda continuam acreditando que vale a pena continuar no desvio. E como disse o secretário Beltrame isso é antigo por aqui mesmo. Na década de 90 ouvi de um policial que o que se dizia sobre uma determinada especializada era o seguinte: Quer ficar rico rápido? Pede para ser lotado lá e leva só duas coisas: um colchão e um saco vazio. E ao perguntar para que estas duas coisas ouvi o seguinte: O colchão para ficar 24 h e dormir dentro da especializada só fazendo levantamento" . E o saco vazio, perguntei: resposta rápida: para encher de dinheiro.. . E em outras forças a situação se repete. Seja aqui no Rio, seja em outros estados e até em outros países onde as polícias recebem altos salários.

Nossa esperança? A de que um dia , silenciosamente, os guerreiros e combatentes das duas polícias "sufoquem" essa galerinha de vagabundos travestidos de policiais.
E ponto.

Segadas Vianna

'Guerra suja' na polícia civil do Rio

'Guerra suja' na polícia civil do Rio faz com que acusações sem consistencia sejam divulgadas de forma irresponsável

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'Guerra suja' na polícia civil do Rio
Hoje no RJ TV da Rede Globo o Chefe da Polícia Civil, Delegado Alan Turnowsky, que vem sofrendo forte oposição dentro da própria estrutura da PCERJ fez acusações, por enquanto sem nenhuma comprovação legal ou jurídica, que a Prefeitura de Rio das Ostras estaria supostamente envolvida em propinas pagas a agentes da DRACO.

Certamente, conforme informou o deputado federal Anthony Garotinho em seu blog, o que aconteceu estava previsto: para se fazer uma cortina de fumaça para se tentar diminuir os efeitos das ações criminosas de membros da DRAE e de PMs adidos à delegacias, se 'jogaria lama no ventilador'.

Contatamos a área de Comunicação da Prefeitura que nos disse que em breve a Prefeitura vai emitir uma nota oficial sobre o assunto.

Desde já, entretanto, reafirmamos nossa fé e nossa confiança na administração ímpar da administração riostrense e temos a certeza de que dessa 'guerra suja' a verdade emergirá e poderá se ver a origem maldosa dessas informações.

O Procurador da Prefeitura, Dr. Renato Vasconcelos falou conosco e garantiu a inverdade das acusações e nos disse que todas as notificações emitidas seja pela polícia civil, sejam por quaisquer órgãos públicos sempre foram respondidas imediatamente e de forma oficial.

Segadas Vianna


Segadas Vianna: Heroísmo que deve ser valorizado

Rio - A tragédia da Região Serrana deixou a descoberto muito além da tremenda destruição, da imensa dor da perda de vidas e bens e da incompetência dos governos na prevenção. Trouxe também à tona o heroísmo, o espírito de desprendimento, o valor pessoal e coletivo de nossos policiais, civis e militares, e nossos bombeiros. 

Eles não são apenas heróis porque trabalharam incansavelmente nas tarefas de resgate, de fornecimento de suprimento e de proteção ao patrimônio dos flagelados. São heróis porque, mesmo ganhando como salário-base um valor em torno de dois mínimos, não demonstraram desestímulo em trabalhar arriscando as próprias vidas, sem descanso sequer, para cumprir o dever.

Hoje, durante a vivência imediata da tragédia e suas consequências, todos certamente reconhecem o valor destes profissionais. Porém , como em quase todas as situações pelas quais já atravessamos, o tempo é implacável para apagar da memória da grande massa as tragédias. Daqui a algum tempo restará apenas a dor dos que tudo ou quase tudo perderam, e policiais e bombeiros voltarão a ser vistos através de uma ótica perversa que estabeleceu para eles o paradigma da incompetência e da violência, no caso dos policiais, e da inépcia e ineficiência no caso dos bombeiros.

Eu não gosto da palavra inveja, mas é com uma ponta dela que assisto a como, em outros países, principalmente nos EUA, se valorizam e se reverenciam os heróis de suas polícias e bombeiros. O primeiro passo para isso já foi dado com os aplausos populares à tomada do Alemão. Cabe agora ao poder público agir concretamente para fortalecer esse espírito valorizando publicamente, não só em declarações como também na área pecuniária, o valor de cada policial e bombeiro que no momento em que escrevo está lá no meio dos escombros buscando por um suspiro de vida a salvar.
Segadas Vianna é jornalista e Consultor de Políticas Públicas

O crack só serve para três coisas...

Dependente de crack é um perigo para si próprio, para sua família e para toda a sociedade. Dependente de crack precisa de internação coercitiva caso seja necessário. Dependente de crack não é 'coitadinho' ou 'vítima da sociedade'...


O crack só serve para três coisas: a primeira destruir o usuário e sua família. A segunda, enriquecer os traficantes. E a terceira? Esta é a mais tragicômica delas. Serve para rechear discursos dos nossos governantes de lindas frases e de belas e inócuas intenções.

É inadimissível que a sociedade continue a conviver e a tolerar com a maior naturalidade a existência de algo como a cracolândia do centro da cidade de São Paulo. É inadimissível que toda uma geração de brasileiros esteja perdendo a vida e neste processo perdendo também o mínimo de dignidade na fumaça das latinhas, dos cachimbos, dos copinhos usados para se fumar crack. É inadimissível que as famílias humildes não tenham clínicas e centros de internação de qualidade em quantidade suficiente. E não me venham com essa história de CAPS e coisas semelhantes.

Dependente de crack é um perigo para si próprio, para sua família e para toda a sociedade. Dependente de crack precisa de internação coercitiva caso seja necessário. Dependente de crack não é 'coitadinho' ou 'vítima da sociedade'. Ele é uma pessoa que porta uma doença avassaladora, que é a dependência química e a dependência de uma droga que leva ao cometimento de crimes violentos. A sociedade é hipócrita e só se mobiliza com relação ao crack quando se vê assaltada, agredida, violentada por um usuário da droga.

A sociedade é hipócrita e só se mobiliza quando alguém famoso ou um filho das classes A ou B se ve envolvido em sérios problemas pelo uso de crack. caso contrário, a sociedade transforma os crackeiros em ' pessoas invisíveis'. E enquanto isso as famílias vão se destruindo, o país vai perdendo uma geração que poderia ser produtiva.

Para os governantes e legisladores 'é bonito' falar do crack do alto de uma tribuna ou sentado à uma grande mesa, de preferencia com mais de trinta cadeiras ocupadas por pessoas imponentes carregando seus títulos imponentes. Crie-se uma comissão, gritará algum. Destine-se verba para isso ou aquilo, gritará outro.Vamos acabar com o crack, gritarão todos.

E no final, tudo acaba como o carnaval na quarta feira. literalmente em cinzas. Só que estas cinzas são as dos cachimbos de crack. Estas cinzas são as dos milhões de usuários que morrem sem atendimento ou vítimas de atos violentos por dívidas ou discussões por causa do crack. nem os criminosos gostam do crack. O PCC, facção que domina o sistema carcerário paulista, já determinou: crack na cadeia nem se vende nem se fuma. Quem desrespeita, morre.

Só as famílias desesperadas sabem o inferno instaurado em suas vidas pelo crack. Só os usuários sabem o quanto dói se verem em uma situação de total degradação e não conseguirem sair dela. O crack é um carrasco implacável.

E aquela história que 'o usuário de crack morre em um ano' é pura balela. Ele pode viver fumando crack, se não ocorrer uma morte trágica por overdose ou por ato violento, até mais de dez anos. Só que neste tempo ele vai destruindo tudo ao seu redor. Nesse tempo ele vai transformando outros em usuários para conseguir seu suprimento de crack. Nesse tempo ele vai talvez matar e roubar para conseguir crack.

Os governantes e legisladores que hoje gritam 'Nós somos contra o crack!' são os mesmos que tempos atrás fechavam os olhos e diziam entre sussuros que o crack 'era droga de mendigo e de meninos de rua'. Só uma coisa pode modificar essa situação. Só uma coisa pode reverter este quadro. E aí temos que nos render aos nossos irmãozinhos lá da América do Norte que atravessaram uma devastadora epidemia de crack nos anos 80.

Temos que seguir seu exemplo e encher as caixas de e-mails dos governantes e legisladores com protestos e sugestões para que se reduza drásticamente este quadro de descalabro com relação aoc rack e seu consumo. Exigir dos governantes e legisladores que nossas fronteiras terrestres e marítimas tenham um policiamento decente e eficaz. Exigir que em cada cidade, por mais longínqua que seja , haja um centro de internação para usuários de crack. Que isso se transforme em obrigação das prefeituras das cidades com mais de cem mil habitantes.

Ou então, como disse outro dia o Datena, vão saber o que é este inferno quando sentirem em suas casas o cheiro adocicado que o crack exala quando queimado. Quando verem seus familiares saindo porta afora levando seus eletrodomésticos para serm trocados por crack. Ou quando seus familiares roubarem ou matarem alguém para conseguir mais crack.

Segadas Vianna