"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

rvchudo: Acusados de incitar greve, coronéis e major da PM do Rio são indiciados pelo governo .










Do UOL, no Rio*

A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro informou nesta quarta-feira (15) que dois coronéis e um major da Polícia Militar foram indiciados na abertura do Conselho de Justificação, que tem o objetivo de apurar a responsabilidade desses oficiais -- apontados como articuladores do movimento -- na greve das entidades de classe da segurança pública.



Se condenados, os coronéis Adalberto de Souza Rabello e Paulo Ricardo Paúl e o major Hélio Silva de Oliveira, todos da reserva, podem ser expulsos do quadro da corporação. Eles foram presos sob acusação de "conclamação e incitamento a greve".



O próprio secretário José Mariano Beltrame deu a ordem para a abertura do Conselho de Justificação, já que as patentes dos três PMs exigem trâmite diferenciado. Outros 70 PMs, entre os quais dois praças que estacionaram o carro em uma praia para tomar banho de mar na zona oeste fluminense, são investigados e respondem a processos administrativos, já instaurados pelo comando da Polícia Militar.



No caso de Paúl, que já foi corregedor da PM e participou recentemente de várias mobilizações contra o governador Sérgio Cabral, a prisão se deu por causa de uma publicação em seu blog, em que ele se manifestara favorável ao movimento. O coronel é autor do livro "Cabral contra Paúl - A Polícia Militar de Joelhos".




Os demais militares detidos também correm risco de expulsão sumária, em especial os PMs do 28º BPM (Volta Redonda), que se identificaram como membros de uma comissão que estava à frente da greve.



Todos os praças e oficiais presos durante a paralisação foram levados para a penitenciária de segurança máxima de Bangu 1, porém o governo do Estado já solicitou à Justiça a transferência dos grevistas para o sistema prisional militar.



A paralisação, declarada oficialmente às 0h no dia 10 de fevereiro, foi suspensa na última segunda-feira (13), após quatro dias.

Expulsão sumária


De acordo com duas medidas adotadas pelo governo e publicadas em sessão extraordinária do Diário Oficial, o trâmite administrativo que pode ou não culpabilizar os militares indiciados foi reduzido. A partir de agora, os conselhos disciplinares da PM e do Corpo de Bombeiros têm prazo máximo de 15 dias para aplicar possíveis penalidades. Antes, o mesmo trâmite se dava em até 30 dias.



Segundo o Decreto nº 43.462, que tem o objetivo de modificar o Decreto nº 2.155, datado de 13 de outubro de 1978, passado o processo que envolve apuração, julgamento, recurso e aplicação penal, a autoridade nomeante tem até cinco dias para proferir a sua decisão. O prazo anterior era de 20 dias.

A determinação prevê ainda que cabe ao secretário titular da pasta a que pertence o militar avocá-lo e, justificadamente, dar solução diferente, prerrogativa que antes cabia apenas ao secretário de Estado de Segurança Pública.

"Migalhas"


O presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-RJ), Fernando Bandeira, afirmou que a curta paralisação das entidades de classe da segurança pública do Rio garantiu aos grevistas "algumas migalhas". Ele se referia à proposta do governo do Estado de antecipação dos reajustes salariais aprovados em 2010.



"Foi positiva, sim, porque algumas migalhas foram aprovadas. Além do reajuste de salário, a questão da carga horária de trabalho, por exemplo, ainda vai ser examinada. Os policiais trabalham muito mais do que 40 horas semanais. Essas migalhas já são alguma coisa", afirmou.



A deliberação a respeito da suspensão da greve foi definida em uma assembleia conjunta de policiais civis, PMs e bombeiros, que compreendem que o movimento se tornou insustentável em razão das centenas de prisões de lideranças dos militares e daqueles que se recusaram a trabalhar. Segundo Bandeira, a dura resposta do governo do Estado surpreendeu os grevistas.



"A mensagem do governo estadual foi pior do que nós imaginávamos. Não pensamos que, depois do episódio da invasão ao quartel central do Corpo de Bombeiros [quando 439 militares foram presos e posteriormente anistiados], isso aconteceria. Os homens presos são pais de família e estão junto com bandidos de maior periculosidade em Bangu 1", disse.



O presidente do Sinpol argumentou que a interrupção do estado de greve simboliza uma mudança de foco do movimento, cuja prioridade será reivindicar a soltura dos praças e oficiais que ainda estão presos. Além disso, a decisão foi tomada "em respeito à população e ao Carnaval".



"Em respeito à população, ao turismo que cresce muito no Carnaval e em respeito aos nossos heróis, a greve está suspensa. Mas o nosso movimento não vai parar até que todos estejam soltos", disse.

Bandeira esclareceu que a retomada ou não da paralisação será definida em uma nova assembleia conjunta em praça pública, a ser agendada após o Carnaval.

Grevistas reclamam de perseguição


Segundo membros do movimento conjunto de policiais civis, PMs, bombeiros e agentes penitenciários, o governo do Estado está "jogando sujo" para sufocar a mobilização das forças de segurança pública do Rio e reprimir os principais porta-vozes do movimento. A tática do Executivo fluminense incluiria a infiltração de agentes do Serviço Reservado da PM (P-2). O governo estadual e a Polícia Militar não comentam o assunto.



"Nas assembleias, nos encontros, nas passeatas, sempre há policiais P-2 nos vigiando e trabalhando para identificar aqueles que eles rotulam como líderes dessa luta", disse a esposa de um bombeiro preso e que preferiu não se identificar.



Em nota divulgada na segunda-feira (13), após a assembleia que definiu a suspensão da greve, a união das entidades de classe da segurança pública definiu os praças e oficiais que foram detidos desde a semana passada como "presos políticos".



"No ano passado, 439 homens foram presos arbitrariamente em um quartel. Agora temos homens do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar presos no sistema prisional de Bangu 1 de forma ilegal e covarde. São presos políticos sem direito a uma ligação para a família. (...) É preciso esclarecer que nunca houve nem nunca haverá líderes. Existem porta-vozes", informa a nota lida pela esposa de um bombeiro preso em Bangu 1, identificada como Ana Paula Matias.



Segundo membros do movimento, uma das deliberações da última assembleia foi a de que os militares cujos nomes já figuraram na imprensa na condição de líderes da greve não deem mais entrevistas ou façam qualquer tipo de aparição midiática.



A partir de agora, as notificações devem ser feitas pelas esposas dos bombeiros e dos policiais militares. (*Com informações de Hanrrikson de Andrade, no Rio de Janeiro)



No caso do Coronel Paúl, não há referencia em seu blog sobre sua posição a favor da greve e sim a favor do movimento reivindicatório, o que não constitui crime. Sua prisão se deve ao fato de ser uma ótima oportunidade para o governo se ver livre do inconveniente que o Coronel representa para ele. O livro Cabral contra Paúl demonstra claramente como a politica se infiltrou na Corporação Policial Militar, encantando seus componentes e comando com promoções e gratificações. Uma arma que o Coronel Paúl tem e vai estar sendo postada, é a gravação onde o Comandante Geral PMERJ faz criticas àquele Oficial e ao Deputado Marcelo Freixo.


O tramite administrativo que era de 30 dias já era responsável por inúmeras injustiças, pois, o oficial encarregado do PAD sempre estava envolvido em suas atividades normais, sendo o procedimento um estorvo em seus afazeres. Trata-se agora de um rito sumaríssimo, onde etapas serão abreviadas, mostrando a pressa de se livrar dos que "ousaram" a se contrapor.


Inerte a tudo que acontece de ilegal e perverso, está o Comandante Geral PMERJ, que como os outros que se foram vergonhosamente, entre seus cigarros e sua "bebidinha", a tudo assiste e nada faz em defesa da Instituição Policial Militar, a mais atingida.


sábado, 11 de fevereiro de 2012

Greve da PM no RJ só termina com revogação dos mandados de prisão.






As prisões de policiais militares grevistas no Rio de Janeiro provocou outra reviravolta nas negociações. Um dos manifestantes afirmou que a paralisação só termina quando houver a revogação dos mandados de prisão e a soltura dos 59 policiais detidos nesta sexta-feira (10).


Entre os policiais presos, nove integram o grupo dos que tiveram mandados de prisão decretados. Eles são apontados como líderes do movimento. Outros 50 agentes foram presos hoje sob suspeita de motim.


De acordo com a Folha de São Paulo, o cabo da PM João Carlos Gurgel e o major da reserva Hélio Oliveira afirmaram que vão se apresentar ao quartel general ainda hoje. "Quem foge da prisão é bandido, nós não somos bandidos, vamos nos apresentar", disseram. Os nomes dos outros nove PMs ainda não foram divulgados, assim como o vereador Cabo Julio. Confira vídeo:





Além dessas revogações, os grevistas reivindicam a liberação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, que está preso desde a quarta-feira (8). A sua prisão foi decretada logo depois de escutas telefônicas vazarem à rede Globo. Houve pedido de habeas corpus, mas foi negado pela Justiça.


As três categorias não ficaram satisfeitas com a proposta de reajuste apresentada pelo governo estadual e aprovada ontem pela Alerj (Assembleia Legislativa). O grupo reivindica salário base de R$ 3.500 para as categorias a partir deste mês de fevereiro.


Para o soldado que conversou com a reportagem do Bocão News, a greve só terminará quando forem revogados os mandados de prisão e a soltura. “Até lá continuaremos mobilizados”. Ele, no entanto, não confirmou a informação sobre a manifestação agendada para o domingo (12) em Copacabana.


Com informações da Folha de São Paulo


http://www.zevaldoemaragogipe.com/2012/02/greve-da-pm-no-rj-so-termina-com.html



Greve no Rio: PM prende 145
policiais, mas liberta 129


Agentes ainda correm risco de exoneração
Do R7 | 10/02/2012 às 18h46



Administrativo da Polícia Militar, coronel Robson Rodrigues.


Rodrigues explicou que, dos 16 que permanecem detidos, nove foram presos após expedição de mandado da Justiça




Desde que a greve de policiais e bombeiros foi instaurada, no fim da noite de quinta-feira (10), a Polícia Militar prendeu 145 PMs que aderiram ao movimento. Do total, porém, 129 – todos do Batalhão de Volta Redonda (28º BPM) - foram soltos na tarde desta sexta-feira (10), segundo o chefe do Estado Maior





Militar. Outros sete foram detidos em flagrante por desobediência.



De acordo com o coronel, os policiais que foram liberados responderão por crime militar na Justiça Militar. Além disso, responderão a um procedimento administrativo interno e correm risco de exoneração.

- Eles estão indiciados. Foram liberados, mas não quer dizer que não podem voltar a ser presos. Vão responder em duas frentes: Justiça e procedimento interno. Ou seja, também podem ser expulsos da corporação.

O Corpo de Bombeiros do Rio informou que 123 guarda-vidas serão presos administrativamente em razão da greve. Todos foram indiciados na tarde desta sexta-feira. Além disso, o comandante do 2º GMar (Grupamento Marítimo da Barra da Tijuca), tenente coronel Ronaldo Barros, foi exonerado.

O comando-geral da corporação abriu procedimento administrativo interno para avaliar a conduta de 15 guarda-vidas e do cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes grevistas. Ele está preso no complexo penitenciário de Bangu, zona oeste, após ser detido na quarta-feira (8), quando desembarcava no aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na Ilha do Governador, zona norte.

O advogado Marcos Espínola irá entrar ainda na noite desta sexta-feira com um pedido de habeas corpus para o ex-corregedor da Polícia Militar, coronel Ricardo Paúl, que foi preso acusado de incitar a greve. O coronel foi levado ao presídio Bangu 1, um presídio de segurança máxima.


Adesão maior no interior


Apesar da paralisação, o clima é de aparente tranquilidade na cidade do Rio de Janeiro. A situação é mais problemática em cidades do interior, como Volta Redonda e Campos, onde um número maior de policiais aderiu ao movimento. Devido a isso, policiais do BPChoq (Batalhão de Choque) e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) foram enviados para estas cidades.



Instrutores do Cfap (Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças) denunciam que alunos ainda em formação também estão sendo enviados para reforçar o patrulhamento no interior.

O Corpo de Bombeiros informou que os atendimentos considerados de emergência não serão afetados pela paralisação. A Polícia Civil informou que o atendimento nas delegacias não foi afetado. Ao percorrer algumas delegacias, a reportagem do R7 flagrou policiais da Delegacia de Penha (22ª DP) orientando um homem vítima de roubo voltar outro dia para registrar queixa. Apesar casos graves ou de prisão em flagrante estavam sendo registrados nesta manhã.

O relações-públicas da PM, coronel Frederico Caldas, disse que a população do Rio de Janeiro pode ficar tranquila e que considera desnecessária a intervenção das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança. O oficial informou ainda que aqueles que se recusarem a trabalhar serão presos administrativamente. Pelo menos 14 haviam sido presos até as 13h30, entre eles alguns líderes do movimento grevista.


Os líderes do movimento grevista disseram que não querem acabar com o Carnaval do Rio e ressaltaram que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações aconteçam.


Justiça Militar expede 11 mandados de prisão, diz PM


O relações públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, ainda disse que a Justiça Militar expediu 11 mandados de prisão para todas as lideranças do movimento grevista do Rio. Segundo ele, os policiais que cruzarem os braços serão responsabilizados e submetidos a conselhos disciplinares.


Ainda de acordo com o coronel Caldas, o número de faltas nas unidades nesta sexta é desprezível.


Pela manhã, o major Hélio Oliveira, da associação dos oficiais inativos, e o cabo João Carlos Gurgel, ambos líderes do movimento grevista, foram presos após se apresentarem no Quartel General no início da tarde desta sexta-feira (10).


Os advogados do cabo Gurgel já foram acionados, mas nenhuma medida havia sido tomada até às 12h45. Não havia informações sobre a defesa do major Hélio.


Os dois participaram de uma entrevista coletiva no inicio desta tarde, na Coligação dos Polícias Civis, no centro da capital fluminense, onde reconheceram avanços nas negociações com o Estado, mas disseram que a proposta ainda não é suficiente.


O grupo disse que não quer acabar com o Carnaval do Rio e ressaltou que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações aconteçam.





Início da greve



Bombeiros, policiais militares e policiais civis do Rio decretaram greve por volta das 23h20 da última quinta-feira. No horário, mais de 2.000 manifestantes se concentravam na Cinelândia, centro da capital fluminense. O anúncio de paralisação aconteceu no dia em que a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou reajuste de 38,81% até 2013 para as categorias - percentual considerado insatisfatório. Sem votação, um líder do movimento fez o comunicado no microfone, durante a manifestação na Cinelândia.

- A partir deste momento, policiais civis, policiais militares e bombeiros estão oficialmente em greve.

Bombeiros, PMs e policiais civis disseram que continuarão atuando em casos emergenciais. Cerca de 30% do efetivo da Polícia Civil permanecerá em atividade. As investigações devem ser congeladas, mas ocorrências consideradas graves serão atendidas.

Assista aos vídeos:




 





http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/greve-no-rio-pm-prende-145-policiais-mas-libera-129-20120210.html

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Greves de PMs ameaçam se espalhar pelo Brasil


Segurança pública

Greves de PMs ameaçam se espalhar pelo Brasil

Sem que situação na BA esteja definida, associações policiais de 8 estados e do DF ameaçam paralisação para pressionar parlamentares a aprovar PEC 300

Bruno Huberman, Gabriel Castro e Marina Pinhoni
Soldados do Exército observam manifetação de policiais militares em greve que desde a semana passada ocupam a Assembleia Legislativa da Bahia
Soldados do Exército observam manifetação de policiais militares em greve que desde a semana passada ocupam a Assembleia Legislativa da Bahia (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Embora oficialmente não esteja encerrada, a greve de policiais militares na Bahia parece caminhar para um desfecho nesta quinta-feira. Os grevistas desocuparam o prédio da Assembleia Legislativa do estado e os líderes do movimento foram presos. O fantasma das paralisações de PMs, no entanto, não foi exorcizado. Pelo contrário. Nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, uma assembleia com representantes de várias organizações nacionaisdefinirá se os policiais fluminenses também interromperão os trabalhos. E o que se desenha é a possibilidade de nacionalização dos protestos. Nas últimas semanas, associações policiais de todo o Brasil parecem ter superado suas divergências ideológicas (já que muitas são aparelhadas por partidos políticos) e se unido em torno de um objetivo comum: pressionar o Congresso para que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300/2008, ou apenas PEC 300, seja aprovada.
Leia também:

O projeto da PEC 300 cria um piso nacional para policiais militares e bombeiros no valor de 3 500 reais – bem acima da média nacional. Segundo um levantamento realizado pelo site de VEJA, oito estados e o Distrito Federal estão com negociações em andamento e ameaçam entrar em greve nos próximos dias. São eles: Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Alagoas, Espírito Santo, Goiás, Tocantins e Mato Grosso (veja mapa abaixo). “Na semana que vem, muitas corporações vão parar se a coisa continuar desse jeito”, afirmou o sargento Gilberto Cândido de Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Cabos e Soldados (Ancs), que também é presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM de Goiás (ACS-GO).
Ciente do impacto que a PEC 300 teria nas contas públicas, especialmente para os estados, o governo tem usado sua ampla maioria no Congresso para adiar repetidas vezes a votação do projeto. A proposta foi aprovada em primeiro turno na Câmara, mas precisa de uma nova votação na Casa antes de seguir para o Senado. Em tese, bastaria a vontade do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para concluir a votação.
Frente dupla - Diante da resistência em Brasília, as associações estaduais trabalham em duas frentes: ao mesmo tempo em que se articulam nacionalmente pela PEC 300, reivindicam localmente questões específicas. “Claro que as mobilizações são uma pressão pela PEC 300, mas cada associação também tem que lutar dentro do próprio estado”, disse o tenente Aparício Santellano, presidente da Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (Asstbm). “Não queremos que aconteça com os policiais o mesmo que aconteceu com os professores. Estabeleceram um piso nacional, mas os governadores não cumpriram.”
Em muitos casos, as reivindicações se assemelham: aumento salarial, revisão do plano de carreira, carga horária de 40 horas semanais, aumento do efetivo e melhores equipamentos. “Temos soldados com 22 anos de polícia que ainda não foram promovidos a cabos”, observou o sargento Jean Ramalho, presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros do Espírito Santo (ACS-ES). “No Rio de janeiro, por exemplo, esse tempo já foi reduzido de oito para seis anos. A reestruturação possibilitaria essas promoções”.
Em alguns estados, as chances de estourar uma greve nos próximos dias são maiores. Em Alagoas, por exemplo, há fortes indícios de que a paralisação comece nesta quinta-feira caso não haja avanço nas negociações com o governo. Está marcada para hoje uma reunião entre as associações e a Secretaria de Gestão Pública. “Infelizmente a gente só consegue alguma coisa neste país com a força da mobilização”, lamentou o major Wellington Fragoso, presidente da Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal). “As leis têm que ser cumpridas também pelo estado”.
Os representantes de classe são unânimes em apontar que a greve é o último recurso utilizado depois do fracasso das negociações – que algumas vezes não é nem iniciada. “O maior problema que enfrentamos é a falta diálogo”, afirmou o sargento Cândido de Lima, de Goiás. “O governador Marconi Perillo (PSDB) não aceita sentar conosco para conversar. Ele já desmarcou três reuniões. Se ele continuar com essa atitude, estará provocando uma situação que não queremos: a paralisação”.
No Distrito Federal e no Espírito Santo, assembleias com indicativos de greve estão marcadas para a próxima semana. Os policiais do Rio Grande do Sul deram até o carnaval para o governo aceitar as suas reinvindicações. As negociações estão bastante avançadas no Paraná, mas bem pouco em Tocantins. No Mato Grosso, a mobilização começou nos últimos dias e os representantes já falam em cruzar os braços. No Pará, os grevistas foram prontamente atendidos pelo governador Simão Jatene (PSDB) depois de uma paralisação de apenas um dia.
Por enquanto, governo e oposição têm o mesmo discurso: os movimentos grevistas não vão acelerar a tramitação da PEC 300. "Existe um problema real dos salários dos policiais e ele precisa ser resolvido com diálogo dentro dos estados, a partir da possibilidade de cada Orçamento”, argumenta Cândido Vaccarezza (PT-SP), o líder do governo da Câmara. “Não é a União que tem de resolver o problema do salário dos policiais". Mesmo dentro do PSDB, a posição é de cautela. O partido, que governa oito estados, sabe que a aprovação da proposta poderia dificultar a gestão dos orçamentos locais. "Não é salutar", disse o líder tucano, Bruno Araújo (PE).
Líder do movimento mato-grossense, o deputado federal Cabo Juliano Rabelo (PSB-MT), que estará na assembleia desta quinta no Rio, pensa de outra maneira. “Se a polícia parar, o Brasil para”, afirmou. “A única coisa que queremos é a valorização do profissional de segurança.” Mesmo sendo membro da base aliada do governo, Rabelo é taxativo: “Se acontecer uma catástrofe nacional, só terá uma culpada: a presidente Dilma Rousseff.”...



Bombeiros, policiais civis e militares entram em greve
Paralisação começa às 0h desta sexta-feira e foi decidida em ato na Cinelândia, no Centro do Rio

POR RICARDO ALBUQUERQUE


Rio - Os bombeiros e policiais militares entraram em greve geral na noite desta quinta-feira. A decisão foi tomada durante assembleia na Cinelândia, no Centro do Rio. Segundo o comando do movimento, a greve é por tempo indeterminado.

>> CONFIRA NAS BANCAS: Novas datas do reajuste da Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros

Manifestantes estão concentrados na Cinelândia | Foto: Ernesto Carriço / Agência O Dia

A decisão dos manifestantes é de permanecer parados dentro dos quarteis, a partir da 0h desta sexta-feira.

De acordo com a decisão das duas primeiras assembleias, foi determinado que todos os bombeiros e policiais militares passarão todo o período dentro dos respectivos quarteis. "Se prender um, vai ter que prender todo mundo", disse Wellington Machado, cabo do 22º BPM (Benfica)

Pouco depois do anúncio da greve de PMs e Bombeiros, foi a vez da Polícia Civil decretar sua greve. Segundo os líderes do movimento na instituição, só atendimento básicos serão realizados. "Pedimos para que as pessoas permaneçam em suas casas", disse Fernando Bandeira, presidente do Sindicato dos Funcionários da Polícia Civil.

Os líderes dos bombeiros garantiam que haveria greve caso algum item da sua pauta de reinvindicações não fosse atendido pelo governo. Eles pedem a libertação do cabo Benevenuto Daciolo, preso no fim da noite de quarta-feira, auxílio-transporte e alimentação de R$ 350, piso salarial de R$ 3.500 e jornada de 40 horas semanais.

Tropas federais a qualquer momento, diz Beltrame

Beltrame, em Brasília: ‘Problema a gente resolve com diálogo e ordem’ | Foto: Divulgação

Tropas do Exército, em caso de greve, podem ser acionadas a qualquer momento para garantir a segurança de moradores e turistas que visitam o Rio, de acordo com o secretário de Segurança José Mariano Beltrame. Nesta quinta-feira, em Brasília, ele disse que o plano está pronto desde os Jogos Pan-Americanos de 2007. “Temos um protocolo de ações construído desde aquele ano, e o foco é o interesse público e manutenção da paz”, ressaltou.

Autoridades da Segurança se reuniram nesta quarta-feira com a cúpula do Comando Militar do Leste para ajustar detalhes do possível pedido de auxílio às tropas federais. Mais cedo, Beltrame disse que acreditava num acordo com os profissionais da Segurança, apelando para o ‘bom senso’ dos servidores.

Aumento aprovado na Alerj

A Assembleia Legislativa do Rio aprovou nesta quinta-feira, por 60 votos a um (duas abstenções e sete faltosos), o projeto de lei que concede 38,81% de aumento aos 122.640 servidores da Segurança Pública, que será quitado em fevereiro de 2013.

O governador Sérgio Cabral voltou a afirmar, na tarde desta quinta-feira, que descartava qualquer possibilidade de greve. Ele citou que o reajuste concedido à categoria representa impacto de R$ 1,8 bilhão nos cofres públicos e disse que confia nas instituições.

“Os profissionais da segurança sabem que esse não é o melhor método e reconhecem que estamos fazendo e que há ainda muito a ser feito. Se todos os meus antecessores tivessem feito o mesmo, o padrão salarial dos militares seria um dos melhores. Mas não fizeram nada antes de mim”, afirmou o governador.




http://odia.ig.com.br/portal/rio/bombeiros-policiais-civis-e-militares-entram-em-greve-1.405009