"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

Frases, poemas e mensagens no
http://pensador.uol.com.br


IDIOMA DESEJADO.

English French German Spain Italian Dutch
Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

MUITAS VIDAS PERDIDAS, MORTOS E PRESOS NAS MANIFESTAÇÕES: Elisa Quadros (SININHO) responde às acusações feitas por advogado.

"...Segundo
Rudolf Von Ihering, o fim do direito é a paz e o meio que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da
injustiça, ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: a luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos. Todos os direitos da humanidade foram conquistados pela luta, todo e qualquer direito, seja o direito de um povo seja o direito do indivíduo, só se afirma por uma disposição ininterrupta para a luta.

O direito é um trabalho sem tréguas, não só do poder Público, mas de toda a população. Assim, a vida de um homem é a guerra, a de outro, a paz. E a diversidade da distribuição subjetiva das duas facetas do direito produz nos povos a mesma ilusão que nos indivíduos. Ocorre, porém, que ao gozo e à paz desfrutada por um indivíduo correspondem o trabalho e a luta do outro e a paz sem luta e o gozo sem trabalho pertence aos tempos do paraíso..."


"...A IMPRENSA TRADICIONAL TRANSFORMA LAMPIÃO EM HERÓI E SININHO EM VILÃ..." (Sininho).




AS MASCARAS VÃO APARECENDO ,Vereadores e delegados aparecem em lista de doadores dos Black Blocs



Autoridades são citadas em contabilidade de ato organizado pelo grupo da militante Elisa Quadros, a Sininho, ligada aos Black Blocs do Rio de Janeiro

Gabriel Castro, de Brasília, e Pâmela Oliveira, do Rio
Ativista Sininho é cercada por jornalistas na chegada à 17ª DP, no Rio
CONTADORA – Ativista Sininho na porta do 17ª DP, no Rio. Planilhas mostram que ela era uma das responsáveis pela contabilidade dos Black Blocs (Gabriel de Paiva/Agência O Globo)
Uma planilha obtida  revela, pela primeira vez, nomes de políticos e autoridades do Rio de Janeiro que doaram dinheiro ao grupo Black Bloc, responsável por protagonizar cenas de depredação e vandalismo em manifestações pelo país. A lista cita dois vereadores do PSOL, um delegado de polícia e um juiz.




O repasse de dinheiro por políticos e autoridades não configura ilegalidade. Porém, as doações são um caminho para identificar o elo entre políticos e os mascarados que aparecem na linha de frente quando os protestos degeneram em tumulto e confusão. Um dos mais recentes chegou ao extremo de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade.
A contabilidade da planilha .com teve acesso se refere a um ato realizado pelo grupo no dia 24 de dezembro, batizado "Mais amor, menos capital". A manifestação – convocada como um ato cultural – não terminou em vandalismo, como outras organizadas pelo mesmo grupo. Mas a lista de doadores sugere ligações entre autoridades e militantes. A tabela foi repassada por Elisa Quadros, conhecida como Sininho, em um grupo fechado do Facebook.

Neste documento, aparecem os nomes dos vereadores Jefferson Moura (PSOL) e Renato Cinco (PSOL), apontados como doadores de 400 reais e 300 reais, respectivamente. O juiz João Damasceno aparece como doador de 100 reais, e o delegado Orlando Zaccone, de 200 reais.
Damasceno é um antigo apoiador das manifestações de rua. Ele chegou a gravar um vídeo em apoio aos protestos, apesar da violência causada pelo grupo que se veste de preto e promove depredações. O delegado Orlando Zaccone tem um perfil pouco convencional para delegados, e é conhecido crítico da atuação da própria polícia.
Na planilha, além de Sininho, outros nomes aparecem como arrecadadores: Paula, Rosi, Julinho e Pâmela. Também há menções de colaborações do grupo cracker Anonymous, que divulga manifestações na internet e invade sites. 
Quando as menções a doações de vereadores começaram a surgir nas redes sociais, Sininho se irritou. "Eles deram dinheiro, sim, e não foi nenhum segredo, teve reuniões e isso foi discutido e questionado", escreveu ela no Facebook. "Eles doaram como civis e não políticos."


Mais um detalhe: a discussão ocorreu na página do Facebook chamada de "Censura Negada". Um dos administradores das postagens é identificado no mundo virtual como Dik ou Dikvigari Vignole. O nome dele no mundo real: Caio Silva de Souza. É o jovem que disparou o rojão que matou o cinegrafista Santiago Andrade.
Respostas – A assessoria de Jefferson Moura admitiu que a doação mencionada na planilha partiu de funcionários do gabinete do parlamentar – e que o vereador já estava de recesso quando os militantes pediram as doações. Mas informou que o parlamentar provavelmente doaria o dinheiro se estivesse presente.
O delegado Zaccone confirmou ao site de VEJA ter doado 200 reais. Ele disse ter recebido um telefonema de Sininho, até então uma desconhecida para ele, propondo que participasse de um debate no evento “Ceia dos Excluídos”, em 23 de dezembro do ano passado. Como delegado de polícia, ele deveria apresentar sua visão sobre direito de manifestação, Copa do Mundo e cerceamento de liberdade. Segundo ele, advogados e representantes de movimentos sociais integravam o grupo. “Achei interessante falar na Cinelândia. Já dei palestras em universidades e me interesso pelo tema”, disse.
“Fiz  a doação para um evento cultural e vi para o que estava doando. Quando a Sininho ligou, explicou que estava buscando aproximação com instituições e pessoas que não visse o movimento com olhar criminalizante. A doação foi para o ‘Ocupa Câmara’, não foi para o Black Bloc. Não tenho nada a omitir em relação a isso. A Constituição garante o direito de se fazer tudo que não é proibido em lei. E, no Brasil não é proibido fazer doação para evento com distribuição de alimento”, afirmou. “Sou policial. Como vou financiar ou contribuir com pessoas que entram em conflito com policiais?", disse.
O juiz Damasceno negou ter contribuído financeiramente "para qualquer manifestação ou entidade da sociedade civil que as convoque".

A assessoria do vereador Renato Cinco informou que está fora do Rio e não foi localizado.
Troca de mensagens no Facebook

Black bloc “Sininho” é hostilizada ao tentar entrar em ônibus

Black bloc “Sininho” é hostilizada ao tentar entrar em ônibus

A ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, sentiu na própria pele a reação contrária da população às manifestações violentas que voltaram a tomar conta do Rio de Janeiro nos últimos dias. Ao deixar a 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) nesta terça-feira, ela fez sinal para um ônibus no ponto mais próximo, mas o motorista do coletivo se recusou a parar. O condutor não quis contrariar um grupo que, de dentro do coletivo, gritou: "Aqui você não entra".

"Chega de hipocrisia", gritaram alguns dos passageiros da linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah), depois de vê-la vestida com uma camiseta com os dizeres "Favela não se cala". A agora famosa black bloc também foi chamada de assassina por um homem que passava pela rua, e precisou ser contido por um policial militar. Assustada, ela chegou a pedir até o auxílio de um profissional da imprensa que seu grupo tanto critica.

Sininho foi à delegacia prestar depoimento a respeito de uma oferta supostamente feita por ela em nome do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ao advogado de Fábio Raposo, preso sob a acusação de ter repassado o rojão que atingiu a cabeça de Andrade. O estagiário do defensor Jonas Tadeu Nunes afirma ter recebido uma ligação dela dizendo que os advogados do parlamentar poderiam auxiliar na defesa de Raposo.

Elisa chegou para depor às14h e saiu da delegacia por volta das 16h30. Ela se recusou a falar com a imprensa, apenas negou conhecer Caio Silva de Souza, suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista. Souza teve a prisão decretada pela Justiça no início da madrugada desta terça e já foi procurado pela polícia em sua casa, no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e no Hospital Rocha Faria, na Zona Oeste da capital, onde trabalha como porteiro.

Sininho ficou famosa entre os black blocs por duas razões: ser destemida e bonita – quando não está com o rosto coberto. Recusou-se, justamente por isso, a dar entrevistas à ‘mídia tradicional’, basicamente incluídos nesse grupo todos os jornalistas de empresas de comunicação. Por não reconhecer imparcialidade, legitimidade e outras qualidades nesse grupo, no qual atuava o cinegrafista Santiago Andrade no momento em que foi atingido por um rojão na última quinta-feira, prefere falar com a imprensa “que não manipula”. Na véspera de prestar depoimento, e um dia depois de ter envolvido o nome do deputado Marcelo Freixo na confusão, ela gravou um depoimento sem cortes a um desses veículos. Falou por doze minutos ao jornal A Nova Democracia.

O depoimento está no YouTube. Sininho diz que toda a imprensa “manipula” e que “foca” nos black blocs, sem mostrar o resto das manifestações. Diz também não entender por que “a Globo não publica sua entrevista na íntegra”. “Não entendo o motivo dessa edição”, afirma, lançando a questão como um enigma. As duas perguntas ela mesma responde, mas não percebe. Sininho não deu entrevista à TV Globo – no vídeo exibido no Fantástico no domingo, ela olha para outra direção, ignorando a câmera da emissora. E o motivo da edição é evitar que o telespectador seja torturado por doze minutos de Sininho.



Revista Veja
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20140212162924&cat=policial&keys=black-bloc-sininho-hostilizada-ao-tentar-entrar-onibus




Sininho já havia falado sobre pagamento em manifestações em sua página do Facebook

  • Em post publicado em 19 de janeiro, ela diz que 'eles deram dinheiro sim, e não foi nenhum segredo'

Publicado: 
 
Atualizado: 

A ativista Elisa Quadros, a Sininho, na chegada à 17ª DP (São Cristóvão), para depor em 11/02 Foto: Gabriel de Paiva / O Globo

A ativista Elisa Quadros, a Sininho, na chegada à 17ª DP (São Cristóvão), para depor em 11/02 Gabriel de Paiva / O Globo
RIO - Quase um mês antes da declaração feita pelo advogado Jonas Tadeu, que defende os acusados de envolvimento no lançamento do rojão que matou um cinegrafista, de que os manifestantes receberiam R$ 150 para provocarem quebra-quebra em protesto no Rio, a ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, de 28 anos, conhecida como Sininho, já havia escrito sobre o assunto em seu perfil no Facebook. Em um post publicado no dia 19 de janeiro, na rede social, ela escreve "eles deram dinheiro sim, e não foi nenhum segredo, teve reuniões e isso foi discutido e questionado, inclusive a prestação de contas no grupo pra todos verem (sic)". A mensagem, que foi compartilhada 32 vezes e foi curtida por 101 pessoas, diz ainda que não há participação de políticos no que chama de 'evento', no entanto, afirma que "eles doaram como civis, não como políticos":
"Eu mesma coloquei a questão do dinheiro, se fosse tão traidor assim acha que eu realmente faria isso? (...) Não seria burra desse jeito, não me substimem (sic)", escreve a ativista, que diz ainda: "E por acaso o nome de algum politico foi falado em algum momento no evento? Não, eles doaram como civis e não politicos. Não teve políticos nesse evento, e foi incrível sem politicagem, as pessoas se divertiram, aprenderam, comeram e ganharam (sic)". (Veja a íntegra do post escrito por Sininho)
Foi a partir dos protestos de junho que a ativista passou a ser conhecida como Sininho.Em outubro, foi presa junto com outras 84 pessoas pela Polícia Militar nas escadarias da Câmara e acabou detida em uma das casas de custódia de Bangu. Na época, ela afirmou não trabalhar e apresentou dois endereços: um em Copacabana e outro no Rio Comprido. A polícia descobriu ainda que ela tem dois números de carteira de identidade. Ao deixar a prisão, gravou um outro vídeo junto com o namorado, o também ativista Game Over: “Fui presa arbitrariamente, meu processo foi arquivado, mas eu ainda estou sendo investigada”. Em dezembro, angariou fundos e foi até o Espírito Santo para prestar solidariedade às vítimas das enchentes.
Em 19 de janeiro, Sininho voltou a ser detida e levada à 5ª DP (Gomes Freire), sob acusação de ter chamado de “macaco” um policial militar durante uma discussão na Lapa. Ela foi autuada por desacato. No último fim de semana, esteve na 17ª DP (São Cristóvão) para prestar solidariedade a Fábio Raposo, preso pela explosão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes. Na última segunda-feira, chamou jornalistas de “carniceiros”. E arrumou mais confusão: foi acusada pelo advogado Jonas Nunes de ter afirmado que o deputado Marcelo Freixo (PSOL) estava ligado aos dois jovens que acionaram o rojão que atingiu e matou o cinegrafista. Ela nega. Sininho teve que prestar depoimento sobre o disse me disse e, ao deixar a delegacia, foi hostilizada por populares que a chamaram de “patricinha hipócrita”.
http://oglobo.globo.com/rio/sininho-ja-havia-falado-sobre-pagamento-em-manifestacoes-em-sua-pagina-do-facebook-11591996

A fadinha dos black blocs – “Sininho”, 28, não trabalha, tem dois endereços no Rio — um em Copacabana —, dois RGs, já chamou policial de “macaco” e foi presa duas vezes, acusada de formação de quadrilha

Sininho dois
“Sininho”, como vocês sabem, é o apelido, assim, chuca-chuca, “tinker bell”, de uma mulher de 28 anos chamadas Elisa de Quadros Pinto Sanzi (acima, em foto de Gabriel de Paiva, da Agência Globo). É aquela jovem sem ocupação conhecida — parece não precisar de emprego… — que se oferece, assim, para ser uma espécie de porta-voz, melhor amiga e relações-púbicas dos black blocs. A nossa imprensa a chama de “ativista” — o contrário, creio, deve ser “passivista”. Os pobres do Rio não simpatizam com ela, mas ela quer falar em nome deles. Ontem, tentou pegar um ônibus, mas os passageiros não permitiram a entrada da “patricinha hipócrita” (leia post na home), embora ela ostentasse a palavra “favela” na camiseta.
Leio o seguinte trecho em de Sérgio Ramalho e Rubem Berta, no Globo Online :
(…)
Sininho acumula fichas na polícia desde o início das manifestações, em junho do ano passado. A última delas aconteceu em 19 de janeiro, quando foi levada à 5ª DP (Mem de Sá) sob acusação de ter chamado de “macaco” um policial militar durante discussão na Lapa. Antes desse episódio, onde acabou indiciada por desacato e foi liberada, Sininho já havia sido presa outras duas vezes por formação de quadrilha.
A ativista é natural de Porto Alegre e afirmou, ao ser presa em 2013, que não trabalhava. Mesmo assim tem dois endereços no Rio: um em Copacabana e outro no Rio Comprido. A Polícia Civil também descobriu que a ativista possui duas carteiras de identidade, com números diferentes.
O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, teve morte cerebral anunciada nesta segunda-feira. Ele foi atingido na última quinta-feira por um rojão lançado por manifestantes durante um protesto no Centro. Foi o primeiro caso de morte entre jornalistas atacados durante os protestos que, desde junho de 2013, acontecem no Rio e em outras cidades do país.
Encerro
Deixo um conselho a Sininho: pare de cutucar o povo com a sua varinha curta.
Por Reinaldo Azevedo

domingo, 29 de dezembro de 2013

Vídeo: assista à revanche que marcou a grave lesão de Anderson Silva no UFC.





Fratura de Anderson Silva causa comoção e choque no Twitter



Anderson Silva fraturou perna em luta com Chris Weidman Foto: Reuters
Anderson Silva fraturou perna em luta com Chris Weidman
Foto: Reuters

Anderson Silva viu sua chance de retomar o cinturão dos médios se transformar em uma horrível fratura. O brasileiro acertou chute no joelho de Chris Weidman em luta neste sábado, pelo UFC 168, em Las Vegas, e sentiu sua canela dobrar no momento do contato. O duelo foi imediatamente interrompido, e o título seguiu com o americano.


A gravidade da fratura fez com que personalidades e anônimos fossem ao Twitter relatar seu espanto e prestar apoio ao lutador, que foi levado a um hospital próximo ao MGM Grand. Campeão do peso mosca, Demetrious Johnson afirmou estar "muito chateado pela luta terminar desse jeito".
Não foram só atletas que se entristeceram pela lesão de Anderson Silva. O cantor Justin Timberlake também se comoveu com a situação do brasileiro. "Esse replay em slow motion... Estou sem palavras", escreveu o astro.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

SNOWDEN QUER ASILO NO BRASIL

17 Dezembro 2013
Edward Snowden continua na Rússia. (foto: Divulgação)
Edward Snowden continua na Rússia. / (foto: Divulgação)
O ex-consultor de empresa que prestava serviços à Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos, Edward Snowden, quer asilo político do governo brasileiro. Por meio de uma campanha na internet que permite a assinatura de petições, Snowden pretende obter o apoio da população brasileira para vir ao país. Esta deverá ser a segunda vez que o ex-consultor pede asilo ao governo brasileiro. Quando as primeiras denúncias sobre espionagem dos Estados Unidos vieram à tona, Snowden pediu asilo político a 21 países, entre os quais o Brasil.
Na época, o governo negou o pedido. A concessão de asilo político é uma possibilidade prevista pela Constituição e é uma prerrogativa do Executivo, por meio do Ministério da Justiça.
"Se Snowden estivesse no Brasil, seria possível que ele pudesse fazer muito mais para ajudar o mundo a entender como a NSA e aliados estão invadindo a privacidade de pessoas no mundo todo, e como podemos nos proteger”, informa o texto da campanha na internet.
Esta semana, o ex-consultor enviou uma carta à senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), uma das relatoras da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Espionagem, no Senado, em que se dispõe a colaborar com o governo brasileiro caso haja "possibilidades legais" para tal. Hoje (17), a CPI se reúne para discutir o tema e a possibilidade do asilo brasileiro a Snowden está na pauta. Em julho, o assunto chegou a ser debatido na Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Senado. Por unanimidade, os parlamentares recomendaram a concessão de asilo ao ex-consultor.
Edward Snowden está atualmente na Rússia. O país lhe concedeu asilo temporário de um ano, prazo que expira em meados de 2014. As denúncias feitas por Snowden sobre as práticas de espionagem dos Estados Unidos causaram reações em vários países, entre os quais o Brasil. O tema chegou a ser discutido na ONU, para que sejam elaboradas normas internacionais com o objetivo de proteger dados na internet.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

PATRIMÔNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE

POR CARLOS NOBRE

Foto: A tradicional homenagem a Zumbi dos Palmares, hoje,  na Praça Onze, no Rio de Janeiro,  começou às seis horas da manhã, e se estendeu até o início da tarde, com  a apresentação de diversos grupos afro, na base do monumento.


Nossa proposta, era documentar os diversos eventos do Dia Nacional da Consciência Negra que iriam para acontecer no Rio de Janeiro, nas Zonas Sul, Centro e Norte, em 20 de novembro passado. 

Por volta das 11 horas, ontem, saímos dos eventos da base do Monumento de Zumbi dos Palmares, na Praça Onze, onde, ali, desde seis horas da manhã, assistimos a lavagem do monumento pelas mães-de-santo, apresentações de grupos artísticos, discursos de autoridades sobre ações afirmativas e outras milongas mais.

Estava bom, mas saímos dali, e pegamos a direção da Zona Sul, e Botafogo, pegamos o historiador Milton Mendonça Teixeira, um renomado expert em história da cidade do Rio de Janeiro.

- Onde a gente vai?- perguntou ele dentro do carro.

- Para o Valongo e Pedra do Sal, professor.

- Então, é comigo- respondeu ele preciso.

Chegamos ao Valongo.

Estranhamos.

Pensamos que íamos encontrar o local meio esvaziado, sem gente...deserto...as atividades negras geralmente não costumam a ser realizadas ali no Dia Nacional da Consciência Negra...essas coisas.

Qual o quê.

Havia gente ali...eram funcionários e negros selecionados pela empresa Porto Novo.

Esta empresa detém os maiores contratos de obras do Projeto Porto Maravilha da prefeitura do Rio de Janeiro, e vem se entrosando com as comunidades da Pequena África, ou seja, praticando a tal da “responsabilidade social”.

Qual era o projeto que a Porto Novo estava envolvida naquele momento?

A transformação do porto escravista do Valongo, na Saúde, como Patrimônio Mundial da Humanidade com a apoio do Comitê Científico do Projeto Rota dos Escravos da Unesco.

Mas era uma coisa muito grande...e porque não havia militantes de entidades negras presentes no ato?

Parece que nenhum grupo afro das redondezas foi chamado para isso.

Mas, ali, nós, vimos, as coisas acontecerem na nossa frente, no porto escravista do Valongo...vimos os funcionários da Porto Novo cobrir as placas sobre o evento com dois panos azuis.

Em seguida, a gente vê um grupo de negros/brancos, entrando dentro no que restou do porto.

Vimos um negão que nos chamou atenção.

Era ALI MOUSSA-IYE, chefe do Projeto Rota dos Escravos da Unesco.

Esse cara já tinha vindo ao Brasil algumas vezes, mas ali, no porto do Valongo, que acolheu cerca de 1 milhão de escravos, segundo o historiador Carlos Eugênio Líbano Soares, em sua trajetória, ele parecia muito feliz...olhava para as pedras que restaram do cais...

De repente, a cerimônia se realizou, a placa foi descoberta e houve palmas e discursos em louvor ao local se transformar em Patrimônio Mundial da Humanidade.

No entanto, espremidos, num canto, percebi a presença de amigos negros, no cerimonial de transformação do Valongo como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Eram Damião Braga, líder dos quilombos urbanos da Pedra do Sal; Dulce Vasconcelos, presidente do Comdedine ( Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro), e Marcelo Dias, Superintendente da Supir ( Superintendência Estadual de Promoção da Igualdade Racial).

Fizemos entrevista com eles.

Disseram, então, que não sabiam deste evento onde a Unesco fixou a uma placa colocando o Valongo como candidato potencial de Patrimônio Mundial da Humanidade.

Segundo consta, era o primeiro país do mundo onde a Rota dos Escravos da Unesco fixava uma placa reconhecendo o Valongo como roteiro genuíno da história africana da Diáspora.

Damião confessou que ficou sabendo por fora, e resolveu comparecer ao evento.

Sem mesmo ter sido convidado pela organização do encontro.

O mesmo disseram Dulce Vasconcelos, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos Negros (Comdedine), e Marcelo Dias, (Superintendente de Políticas Estaduais de Promoção da Igualdade Racial)

Ou seja, eles, embora fora oficialmente do evento, não deixaram de marcar presença numa festa afro, embora a intenção não fosse convidar a militância negra tradicional.

Depois, do almoço, resolvemos acompanhar a reinauguração, no Centro Cultural José Bonifácio, na Rua Pedro Ernesto, ou Rua do Cemitério dos Escravos, como chamavam os antigos, na Saúde, ali, próximo do Valongo.

Naquele local, brilhava um prédio de três andares, estilo neoclássico, belo, com diversas salas para eventos, houve a apresentação de uma congada de Minas Gerais. Logo, ingressamos, outra vez, no campo político, com a inauguração da placa relativa a reforma do belo prédio.

Neste caso, encontramos, ali, o prefeito Eduardo Paes, o secretario municipal de Cultura Sergio Sá Leitão, o secretario estadual de Assistência Social e Direitos Humanos Zaqueu Teixeira, o presidente da Companhia do Porto Maravilha Alberto Silva, a ministra da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial Luiza Bairros, e novamente Dulce Vasconcelos e Damião Braga.

Detalhe: falou todo o mundo, mas o apresentador da festa, por sinal, negro, não chamou Dulce e Damião para falar ao microfone apesar de ser um evento afro...falou todo o mundo, menos eles.

Ah, também, estava no local, a maior autoridade dentre eles, o Chefe do Projeto Rota dos Escravos, Ali Moussa-Ile, que também não foi chamado para falar...

Dulce, então, pediu o microfone, e ali mesmo, sem que tivesse sido convidada, se dirigiu ao prefeito, pedindo que fossem abertas negociações entre o Comdedine e o município, pois, a instituição queria participar das políticas publicas municipais em relação ao negro.

Houve pequenos aplausos e Paes, malando, abraçou Dulce, talvez até querendo sufocar uma certa rebeldia negra que ameaçava se instalar ali.


https://www.facebook.com/carlosnobre.nobre

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Arquivo mostra elo entre comércio de escravos e riqueza de ingleses

Pesquisa disponibiliza documentos inéditos com valores e nomes de donos de escravos que foram beneficiados com indenizações públicas após a abolição
Por Maurício Hashizume 

Além do retorno financeiro obtido pelo próprio negócio da escravidão transatlântica (que funcionava de modo bastante similar ao de uma bolsa de valores dos dias de hoje), “investidores” privados da venda de pessoas ainda foram recompensados com grandiosas indenizações do governo inglês quando da abolição legal.
Dados tornados públicos a partir desta quarta-feira (27/02) em um arquivo na internetdisponível para consulta revelam que quantias equivalentes a bilhões de libras esterlinas foram transferidas dos cofres públicos para “empreendedores” escravagistas, ou seja, muitas das fortunas de hoje estão diretamente ligadas à abolição da escravidão.
Base de dados está disponível para consulta no endereço http://www.ucl.ac.uk/lbs/ (Foto: Reprodução)
Base de dados está disponível para consulta no endereçohttp://www.ucl.ac.uk/lbs/ (Foto: Reprodução)
Pelos cálculos dos responsáveis pela pesquisa – centralizada na University College, de Londres –, nada menos que um quinto da riqueza dos britânicos da Era Vitoriana guardava relação com a escravidão. Entre os beneficiados, encontram-se, por exemplo, parentes do atual primeiro-ministro inglês, David Cameron, do Partido Conservador, assim como familiares do escritor George Orwell.
“Ao focalizar os proprietários de escravos, o nosso objetivo não é ‘nomear para envergonhar’ ['naming and shaming', na expressão em inglês]. Buscamos desfazer o esquecimento: a ‘re-relembrar’, como diz Toni Morrison, reconhecer as formas pelas quais os frutos da escravidão fazem parte da nossa história coletiva – incorporado em nosso país, nas casas de nossas cidades, nas instituições filantrópicas, nas coleções de arte , nos bancos comerciais e nas pessoas jurídicas, nas estradas de ferro, e nas formas que continuamos a pensar sobre raça”, explica Catherine Hall, pesquisadora-chefe da iniciativa, em artigo publicado no diário inglês The Guardian. “Proprietários de escravos se envolveram ativamente na reconfiguração decorrida após a escravidão, popularizando novas legitimações para a desigualdade que permanecem até hoje como parte do legado do passado colonial da Grã-Bretanha”, emenda.
O arquivo reúne 46 mil pedidos de “indenização” encaminhados por ex-donos de escravos ao governo britânico. São registros detalhados que, conforme descreve Catherine, “foram mantidos longe de todos aqueles que reivindicavam compensações” e que nunca tinham sido sistematicamente estudados antes. De acordo com ela, os documentos consistem em uma “nova luz” para se entender “como o negócio da escravidão contribuiu de forma significativa para a Grã-Bretanha tornar-se a primeira nação industrial”. O esforço de pesquisa vai de encontro, segundo a historiadora, ao desejo de homens e mulheres que almejavam que suas identidades como proprietários de escravos fossem esquecidas.
A exposição das entranhas políticas, econômicas e culturais da escravidão antiga se dá no mesmo contexto em que se fortalece um movimento nos países do Caribe (com Barbados à frente) que reivindica, junto aos governos das nações colonizadoras, formas de compensação pelos profundos danos causados pela exploração do comércio transatlântico de vidas humanas ao conjunto de ex-colonizados. Para a responsável pela pesquisa, o trabalho, que dá contornos mais palpáveis à dívida da “moderna” Grã-Bretanha com a escravidão “antiga”, tem o objetivo de contribuir “para uma compreensão mais rica e mais honesta das histórias conectadas do império”.
Marcação a ferro, prática recorrente nas antigas formas de escravidão (Foto: Reprodução)
Marcação a ferro, prática recorrente nas antigas formas de escravidão (Foto: Reprodução)