Pneus abandonados na Estrada Velha de Santa Rita, em Nova Iguaçu: mosquitos se proliferam ali Foto: Cléber Júnior
Aline Custódio
Os moradores de Nova Iguaçu devem redobrar a atenção: o vírus tipo 4 da dengue chegou ao segundo município mais populoso da Baixada Fluminense. Exames realizados em amostras de sangue confirmaram a presença do vírus também em Niterói e no Rio de Janeiro. Nas primeiras cinco semanas de 2012 foram notificados 4.681 casos da dengue no estado. Mas, pelo menos até agora, nenhuma morte. Para o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria municipal de Saúde do Rio, Márcio Garcia, o crescimento do número de casos de dengue já aponta para uma epidemia, cujo pico deve ocorrer entre março e maio.
Nas cinco primeiras semanas deste ano, o Rio, por exemplo, registrou 2.625 casos da doença, um aumento de 58% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o município registrou 1.628 casos. Os números foram divulgados pela Secretaria municipal de Saúde.
Diante do avanço da doença, a Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Coordenação de Vigilância Ambiental, vem aumentando, por exemplo, a coleta de pneus em desuso para ajudar no combate à dengue. Na primeira quinzena de janeiro foram recolhidos cerca de dois mil pneus no município. Abandonado ou armazenado inadequadamente, o material pode se transformar em criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Sem imunidade
Existem quatro tipos de vírus da dengue: 1, 2, 3 e 4. Uma vez que uma pessoa adquire dengue por um tipo de vírus, ela adquire imunidade contra aquele tipo, mas não contra os outros. Como o tipo 4 não circulou antes no Brasil, em tese, ninguém está protegido.
Febre e dores
Segundo o superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe, todos os vírus produzem sintomas semelhantes: febre, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, prostração e manchas vermelhas no corpo.
Quem teve, cuidado
Alguns estudos apontam para um maior risco de desenvolvimento de formas graves em pessoas que já contraíram dengue anteriormente, o que é particularmente importante no estado do Rio, onde parte significativa da população já teve a doença.
Cartão da dengue
Toda pessoa com dengue deve receber o cartão de acompanhamento da doença. No cartão, constam informações sobre dia, horário e local das reavaliações, como preparar o soro caseiro, os sinais e sintomas de gravidade da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico é, na grande maioria das vezes, clínico, através da avaliação dos sinais e sintomas da doença. Em alguns casos, em que o diagnóstico pode não estar tão claro e nos casos graves, são utilizados alguns testes como NS1, Elisa, entre outros.