Prefeitura quer criar bolsa de até R$ 900
a quem
cuidar de usuários de crack
Parentes de crianças e adolescentes viciados em crack que aceitarem cuidar dos jovens quando eles tiverem alta da internação compulsória poderão ganhar uma bolsa auxílio da prefeitura. Segundo o vice-prefeito eleito, Adilson Pires (PT), o projeto está em estudo e prevê um benefício entre R$ 350 e R$ 900 — como noticiou ontem a coluna Informe do Dia, do jornal “O Dia” —, para que os familiares tenham condições de manter o tratamento.
Ainda segundo o vice-prefeito, grande parte dos 123 adolescentes atualmente internados nos abrigos do município perdeu o vínculo familiar e, quando receberem alta, não terão para onde ir.
— Estas crianças ficam até 90 dias abrigadas e em tratamento ambulatorial. A maioria não tem pai e mãe. Nossa ideia é buscar um familiar de sangue e sensibilizá-lo para que cuide do dependente em casa — explica Pires, que também assumirá a Secretaria municipal de Desenvolvimento Social.
O projeto seria nos moldes do programa Família Acolhedora, que paga o auxílio financeiro para adultos que se disponham a cuidar de menores de idade em situação de risco social.
— Se não fizermos nada agora, estas crianças voltarão para a rua e para as drogas. Por isso, precisamos que eles continuem o tratamento com o apoio de alguém próximo — afirma Adilson Pires.
Adilson Pires também ressaltou que, para ter direito ao benefício, a família deve estar em situação de pobreza extrema. A Prefeitura do Rio se comprometeria a auxiliar os dependentes químicos que necessitem de terapia, medicamento e retorno à escola.
— A verba seria para ajudar na compra de roupas, sapatos e medicamentos para o adolescente em recuperação da dependência química — rxplicou Adilson Pires.
O estudo ainda está em andamento e, conforme o vice-prefeito eleito, deverá ser concluído em até 15 dias.
— Meu objetivo é assumir a nova secretaria em janeiro já com propostas inovadoras. Uma delas é essa bolsa — garantiu o futuro vice-prefeito.
Acampamento
Na manhã de ontem, 24 horas após uma grande operação da Secretaria municipal de Assistência Social para acolher viciados na cracolândia que fica ao lado da Favela Parque União, na entrada da Ilha do Governador, cerca de 300 viciados se aglomeravam no local. Na Avenida Brigadeiro Trompowsky, na pista que faz retorno para o sentindo Zona Oeste da Avenida Brasil, os viciados reconstruíram, ontem, todo o acampamento que foi levado, anteontem, pelos garis da Comlurb. Colchões, sofás velhos, barracas e cadeiras de praia voltaram a fazer parte do cenário, tanto na avenida quanto na Praça do Caracol.
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