Eleitor terá três meses para escolher preferidos a prefeito e vereador, até o pleito de 7 de outubro
Imagine o prefeito como um síndico. Agora pense no vereador como um despachante. As comparações são simplistas, mas podem ajudá-lo a cumprir uma tarefa complexa: escolher o candidato certo. Para auxiliá-lo na missão, especialistas consultados por ZH elencam um conjunto de fatores aos quais será preciso estar atento a partir da próxima sexta-feira, quando começa a disputa eleitoral no Brasil.
Mas o que o síndico e o despachante têm a ver com isso? De um síndico, esperam-se noções mínimas de gestão. De um bom despachante, capacidade de representar o cliente e resolver pendências. Eles não precisam, obrigatoriamente, exibir um diploma ou um anel de doutor, mas devem ter espírito prático e trajetória irretocável.
Ao escolher seus representantes para o paço municipal e a Câmara, lembre-se de levar esses aspectos em conta. São o primeiro passo para uma decisão acertada.
— O prefeito é um administrador, um gerente. É importante que tenha alguma experiência na área, em cargos públicos, empresa, ONG ou clube de futebol. O bom vereador é aquele que cuida da sua praça, que conhece o seu bairro e suas demandas — resume o cientista político Valeriano Costa, da Unicamp.
Depois de estudar o histórico e o currículo dos concorrentes, reserve um tempo para conhecer suas propostas e compará-las. Dê preferência a quem apresentar o plano mais detalhado, realista, factível e consistente. Grandes ideias são atrativas, mas de nada adianta se você perceber que dificilmente sairão do papel.
Por fim, não se esqueça de que conteúdo não é tudo. Avalie a forma, isto é, o modo como o escolhido age, e fique atento ao marketing. Se ele tiver baixa escolaridade e dificuldades com o português, que seja franco e não tente parecer o que não é.
— Autenticidade é tudo. A imagem da pessoa deve estar em equilíbrio com o seu histórico de vida — diz a especialista Gil Castillo, das associações Brasileira e Latino-Americana de Consultores Políticos.
Outra dica para fugir de armadilhas é acompanhar entrevistas e debates. Preste atenção no argumento e no comportamento. Com a experiência de quem já atuou em 60 campanhas, o consultor Aurízio Freitas tem uma tática infalível:
— Observe se o candidato consegue suportar a pressão de debate duro e manter o equilíbrio. Se não tiver condições emocionais, como vai conseguir governar?
Para terminar, não deixe a escolha para a última hora. A partir de sexta-feira, você tem três meses.