Para criar inimigos não é necessário declarar guerra, basta dizer o que pensa – Martin Luther King
"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."
-- Rudolf Von IheringFrases, poemas e mensagens no
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segunda-feira, 5 de setembro de 2016
sábado, 28 de fevereiro de 2015
Inocentado na chacina de Vigário Geral lança 'livro-bomba' sobre a PM do Rio - ouça a entrevista
Quarta-feira, 25 de Fevereiro de 2015
Por Fábio Lau
Foram 22 anos de espera para que o livro "Escravos Sociais e os Capitães do Mato" ficasse pronto e fosse aceito por uma editora. E neste início de 2015 finalmente o ex-policial militar Sérgio Cerqueira Borges conseguiu sua publicação. Não no Brasil, o que seria o óbvio. A única editora a aceitá-lo foi a Chiado, lá de Portugal, que já o colocou à venda no seu site e prepara também o lançamento do volume 2. Para quem pensa que o livro será um apanhado de documentos processuais quase ininteligíveis para leigos, um aviso: nomes, muitos nomes, e histórias, muitas histórias, aguardam o leitor de curiosidade aguçada. Saberá, por exemplo, como é estar na casa de Zico, o Galinho de Quintino, e ter problemas, ou ainda descobrirá que a quase extinção do automóvel fusca, tema recorrente nos anos 80/90, se deu não por obra e graça dos bugres e asas-delta. Mas por ação deliberada de um grupo de policiais. Prepare-se! Vem aí Sérgio Borges.
Quando convidei o ex-PM para nos conceder uma entrevista por telefone, em Conexão Jornalismo, lancei o alerta: "Não se prolongue nas respostas". Mas é impossível ouvir seus relatos e interrompê-los. Nomes vão surgindo, casos são desenterrados e as histórias voltam a se montar como em um quebra-cabeças. Borges, hoje advogado formado e escritor, revive tudo com a mesma energia e dor experimentada naquele final de inverno quando, a partir da Chacina de Vigário Geral, sua vida começou a mudar.
O Rio havia sofrido a Chacina da Candelária e nada mais parecia ser capaz de substituir a vergonha e a dor de uma sociedade que desprezava seus menores e os relegava ao abandono e morte. Bobagem. Um mês e meio após, um grupo de policiais invadiu Vigário Geral, às margens da Avenida Brasil, para comprovar aquilo que os mais sábios no estudo da polícia e suas histórias inconfessáveis diziam nos bastidores: "Policiais são capazes de tudo!"
Quando convidei o ex-PM para nos conceder uma entrevista por telefone, em Conexão Jornalismo, lancei o alerta: "Não se prolongue nas respostas". Mas é impossível ouvir seus relatos e interrompê-los. Nomes vão surgindo, casos são desenterrados e as histórias voltam a se montar como em um quebra-cabeças. Borges, hoje advogado formado e escritor, revive tudo com a mesma energia e dor experimentada naquele final de inverno quando, a partir da Chacina de Vigário Geral, sua vida começou a mudar.
Capa do livro que só foi publicado por editora de Portugal |
O Rio havia sofrido a Chacina da Candelária e nada mais parecia ser capaz de substituir a vergonha e a dor de uma sociedade que desprezava seus menores e os relegava ao abandono e morte. Bobagem. Um mês e meio após, um grupo de policiais invadiu Vigário Geral, às margens da Avenida Brasil, para comprovar aquilo que os mais sábios no estudo da polícia e suas histórias inconfessáveis diziam nos bastidores: "Policiais são capazes de tudo!"
O dia em que Sérgio Borges foi absolvido pelo Tribunal do Júri |
Foram mais de 30 homens armados que invadiram a favela naquela madrugada de 30 de agosto. Não queriam encontrar traficantes que, liderados por Flávio Negão, mataram quatro PMs na noite anterior na Praça Catolé do Rocha. Queriam, isso sim, barbarizar. Invadiram casas de evangélicos, bares e residências de trabalhadores. Chacinaram de forma cruel e covarde numa ação que tinha por objetivo chamuscar o governo Brizola, que defendia Direitos Humanos e o direito da inviolabilidade do lar extensivo ao morador da favela, e também uma demonstração de corpo para a criminalidade.
O crime, chocante, que reconduzia o Brasil às páginas dos jornais e TVs de todo o mundo, apresentando-o como um estado bárbaro, exigia uma resposta rápida. E foi nesta necessidade de rapidez que inocentes foram lançados à lista de culpados e muitos culpados acabaram poupados.
Borges relata o quanto sofreu na prisão ao ser acusado de delito do qual era inocente, e como foi conviver na cadeia com aqueles que de fato haviam participado.
Para comprar um exemplar clique aqui
Mas o prejuízo material e moral não se limitaria a ele: um filho foi assassinado por aqueles que temiam suas revelações de bastidores (as quais faz parcialmente neste primeiro livro) e ele próprio, sobrevivente de um atentado, tornou-se um deficiente físico por conta do tiro em uma perna.
A entrevista gravada, que você pode ouvir na íntegra CLICANDO AQUI, é um prenúncio de que muita polêmica virá por aí. Talvez por isso, nenhuma editora nacional tenha ousado publicar o documento. Se ele teme processo? É possível que sim. Afinal, teria sido esta uma das razões para, já um homem adulto, ter cursado o Direito
O jovem Sérgio Borges na época da chacina |
O crime, chocante, que reconduzia o Brasil às páginas dos jornais e TVs de todo o mundo, apresentando-o como um estado bárbaro, exigia uma resposta rápida. E foi nesta necessidade de rapidez que inocentes foram lançados à lista de culpados e muitos culpados acabaram poupados.
Borges relata o quanto sofreu na prisão ao ser acusado de delito do qual era inocente, e como foi conviver na cadeia com aqueles que de fato haviam participado.
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Mas o prejuízo material e moral não se limitaria a ele: um filho foi assassinado por aqueles que temiam suas revelações de bastidores (as quais faz parcialmente neste primeiro livro) e ele próprio, sobrevivente de um atentado, tornou-se um deficiente físico por conta do tiro em uma perna.
Levado num fusca para a prisão - carro que poderia ter sido extinto |
A entrevista gravada, que você pode ouvir na íntegra CLICANDO AQUI, é um prenúncio de que muita polêmica virá por aí. Talvez por isso, nenhuma editora nacional tenha ousado publicar o documento. Se ele teme processo? É possível que sim. Afinal, teria sido esta uma das razões para, já um homem adulto, ter cursado o Direito
Trecho do livro:
"...DISSE O GOVERNADOR BRIZOLA EM 1993: (Página 289)
"... Diante das monstruosas chacinas da Candelária e de Vigário Geral, não nos restou outra atitude senão reconhecermos que a imprensa internacional tinha motivos para escandalizar-se e questionar duramente o nosso País e suas classes dirigentes. Pois se tratou de uma matança selvagem, desapiedada e inconcebível, de crianças inocentes que até se encontravam dormindo.
"Os fatos, por si próprios, nos denunciavam a ação de grupos de extermínio paramilitares. A resposta de meu Governo e nossas autoridades, como se viu, foi rápida e eficaz. Aqueles assassinos estão todos na cadeia e entregues à Justiça. Vamos prosseguir, puxando o fio dessa meada, com a certeza de que iremos chegar a círculos importantes, que instigam a discriminação racial, a segregação, a repressão violenta e o extermínio, no fundo, para proteger seus insustentáveis privilégios. As investigações e a atuação do Ministério Público, desvendando aqueles crimes hediondos, provocaram reações mórbidas e desequilibradas de certas áreas e indivíduos - como os sivucas da vida - e alguns empresários como os do transporte de cargas, que chegaram a ponto de bloquear a Avenida Brasil para desviar as atenções, no dia em que se revelavam os nomes daqueles criminosos.
"Isto, sem nos referirmos a outros fatos estranhos que passaram a ocorrer: pedidos de intervenções e uma insistência de certos meios de comunicação em reclamar a presença do Exército, exagerando notícias sobre o aparecimento de armas de guerra nos morros, tudo com o claro propósito de inverter a situação e restaurar a ideologia da repressão e da matança...." (Brizola, há 20 anos, apontava autores da Chacina de Vigário Geral)..."
"O dia em que morri"
Por Fábio Lau
Era repórter de O Dia quando cheguei a Vigário Geral naquela manhã fria de 30 de agosto de 1993. A pauta: levantar tudo, absolutamente tudo quanto possível, do que estaria por trás do martírio de tanta gente e tantas famílias que vivenciaram de perto a maior chacina ocorrida no Rio até então.
Qual não foi a surpresa ao descobrir que em meio a tantos mortos um deles tinha exatamente meu nome e sobrenome. Sim. Havia entre eles alguém que, involuntariamente, me fizera morrer por algum momento. Fábio Lau fora alvejado por PMs na Praça Catolé do Rocha. Ele tinha 18. Eu, 28. Dez anos nos separavam. Apenas isso. A identidade foi confundida por muitos amigos que telefonavam para saber se (isso hoje soa engraçado) estava "tudo bem" comigo.
Vinte e dois anos depois posso afirmar que o Rio mudou pouco neste campo. Mas a esperança de vê-lo mudar mais e para melhor permanece.
Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2015
A quase extinção do fusca nos anos 80/90 seria obra de policiais corruptos, afirma ex-PM
Da Redação
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O "livro-bomba" do ex-PM Sérgio Cerqueira Borges, lançado esta semana e que revela detalhes sobre a chacina de Vigário Geral, quando 21 moradores da favela foram assassinados por policiais militares, traz uma outra informação que soa como inacreditável de tão ardilosa. Os populares fuscas, alvo preferencial de ladrões por muitos anos, eram roubados e transformados em viaturas policiais a mando de oficiais da PM.
A informação consta nas páginas 157 e 158 do livro "Escravos Sociais e Capitães do Mato", lançado pela editora portuguesa Chiado, e que pode ser comprado via internet (leia aqui).
Em entrevista a Conexão Jornalismo, Sérgio Borges explicou que nos anos 80/90 havia um discurso corrente no país que dava conta da provável extinção do modelo fusca. Ele seria o alvo preferencial de ladrões que os transformava em bugres e ultraleve. Outra parte iria para países vizinhos. Mas, segundo seu relato, policiais aproveitavam o fato de os carros adquiridos da Volkswagen não serem registrados no Detran, com o número do chassis, e então eram desmontados e vendidos.
A chamada "Joaninha" era desmontada |
Para substituir a frota nova recém adquirida, policiais, comandados por oficiais da PM, roubariam outros automóveis da mesma marca. Leia o relato constante no livro:
"NÃO PERDERAM TEMPO AO ATACAR OS PEÕES PARA DERROTAR O REI ADVERSÁRIO".
Na atividade policial, os anos trabalhados no setor de inteligência da PMERJ por muito tempo, na (P/2); compartilho fatos cujo emendarão o raciocínio do leitor, de fatos reais e investigações a pessoa do autor confiadas quando agente de informações do setor de inteligência da PMERJ, que explicam muitos mitos. Por exemplo: por que alguns dos comandantes da PMERJ, não queriam de forma alguma substituir os VW patrulhas "fusquinha"), por veículos mais modernos? Por quê?
Uma resposta simples, corrupção; estes fuscas não eram registrados no DETRAN, senão somente na própria PMERJ, o chassi era virgem então; uma característica deste veículo, o chassi é separado da carroceria, o que facilitava muito as adulterações. Como se acreditavam que os alarmantes furtos eroubos nos anos 80 e 90 de VW, fusquinha, tinham destinação a países vizinhos, se não para o motor a ser aproveitado em construção de ultraleves; haja ultraleves a escurecer os céus do "jovem" Estado do Rio de Janeiro!
Uma lenda urbana, em verdade estes veículos nas mãos de alguns oficiais mancomunados com outros integrantes de alguns batalhões e pessoas no próprio DETRAN; Oficiais e praças corruptos transformavam os furtados ou roubados em radiopatrulhas, licitas viaturas, cujo pelo desgaste pelo uso e a falta de manutenção proposital, tinham pouco tempo de vida útil e prematuramente eram descarregadas, indo ao ferro velho como sucata; a frota oficial; estes veículos como já mencionados, somente estavam registrados na PMERJ; tinham seus cadastros feitos no DETRAN, remarcados o chassi, portanto veículos novos, estes eram vendidos em agências estinadas a este fim; imagina uma frota de cerca de 600 veículos, por exemplo, diluído em frações aos batalhões, a frota da polícia, ao ser entregue a PMERJ e, por conseguinte aos batalhões; quantos furtos e roubos seriam feitos para substituir esta frota em parte por veículos furtados ou roubados?
Afinal quem fiscalizaria uma viatura da própria polícia na época, que na verdade era produto de furto ou roubo? Faz a história contada em livro de ficção, reproduzida no filme Tropa de Elite, acenar apenas a ponta do "ice Berg", naquela cena do sumiço de um motor, aprofundando a história real, esta é mais nebulosa.
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sábado, fevereiro 28, 2015
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quinta-feira, 21 de março de 2013
Lembrar para não esquecer- Vigário Geral - documentário completo.
A Chacina de Vigário Geral foi um massacre ocorrido na favela de Vigário Geral, localizada na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Ocorreu na madrugada do dia 29 de agosto de 1993, quando a favela foi invadida por um grupo de extermínio formado por cerca de 36 homens encapuzados e armados, que arrombaram casas e executaram vinte e um moradores. A chacina de Vigário Geral foi uma das maiores a já ocorrer no Estado do Rio de Janeiro.
Origem
Segundo relatos, a chacina teve sua motivação na morte de quatro Policiais Militares no dia 28 de agosto de 1993 na Praça Catolé do Rocha, no bairro de Vigário Geral (a chacina foi na favela de Vigário Geral, do outro lado da linha férrea; o único que os traficantes queriam realmente matar era o sargento Ailton; mas ao se deslocar para a praça Catolé do Rocha, o sargento passou no DPO do Jardim America a fim de buscar reforço quando aquele lugar se dirigiu para verificar uma informação, que na praça havia traficantes com pesado armamento; os PMs do DPO do Jardim America, morreram sem saber de nada e ainda tiveram seus nomes e reputação manchados; esta informação partiu de seu informante Ivam Custódio; mas era uma armadilha ao sargento, Ivam queria livrar-se de Ailton, que junto com um outro PM eram sócios em barcos de pesca em Sepetiba RJ; Ivam sabendo que Ailton havia sequestrado e matado o irmão do líder do tráfico de drogas, Flavio "Negão", junto a este armou a emboscada; posteriormente veio a ser a principal testemunha, conhecido como "I" ). As mortes foram atribuídas a traficantes daquela região e a chacina ocorreu como forma de represália policial a estas mortes, ainda que nenhuma das vítimas possuísse envolvimento com o tráfico de drogas
Na época da chacina, oficiais da Polícia Militar recorreram aos meios de comunicação para acusar a existência de um complô contra a corporação e negar que a Polícia estivesse envolvida nas mortes. Não tendo sucesso na negativa da participação de PMs, o Coronel da PMERJ Valmir Alves Brum, então responsável pela investigação, acusou vários policiais militares e civis, entretanto sem provas baseado apenas nos testemunhos duvidosos de Ivam ou "I", e usando do cargo para, aproveitando da função e do sofrimento dos parentes, usou o caso para acusar desafetos entre outros; uma vez que a pressão popular lhe conferiu credibilidade para isso; a PMERJ e o Governo carioca temendo uma intervenção federal, fez "vista grossa" e este obteve "carta branca" para o resultado desastroso das investigações de promover a impunidade e injustiças, sem nunca responder pelos seus atos; sem que as famílias das vítimas recebesse a justa indenização do Estado; arruinou dezenas de carreiras de policiais honestos em um processo administrativo fraudulento deixando dezenas de PMs assassinos em liberdade e ainda na polícia.
Condenação
Cerca de 2 meses após o crime, todos os Policiais Militares foram excluídos ou licenciados ex-offício da corporação (PMERJ)de forma administrativa sem mesmo serem julgados pela justiça. Desde a realização da chacina, apenas seis dos cinquenta e dois Policiais Militares acusados formalmente foram condenados (dois cumprem pena e quatro estão soltos por habeas corpus). Desses cinquenta e dois, cinco sem provas. Os dez primeiros julgados, produziram provas de inocência, gravando fitas com as confissões dos verdadeiros culpados, quando pode ser provado a inocência de 23 acusados; entre os inocentes está Sergio Cerqueira Borges, o Borjão, cujo gravou também as fitas com a mecânica do crime e seus responsáveis; entretanto estas provas só serviam para a defesa, devido a legislação penal brasileira, cuja não a admite para acusar por ser considerada prova ilícita, pelo motivo dos acusados e considerados verdadeiros culpados, não terem conhecimento das gravações das fitas; entretanto o perito Ricardo Molina da UNICAMP validou como autenticas. Um novo processo foi feito, conhecido como Vigário Geral II; contudo a fitas não podendo serem usadas neste novo processo, o MP não tendo como provar a nova denúncia, pediu a absolvição por falta de provas dos acusados de Vigário II; todavia os primeiros absolvidos do 1º processo foram absolvidos com base nas fitas, cujo o juri acolheu a tese defensiva de inocência destes injustiçados; portanto Vigário Geral (Chacina de 1993) hoje é conhecida como fato de barbárie, impunidade e injustiças (http://videos.r7.com/especial-chacina-de-vigario-geral-rj-completa-18-anos/idmedia/4e5c235de4b0e138800a00f1.html )
O ex-PM confirmou ter constituído uma sociedade informal com Ivan Custódio e o sargento Ailton, durante cerca de dois anos, e que chegaram a ter três barcos aportados em Sepetiba ou Angra, ambos no Estado do Rio
CONHEÇA O CORONEL DA PMERJ QUE PRENDEU PMs INOCENTES, VALENDO-SE DO DESEJO DE SER ELEITO DEPUTADO.
EX-Coronel PMERJ Valmir Alves Brum
MEET THE INNOCENT POLICE ACCUSED unjustly motivated by the desire to police colonel (VALMIRALVES BRUM) TO BE THE elected parliamentary STATE OF RIO DE JANEIRO.
Vigário Geral: tragédias por todos os lados
Por Gustavo de Almeida
Nesta sexta-feira, completaram-se 15 anos da triste chacina de Vigário Geral, quando 21 inocentes foram assassinados da forma mais insana possível, em uma vingança sangrenta que tomou conta do noticiário internacional. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio, lembrou a data, mas já é possível perceber que aos poucos a cidade vai deixando as trágicas lembranças da chacina para trás. Os atos vão sendo esvaziados. O noticiário na TV vai ficando mais ralo, e até mesmo os nomes de mortos e matadores vão sendo menos escritos. Até mesmo um dos matadores foi morto em maio, sem que se fizesse muito alarde disto.
Vigário Geral e o Rio de Janeiro se refletem em um espelho, quando somam impunidade e injustiça.
Uma das parentes de vítima teve a indenização negada no fim do ano passado pela Justiça, sem maiores explicações. É obrigação do Estado recorrer, como manda a lei. Mas surpreendeu que em última instância a vítima tenha perdido. É inexplicável. Trata-se de uma senhora que até hoje vive em Vigário, sem maiores perspectivas. Não sabe nem que a vida lhe foi injusta. Já não sabe o que é vida.
Poucos sabem, mas há um PM no caso de Vigário Geral que acabou se tornando vitima. Trata-se de Sérgio Cerqueira Borges, conhecido como Borjão.
Borjão foi um dos presos que em 1995 já eram vistos como inocentes, colocados no meio apenas por ser do 9º´BPM. A inocência de Borjão no caso era tão patente que ele inclusive foi o depositário de um equipamento de escuta pelo qual o Ministério Público pôde esclarecer diversos pontos em dúvida.
Borjão foi expulso da PM antes mesmo de ser julgado pela chacina. Era preso disciplinar por "não atualizar endereço".
Borjão conta até hoje que deu depoimento em seu Conselho de Disciplina sob efeito de tranqüilizantes, ainda no Batalhão de Choque. Seus auditores sabiam disto. "No BP-Choque, fomos torturados com granadas de efeito moral as vésperas do depoimento no 2º Tribunal do Júri, cujos fragmentos foram apresentados à juíza, que enviou a perícia. Isto consta nos autos, mas nada aconteceu", conta Borjão, hoje sem uma perna e com a saudade de um filho, assassinado em circunstâncias misteriosas, sem que ele nada pudesse fazer.
"No Natal fui transferido para a Polinter. Protestei aos gritos contra a injustiça. e Me mandaram para o hospital psiquiátrico em Bangu mas, por não ter sido aceito, retornei e em dias fui transferido para Água Santa. Lá também fui espancado e informei no dia seguinte em juízo, estando com diversos ferimentos, mas sequer fiz exame de corpo delito. Transferido para o Frei Caneca, pude ajudar a gravar as fitas com as confissões e em seguida fui transferido para o Comando de Policiamento do Interior. Após a perícia das fitas fui solto. Dei entrevistas me defendendo e tive minha liberdade provisória cassada e me mandaram para o 12ºBPM a fim de me silenciarem. No júri, fui absolvido. Meus pedidos de reintegração à PM nunca foram respondidos".
A história de Borjão ao longo de todos estes 15 anos só não supera mesmo a dor de quem perdeu alguém na chacina. Mas eu não estaria exagerando se dissesse que Sérgio Cerqueira Borges acabou se tornando uma vítima de Vigário Geral. "Tive um filho com 18 anos assassinado por vingança. Sofri vários atentados e um deles, a tiros, me fez perder parcialmente os movimentos da perna esquerda. Sofro de diabete, enfartei aos 38 anos e vivo com um tumor na tireóide. Hoje em dia tento reintegração à PM em ação rescisória, o processo é o número 2005.006.00322 no TJ, com pedido de tutela antecipada para cirurgia no Hospital da PM para extração do tumor. Portanto, vários atentados à dignidade humana foram cometidos. As pessoas responsáveis nunca responderão por diversas prisões de inocentes? Afinal foram 23 inocentes presos por quase quatro anos com similares seqüelas. A injustiça queima a alma e perece a carne!", desabafa Borjão.
Borjão hoje conta com ajuda da OAB para lutar por sua reintegração. Mas o desafio é gigantesco.
Triste ironia do destino: o policial hoje mora em Vigário, palco da tragédia que o jogou no limbo.
A filha dele, no entanto, me contou há alguns dias que não houve tempo suficiente para esperar pela Justiça e pela PM - Borjão teve que operar às pressas o tumor na tireóide no Hospital Municipal de Duque de Caxias. A cirurgia foi bem. Sérgio Cerqueira Borges vai sobreviver mais uma vez.
Sobreviver de forma quase tão dura como os parentes de 21 inocentes, estas pessoas que sobrevivem mais uma vez a cada dia, a cada hora. No Rio de Janeiro é assim: as tragédias têm vários lados e a tristeza de quem tem memória dificilmente se dissipa. Pelo menos nesta data, neste 29 de agosto que nos asfixia.
(O DIA - SEGURANÇA PÚBLICA).
CRISTINA LEONARDO, UMA ADVOGADA QUE DEU ASSISTÊNCIA AOS PARENTES DAS VÍTIMAS DE VIGÁRIO GERAL, NA CONDIÇÃO DE ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO; CUJA PESA SERIAS DENÚNCIAS DE FORJAR TESTEMUNHAS
LENINE APRESENTA TESTEMUNHA
Subsecretário de Segurança afirma que novo depoimento desmente denúncias e lança dossiê contra advogada que ajudou informante Fernanda Galvão Acusado na semana passada de receber propina do traficante Celsinho da Vila Vintém, o subsecretário de Segurança Púbica, coronel Lenine de Freitas, apresentou ontem um dossiê contra a advogada Cristina Leonardo, responsável por intermediar o programa de proteção à testemunha para o informante Hugo, que depôs na quarta-feira na Corregedoria Geral de Polícia. Lenine acusa Cristina de comprar um testemunho, em um caso de desaparecimento de uma menina de 9 anos, em 1995. Lenine também apresentou uma nova testemunha, ouvida ontem, que segundo ele, desmascara, o depoimento de Hugo. Luis Cláudio, o novo nome no caso, teria levado Hugo a Lenine há 20 dias, com denúncias sobre Márcio José Guimarães, o Tchaca. O Luiz Cláudio desmoraliza esse garoto (Hugo), e mostra que o depoimento dele é contraditório, afirmou Lenine, que voltou a acusar a advogada e o coronel Valmir Alves Brum, ex-assessor da Ouvidoria da Polícia, de forjar um complô contra ele. Cristina disse que conheceu Hugo na quinta feira. Segundo ela, o dossiê apresentado tinha a intenção de desvalorizar a testemunha, e já foi utilizado contra ela durante o julgamento dos envolvidos na Chacina de Vigário Geral, sem sucesso. Para a advogada, Lenine está se defendendo prematuramente, já que Hugo ainda não depôs no Ministério Público Federal. Começo a me preocupar, achando que existe algo por trás disso. Por que ele foi buscar um caso de 95?. Segundo Cristina, se Lenine tem mais uma testemunha, que a leve ao MP. Ela aproveitou para mandar um aviso: O governador tem de colocar ordem na casa, senão quem vai colocar sou eu. Vou pedir uma intervenção da Assembléia Legislativa na Secretaria de Segurança pois esta polícia cliente lista não pode existir em um estado democrático, atacou. Minc quer explicação sobre exoneração Autor da lei que instituiu a Ouvidoria da Polícia, o deputado estadual Carlos Minc (PT) vai convocar o secretário Josias Quintal para depor na Assembléia Legislativa. Segundo ele, Josias terá de explicar a exoneração do coronel Valmir Alves Brum da Ouvidoria. Foi uma intervenção na autonomia do órgão, que estava garantida por lei, disse Minc, que também vai questionar a crise que vem envolvendo a Segurança. Já o deputado Sérgio Cabral Filho (PMDB), presidente da Alerj, afirmou que, caso fique comprovado o envolvimento de um deputado estadual com o tráfico, tomará medidas enérgicas. A Assembléia não vai se omitir neste caso, disse. Segundo o regimento da Alerj, infrações como esta podem levar até à cassação do mandato.Palavra de bandido contra a do coronel. O governador Anthony Garotinho disse ontem que as acusações feitas ao coronel Lenine de Freitas terão de ser bem apuradas. É a palavra dele (Hugo) contra a do coronel. Entre a palavra de um bandido e a de um subsecretário, eu fico com a do subsecretário, pelo menos até que as investigações sejam concluídas. Mas não podemos deixar de apurar. Garotinho disse ainda que ordenou ao secretário de Segurança, coronel Josias Quintal, a realização de uma apuração rigorosa a respeito do caso. O deputado federal Milton Temer (PT-RJ) disse ontem que vai acionar a bancada do partido na Alerj para que se instale uma CPI para apurar as denúncias. (JORNAL: O DIA PAG.: 12) |
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