"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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domingo, 3 de junho de 2012

Caso da Juiza Patrícia Acioli - A verdade!


quinta-feira, 31 de maio de 2012

O que aconteceu no julgamento e a mídia não mostrou...

Essa postagem foi extraída de um blog, após o autor ter conhecimento do caso.
CASO DA JUIZA PATRÍCIA ACIOLI – O GRITO DE UMA IRMÃ, UMA ESPOSA E UMA FILHA DE UM MILITAR ACUSADO DE UM CRIME QUE NÃO COMETEU!!!
ATENÇÃO ANASPRA, ATENÇÃO ASSOCIAÇÕES DE PRAÇAS DO RJ, VÃO DEIXAR UM INOCENTE SER ACUSADO INJUSTAMENTE?



O grito de desespero de uma irmã, uma esposa e uma criança, conforme e-mail recebido por mim descrito abaixo e acompanhado das devidas provas, enviados pela esposa de um soldado PM carioca. Leiam todo o texto do principio ao fim, inclusive o anexo e vocês chegarão a conclusão como eu cheguei que o soldado acusado, é mais um desses erros da justiça, esse caso é igualzinho ao que aconteceu aqui no caso da "SERRA", para se dar uma satisfação a sociedade, pegaram os verdadeiros criminosos e de carona levaram junto militares inocentes, como o Cb que se suicidou, um Sgt inocente e um Ten, todos chegaram após o crime ter sido cometido. Para as nossas autoridades (principalmente as militares) que se dane a inocência deles, o mais importante é dar uma satisfação a sociedade, mesmo que custe a morte e a liberdade de um inocente.
Assim é essa postagem em pauta, pelo menos um inocente esta preso injustamente, as provas estão ai, o que falta para esse militar estar solto? Algum membro dos Direitos Humanos carioca podem me responder? E se houver uma rebelião nesse presidio como será, o primeiro lugar que os verdadeiros bandidos irão é onde esse soldado se encontra e a vida dele estará em risco. Com a palavra as nossas autoridades cariocas e a todos nós militares do Brasil.

DA ACUSAÇÃO LEVADA A TERMO PELO MINISTERIO PUBLICO.
Os denunciados, com vontade livre e consciente, em unidade de desígnios entre os mesmos e com os demais denunciados, concorreram para o cometimento da infração penal acima descrita, prestando auxilio moral e material à concretização do propósito criminoso, a ele aderindo, passando, então, a estimular e instigar a sua prática, aquiescendo na cessão de parte de seus "lucros" no que se denomina "espólio de guerra", cujo destino seria a distribuição entre os eventuais executores do homicídio, bem como auxiliaram na obtenção ilegal dos veículos, armas e munições utilizados na prática do ilícito penal.
Em juízo foi dito pelos delatores que:
“(...) que pelo que sabe ninguém comunicou ao soldado Medeiros que estavam indo cometer o atentado no dia 11 de agosto; que o soldado Medeiros não sabia da intenção (planejamento) de matar a Juíza, nem na primeira nem na segunda oportunidade;(...)
E sobre a suposta reunião:
“ (...) que não se lembra se todos os integrantes do GAT participaram de tal conversa(...)”
(Depoimento do réu confesso, as fls 2997 Vol. 17 dos autos principais)

Registre-se, que o acusado tido por confesso, que desde a sede policial manifestou o desejo de beneficiar-se da delação premiada, expressamente eximiu o réu da autoria do delito, uma vez que afirmou que o mesmo sequer participou dos atos preparatórios, ou ainda que tivesse ciência de que a real intenção de executar a Sra. Patrícia, ou ainda de seu planejamento.
Junior Cezar de Medeiros é o de menor graduação na hierarquia militar, e trabalhava tão somente como motorista de uma das viaturas do GAT, e cabia a ele nas incursões em áreas de risco, tomar conta das viaturas, isto é nem mesmo poderia deixar o local onde estacionavam.
Sendo importante destacar ainda que sendo o acusado em epigrafe um Soldado da Policia Militar, encontra-se subordinado a:
Cabos Pm ; 3º, 2º e 1º Sargentos PM; Sub Oficial PM; 2º e 1º Tenentes PM; Capitão PM; Major PM; Tenente Coronel PM; e por ultimo Coronel PM;
Vejamos então o depoimento de algumas testemunhas em Juízo:
As Fls. 2815 temos o depoimento do Ilustre Promotor de Justiça Dr. Paulo Roberto Mello Cunha Junior, que afirmou que o acusado seria desconhecido daquela vara criminal, onde ele como promotor de justiça oficiava:
(...)Dada a palavra à Defesa do acusado JUNIOR CEZAR DE MEDEIROS, foi perguntado e respondido: que não se recorda se o nome do acusado Junior Cezar figura em algum dos autos de resistência investigados; que não se recorda se já ofereceu alguma denúncia contra o acusado Junior Cezar; que não se recorda do nome Junior Cezar de Medeiros;(...)
No mesmo sentido a Douta Promotora de Justiça Dra. Ana Beatriz Miguel de Aquino, que também oficia junto a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, que afirmou que sequer se recorda do nome do acusado. Vejamos então, as fls 2.819:
“(...)Dada a palavra à Defesa do acusado JUNIOR CEZAR DE MEDEIROS, foi perguntado e respondido: que não se recorda do inquérito e da denúncia envolvendo a vítima Diego e por isso não sabe dizer se Junior Cezar fez ou não parte do rol de acusados; que o nome Junior Cezar de Medeiros não é estranho à depoente, mas não se recorda se esse nome está ou não envolvido com autos de resistência nem a quantidade de autos de resistência.(...)”
No mesmo diapasão segue o depoimento do Policial Civil, Sr.Ricardo Henrique Moreira, as fls 2.832 b:
“(...) que não se recorda se o Soldado Junior Cezar de Medeiros consta como indiciado em algum auto de resistência; que só havia ouvido falar a respeito do Junior Cezar que o mesmo era muito próximo do Benitez, sendo talvez primo do mesmo, tendo talvez chegado juntos no 7º BPM (como lotação); que não sabe se Medeiros fazia parte do GAT desde o início da formação da equipe ou não, apenas sabendo que o mesmo seria um dos motoristas; que não se lembra dos oito nomes dos indiciados, mas acha que Medeiros não consta como indiciado pela morte de Diego, mas acha que não; que não sabe se o Medeiros teria sido afastado por influência de Dra. Patrícia Acioli (judicialmente); que não sabia a patente do Junior Cezar de Medeiros e não sabe se ele era o "Júnior" citado pela Advogada Ana Cláudia e em outros comentários análogos;(...)”
Ainda temos mais um serventuário do TJ, Sr. Dario Ferreira Leal, que laborava junto à 4ªVara Criminal de São Gonçalo, que em seu depoimento prestado perante este Juízo, as fls. 2.850, afirmou categoricamente que:
“(...)que como secretário da magistrada, processava os procedimentos sigilosos; que trabalhou no procedimento envolvendo a morte do menor Diego; que não sabe dizer o nome de todos os acusados envolvidos na morte do menor Diego e por isso não sabe dizer se Junior Cezar foi denunciado;(...)”
Comprovando ainda que o ora acusado, era um policial sem muita, ou nenhuma expressão, a ponto de ser desconhecido por outros policiais, temos o depoimento do SGT PM Denildo Santos Correia, as Fls 2853, onde afirma:
“(...)Dada a palavra à Defesa do acusado JUNIOR CEZAR DE MEDEIROS, foi perguntado e respondido: que não conhece o acusado Júnior Cezar de Medeiros, não se recorda dele (ao telo apontado nesta oportunidade); que não se recorda de auto de resistência assinado pelo Soldado Medeiros; que não se recorda de denúncia contra o Soldado Medeiros, nem de populares, nada conhecendo de ilícito praticado por Júnior Cezar de Medeiros; que a cadeia de Comando funciona da seguinte maneira: o comandante do GAT é que dá as ordens nos assuntos do mesmo; que atualmente o comandante do GAT é um Oficial, um Tenente; que o soldado não tem voz de comando; que o Soldado pode dar sugestões mas só obedece ordens (e não as dita) no grupamento; que o soldado pode se dirigir diretamente ao Comandante por liberdade dada pelos comandantes na atualidade, mas hierarquicamente, o soldado deveria se reportar ao seu superior imediato até chegar o assunto a comandante; que comunicado a ser feito pelo Soldado, deverá se dirigir ao comandante de companhia dele, o qual poderá se dirigir ao Comandante.
Temos ainda o depoimento da testemunha arrolada pela defesa técnica o Ten PM Raphael Paulino da Silva, as fls 2.913:
Dada a palavra à Defesa do acusado JUNIOR CEZAR DE MEDEIROS, foi perguntado e respondido:
que não conhecia o Medeiros, sendo que ele também não estava na audiência de São Gonçalo (relativa ao auto de resistência).
E por derradeiro:
Qual o motivo para que o soldado Medeiros desejar a morte da Juíza, se este nunca sentiu-se prejudicado por ela, ate mesmo porque sequer jamais ingressou em uma vara criminal (a não ser na condição de condutor ou testemunha de alguma prisão)?
Quando se iniciou a investigação do atentado que vitimou a Sra. Patrícia Accioli, o acusado em epigrafe, o Sd Medeiros configurava figurava tão somente como testemunha, tendo comparecido em sede policial quando solicitado, não tendo recusando-se a dizer o que sabia sobre os fatos. Ocorre que estranhamente o mesmo após algum tempo passou a figurar na condição de acusado, sem um único motivo justo para tal inversão.
Não obstante, tem-se que o acusado, apesar de já laborar há mais de 06 anos na PMERJ,jamais matou alguém, nem mesmo em confrontos policiais, mesmo que seja algo tido como fato comum na policia carioca, tanto que encontramos as certidões apresentadas pelos cartórios cariocas e pela Vara de Execuções Penais, senão vejamos:
As fls 2.274  encontra-se certificado pelo sistema de identificação do IFP que NÃO CONSTA assinalamento de antecedentes criminais no SEI
As fls 2.340 – consta a FAC do denunciado onde o único apontamento é o deste processo;
As Fls  2.352/2.353  juntada a Certidão de Feirtos criminais junto a AJMERJ, ondeNENHUM apontamento existe em desfavor do acusado;
As fls. 3.176 - consta certidão do cartório distribuidor do 1º oficio da Comarca de Niterói, onde certifica que em desfavor do acusado NENHUM APONTAMENTO, além do presente, existe;
E por derradeiro
As fls 3.190 - encontra-se juntada de certidão da VEP, certificando que NÃO CONSTAperante aquele Juízo, nenhum procedimento ou carta de execução de sentença em desfavor do acusado.

O QUE FAZ ESTE SOLDADO NA CADEIA???

 SERVINDO DE "BODE EXPIATÓRIO"(*) AO SISTEMA; SACRIFICADO COMO UM ANIMAL PARA SATISFAZER A EXIGÊNCIA DE JUSTIÇA DE UM POVO CUJA AS AUTORIDADES NÃO TENDO COMPETÊNCIA PARA ISTO, FAZ DESTE UM  SÓCRATES (**)

(*) OBS:        Sentido figurado do termo
Em sentido figurado, um "bode expiatório" é alguém que é escolhido arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou qualquer evento negativo (que geralmente não tenha cometido). A busca do bode expiatório é um ato irracional de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas sem a constatação real dos fatos.
A busca do bode expiatório é um importante instrumento de propaganda. Um clássico exemplo são os judeus durante o período nazista, que eram apontados como culpados pelo colapso político e pelos problemas econômicos da Alemanha.
Os grupos usados como bode expiatórios foram (e são) muitos ao longo da História, variando de acordo com o local e o período.
Atualmente, o uso de bodes expiatórios é cada vez mais combatido e, quanto esta tendência é levada ao seu extremo, podem ser criadas regras sociais de controle da linguagem, como no caso do politicamente correto.


(**)  "...Sêneca, em suas obras, evocou com freqüência a bravura de personalidades históricas diante da morte. Sócrates, perante a perspectiva de tomar cicuta, manteve a calma e o humor. Consolou os discípulos em vez de ser consolado, episódio que Platão, o maior deles, registrou em sua obra-prima, Fédon. “Chegou a hora de partir, vocês para a vida, eu para a morte”, disse Sócrates na hora de execução de sua sentença, segundo Platão. “Qual dos dois destinos é melhor, ninguém sabe.” Sêneca mostrou a mesma bravura das pessoas que tanto citou. Acusado de conspiração, recebeu do tirano romano Nero, de quem tinha sido preceptor, a sentença de se matar. Na perpétua instabilidade da sorte, Sêneca passara de homem forte do reinado de Nero (antes que este ficasse louco) a renegado. Como Sócrates, confortou os amigos e familiares que o cercavam desesperados no momento derradeiro. Cortou os punhos e se deixou levar serenamente..."






segunda-feira, 25 de abril de 2011

QUEM É SEGADAS VIANNA?

Jornalista, Cientista Político e Consultor Político,  atua como consultor de campanhas eleitorais desde 1978 e além de colaborador de colunas políticas importantes, tem artigos publicados nos grandes jornais do Rio, como o caderno de Idéias do JB. "Edita o Blog Falando a Verdade!(http://falandoaverdadecomsegadasvianna.wordpress.com)  entre vários outros veículos de informação, voltado para a área de segurança pública"

 ALGUNS ARTIGOS:

A Luta Armada no Brasil

Procuramos aqui dar um pequeno painel sobre o que acontece em termos de luta armada no país. Recordamos que este mesmo artigo foi publicado por nós no antigo Caderno Especial do VoteBrasil. Quem não leu tem a chance de reler agora.

Quando nos dispusemos a escrever sobre luta armada no Brasil logo nos vieram à mente coisas como a luta dos escravos pela liberdade, as diversas revoluções armadas que tivemos e a história oficial minimiza ou abranda, o golpe de 64 ou a Redentora para outros, os diversos movimentos da esquerda revolucionária em 68 e aí descobrimos que não estávamos dispostos a escrever sobre o passado da luta armada e sim sobre o presente.

E aí logo nos perguntam, mas ainda existe luta armada no Brasil de hoje ?

A resposta nos vem rápida e segura. Existe sim e em diversas frentes e modalidades e por quase todo o país.

Começando na área política podemos falar dos conflitos entre fazendeiros e sem-terras, que capitaneado por lideranças comunistas revolucionárias partiram para o confronto direto e armado, com seus acampamentos batizados com nomes da revolução cubana e decorados com posters de Che Guevara e Karl Marx.

Os fazendeiros, principalmente no Sul do país montaram, para se defenderem, milícias muito bem armadas que percorrem, até mesmo uniformizadas e encapuzadas as terras das fazendas, principalmente durante a noite, horário preferido dos sem-terras. Essas milícias que atuam em grupos pequenos ou de maior número de integrantes atuam à pé em postos fixos nas fazendas ou patrulhando as cercas à cavalo. Utilizam armamento de defesa pessoal como revólveres cal. 38 e cal. 45 e armas ofensivas como pistolas cal. 9mm, espingardas cal. 12 e rifles de assalto AR-15 ou espingardas cal. 44. Em sua maioria integradas por pistoleiros profissionais, ex-policiais ou policiais licenciados ou de folga elas possuem maior poder de fogo, com as armas trazidas por contrabandistas do Paraguai e de Miami e melhor preparação para o combate do que os sem-terra, mas como não possuem respaldo legal ou político muitas vezes se esquivam do combate direto, preferindo ações de dissuasão.

Já os sem-terra, principalmente grupos à esquerda do MST ( existem sim !), dispõe de campos de treinamento de guerrilha no interior do país, com práticas de guerra semelhantes aos vietcongs, os cubanos e os chineses. Possuem um armamento bem menos sofisticado variando de revólveres cal. 38 a espingardas cal. 12 e cal. 44 até facões e foices. Compensam a falta de profissionalismo militar com o treinamento político comunista que lhes incute a idéia de que sua luta é justa e a vitória pode tardar , mas virá. Além disso, ainda contam com a simpatia de grande parte da população menos esclarecida que considera os sem-terras grupos de pobres coitados que vagam pelo país em busca de um pedacinho de terra para plantar e viver.

Os enfrentamentos de maior monta são constante e a morte de 19 sem-terra no centro-oeste do país num combate com policiais militares, obviamente desfavorável para os sem-terra, mal armados, mas nem por isso menos provocativos ou atrevidos e a tortura e morte de policiais militares do serviço secreto da PM no Nordeste praticados por sem-terras demonstra o grau que esse conflito atingiu envolvendo agora forças para-militares organizadas e não apenas pistoleiros de ambos os lados.

No campo político ainda existem também boatos não confirmados que pequenos grupos de ultra -esquerda mantém sítios e pequenas fazendas para treinamento de prática de guerrilhas, mas esses grupos se possuem armamentos, esses são desprezíveis e conta que até espingardas de ar-comprimido, a popular espingarda de chumbinho, são utilizadas nesses treinamentos, porém de qualquer forma esses grupos mantém sua ala "militar" ativa de alguma forma.

No Norte do país, na Amazônia semi-ocupada, a relação , ainda no campo político da luta armada, se dá entre os grupos de ultra-esquerda de sem-terras e grupamentos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARCs. Nesse ponto essa relação que envolve tanto treinamento militar como empatia política e contrabando de armas e drogas a coisa começa a servir de ponte para um outro eixo da luta armada no país, o da criminalidade organizada.

Em São Paulo continua forte e atuante o primeiro Comando da Capital, o temido PCC responsável por execução de juizes, tráfico de drogas, assaltos , esquemas de fuga nas cadeias e controle da totalidade da massa do sistema prisional paulista. Hoje o PCC é uma estrutura organizada e militarmente muito bem armada , que conduz de forma violenta suas ações contra a sociedade legal, obviamente com intuito de crescimento financeiro pessoal de seus membros e de sua organização criminosa. Hoje o PCC já estabeleceu laços bem sólidos com a facção criminosa carioca denominada Comando Vermelho sobre a qual, entre outras, iremos falar a seguir.

No Rio de Janeiro a situação é muitíssimo mais grave.

Várias facções criminosas altamente organizadas estão atuando. Seus chefes lêem a Arte da Guerra de Sun-Tzu, recebem assessoria das FARCs e de ex- guerrilheiros da direita angolana refugiados no Rio de Janeiro e mantém estruturas armadas altamente organizadas, muitas vezes treinadas por militares ou ex-militares brasileiros também.

Essas estruturas, por grupos ou áreas determinadas chegam a reunir várias centenas de homens em armas permanentemente. Os principais grupos criminosos organizados e que mantém estruturas para militares atuando no Rio de janeiro são o Comando Vermelho, hoje denominado Comando Vermelho Rogério Lemgruber, o CV-RL , que leva o nome do fundador do Comando Vermelho, o assaltante de bancos Rogério Lemgruber, também conhecido por "Bagulhão" e dentro da estrutura original do CV como "General". O Comando Vermelho Rogério Lemgruber é hoje o grupo criminoso organizado e armado mais poderoso do Rio de Janeiro, dominando a maior parte das áreas carentes da cidade. Atualmente há uma sub-divisão do CV-RL que se denomina Comando Vermelho Jovem, que como o nome diz é formado principalmente por jovens criminosos, extremamente aguerridos e agressivos que contestam a lideranças tradicionais do CV que hoje estão encarceradas. O CV-RL e o CV-Jovem devem reunir em torno de 10 mil homens armados fortemente nas favelas em que atuam. Seu principal armamento são as pistolas cal. 9mm, 40; submetralhadoras israelenses UZI e as brasileiras URU e os fuzis de assalto AR-15, Rugger cal. 223, FAL cal.7.62, SigSauer e G-3, além de granadas de efeito moral e de ataque e metralhadoras antiaéreas ponto 30 e ponto 50; sendo que algumas até mesmo dispõem de bazucas e lança-rojões, mas que poucos sabem utilizar realmente. Outro grupo muito bem armado, treinado e estruturado é o denominado Amigos dos Amigos, o ADA. Formado além de por criminosos por policiais militares expulsos ou que ainda estão na ativa o ADA domina boa parte da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, principalmente, e mantém cerca de 5 mil homens em armas permanentemente. O ADA perdeu muito de seu poder após uma rebelião no sistema prisional comandada pelo CV-RL que dizimou a maior parte das lideranças antigas do ADA. O armamento que o ADA conta é similar ao que conta o CV-RL e o CV-Jovem.

Um terceiro grupo surgido no Rio de Janeiro e hoje também muito poderoso por sua extrema agressividade é o denominado Terceiro Comando. Surgido de uma dissidência do Comando Vermelho o TC apesar de ser um grupo minoritário reunindo cerca de 3 mil homens em armas permanentemente é extremamente agressivo na manutenção de seus domínios e na obtenção de novas áreas de atuação. Dele, o TC, surgiu uma sub-divisão, mais radical ainda, denominada Terceiro Comando Puro, o TCP. Seu armamento, do TC e do TCP, é similar ao armamento dos outros grupos, sendo que um dos grandes abastecedores de armas e munição do Rio de Janeiro, o traficante conhecido pelo vulgo de Robinho Pinga, é membro do TC e em poder de seu grupo já foram até encontradas dezenas de minas terrestres. Esses grupos promovem ações de um misto de banditismo e terrorismo na área do Grande Rio de Janeiro, promovendo blitzes pelas ruas para roubar pessoas ou caçar policiais e queimam ônibus até mesmo com passageiros em seu interior e realizam verdadeiras guerras urbanas para dominar suas áreas de atuação ou conquistar novas áreas. Essas guerras com enfrentamentos à luz do dia, vítimas civis inocentes e pouca interferência da polícia chegam a durar até semanas e delas resultam dezenas de mortos vítimas de balas ou de torturas.

Caso todas essas facções armadas se unissem teríamos um grupo armado e organizado bem maior que as forças policiais do Rio em atividade direta de enfrentamento à criminalidade.

Já no Norte do país, na Amazônia semi-ocupada temos grupos de milícias apoiando madeireiros, garimpeiros e invasores de latifúndios, além de campos de treinamento e esconderijo das FARCs e do peruano Sendero Luminoso.

No Sul do país, na chamada Tríplice Fronteira, Brasil-Paraguai e Argentina, há fortíssimas evidências da existência de bases ativas da Al-Qaeda e de outros grupos palestinos como o Hammás, sendo que a maioria dessas bases destina-se a abrigar militantes "queimados" em suas áreas de ação e à obtenção de fundos para suas atividades. No Nordeste , no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são as milícias dos plantadores de maconha que dominam as pequenas cidades e suas vias de acesso

A luta armada "oficial" no Brasil de hoje é uma realidade incontestável. As forças policiais estaduais e federais são insuficientes tanto em termos de pessoal como de armamentos para enfrentá-la e ou as autoridades federais resolver colocar o problema como uma questão de segurança nacional ou em breve nem as Forças Armadas com seus efetivos profissionais serão capazes de enfrentá-la. Fica mais fácil para os governos estaduais e o governo federal minimizar o problema, pois temem receberem a chancela oficial da incompetência ao assumirem de fato a grandiosidade e a gravidade do problema.

Esse é quadro da luta armada no Brasil do Lula, que reconheçamos não começou agora, mas vem se agravando nos últimos quatro anos embalado pelo espírito "bolivariano" de parte do PT e de integrantes do governo. O Movimento dos Sem Terra , desdobrado em vários braços, oriundos de suas dissidências, vem à cena com a turma de bandidos, de facínoras do Movimento La Campesina ( A Camponesa, em português) destruindo patrimônio particular, agredindo pequenos fazendeiros e portando armas de calibre médio para garantir suas ações. A turma do La Campesina não esconde suas origens "revolucionárias" e seu desejo de transformar através da "revolução permanente" o regime político brasileiro.

Os braços dissidentes do MST criaram pequenos "exércitos revolucionários" e através das ações desses "exércitos" procuram criar o caos e ganhar, principalmente, notoriedade através de suas ações.

Não há a menor dúvida que as diversas organizações que hoje atuam na área do chamado " movimento dos sem-terra" apostam forte na transformação violenta do Estado e disputam a primazia de realizar essa transformação que eles acreditam que pode acontecer.

Já na área do tráfico de entorpecentes a nação se inquieta, se revolta e se indigna com o documentário exibido ontem pela Rede Globo, denominado "Falcões, os Meninos do Tráfico".

Não dá mais para esconder, pois a "chancela" oficial da Globo faz com que a verdade seja estampada em larga escala, que é toda uma geração de uma classe social que se encontra engajada na luta armada contra a sociedade legal.

Em determinado momento um desses "falcões" chega a admitir que eles não fazem parte da sociedade organizada, que eles são o nada (sic.) , mas que esse nada vai se fazer ouvir enquanto sociedade do morro. As armas portadas pelos integrantes do tráfico de entorpecentes não deixa a menor dúvida quanto à existência de uma verdadeira luta armada no país.

E impressionou ainda , de forma quase escandalosa, a parte final do documentário em que se mostra que já há uma terceira geração se preparando para assumir o tráfico através de suas "inocentes" brincadeiras.

Os"falcões" são o retrato do Brasil em armas sem uma orientação política. São o retrato da guerra civil que pode se dizer que já existe entre a sociedade legal e organizada e a sociedade que existe na ilegalidade, nos subterrâneos da cidade partida brasileira.

As organizações armadas do tráfico de entorpecentes já se espalharam por todo o país e seu poder de influência e seu raio de ação já fugiu do Sudeste para se espalhar pelo país de ponta a ponta.

Finalmente , para encerrarmos essa questão da luta armada no Brasil contemporâneo, podemos falar da completa omissão do governo federal que não mobiliza de forma nenhuma de maneira efetiva suas tropas profissionais para combater esses "exércitos" clandestinos.

Quando sabemos que somente a mobilização efetiva de tropas especializadas como a Polícia do Exército, os Fuzileiros Navais, os Batalhões de Guardas, os Batalhões de Selva poderiam começar a dar um fim nessa situação dramática pela qual o país atravessa e vemos que nada é feito realmente nesse sentido começamos a pensar aonde poderia de fato nascer o final das lutas armadas no Brasil contemporâneo, o Brasil do Lula. A luta armada, quase uma guerra civil, que ocorre entre a sociedade legal e o crime organizado no Rio de Janeiro tem vários financiadores que não os usuários de drogas como tenta impingir a propaganda oficial e da ONG Parceria Contra as Drogas.

Não é de hoje que se afirma nos bastidores da Polícia, do Judiciário e do jornalismo policial investigativo que os grandes contraventores cariocas estão por detrás do financiamento do tráfico de drogas e do contrabando de armas. Há quem afirme até que estas áreas estariam divididas entre os grandes "bicheiros" cabendo a cada um uma fatia desse bolo criminoso.

Não sabemos até onde vai a verdade nesta afirmação, mas podemos afirmar com a mais absoluta certeza de que um dos grandes "bicheiros" cariocas, o mais jovem deles, já morto, financiava a compra de drogas e armas nas favelas da Zona Sul dominadas pela facção criminosa Comando Vermelho Jovem. Este contraventor chegava, quando vivo, a manter em seu escritório particular num bairro chique da Zona Sul carioca um mapa onde marcava com alfinetes coloridos os morros que eram "seus". Esse financiamento, também segundo se comenta nos bastidores, foi o que ocasionou seu assassinato bem provavelmente a mando do traficante, também já morto, líder da facção criminosa Terceiro Comando conhecido pelo vulgo de "Gangan".Dias após o assassinato do contraventor, "Gangan" que era procurado há meses pela polícia carioca, foi "encontrado", "resistiu" e foi morto por uma equipe de dez policiais comandados por dois Delegados de Polícia.

A contravenção carioca , que perdeu bastante espaço para seu principal concorrente na área dos jogos, o governo federal, já a algum tempo vem desviando suas ações para outras atividades criminosas. No Rio não há uma "máquina caça-níqueis" que funcione em bares ou em bingos sem que se pague uma "taxa" ao contraventor "dono" da área. Essa situação aliás movimenta no Rio a maior guerra dos últimos tempos na contravenção e os dois contraventores que disputam a primazia pelo controle do jogo na Zona Oeste carioca lideram cada um pequenos esquadrões compostos por cerca de 40 homens muito bem armados, sendo a maioria ex-policiais, bombeiros e agentes penitenciários, além de policias corruptos da ativa e as mortes se sucedem nessa disputa.

A luta armada, quase guerra civil, que ocorre no Rio de Janeiro tem financiadores bem visíveis, além dos usuários de drogas.

Só falta a Polícia Federal e ao Ministério Público Federal,que dispõem de maior independência, investigar a fundo a origem do dinheiro que financia essa guerra.

Será que falta coragem ou falta determinação superior ?

O certo é que enquanto isso não for investigado a fundo sempre irá pairar sobre algumas instituições, principalmente as policiais estaduais e federal, a forte suspeita de que existe algum interesse escuso protegendo os financiadores desta guerra.

Opinião do Jornalista Segadas Vianna sobre a recente corrupção policial no Rio de Janeiro

Policiais cometendo crimes não me surpreende. Qualquer pessoa pode optar por ser um criminoso, ainda mais quem trabalha e acaba vivendo com tanta proximidade de atividades criminosas altamente lucrativas. Em um país onde , como dizia Ruy Barbosa, "a desonestidade é tanta que dá vergonha de ser honesto" os maus exemplos se estendem lá de cima até nossas polícias.

Opinião do Jornalista Segadas Vianna sobre a recente corrupção policial no Rio de Janeiro



Meu primeiro sentimento é de constrangimento envergonhado. Não pelos policiais presos , pois ninguém é perfeito, muito menos o ser humano e pessoas em todas as áreas profissionais e sociais a qualquer momento passam de insuspeitas e até renomadas a perpetradores de crimes e atos bárbaros. O constrangimento e a vergonha vem pelas duas Polícias, a PM e a PCERJ, duas forças policiais com heróis abnegados em seu meio e que a duras penas e com salários quase miseráveis vinham conquistando o apoio opular e sua autoestima.

Policiais cometendo crimes não me surpreende. Qualquer pessoa pode optar por ser um criminoso, ainda mais quem trabalha e acaba vivendo com tanta proximidade de atividades criminosas altamente lucrativas. Em um país onde , como dizia Ruy Barbosa, "a desonestidade é tanta que dá vergonha de ser honesto" os maus exemplos se estendem lá de cima até nossas polícias.

Foram cometidos sérios erros de percurso em alguns pontos desta história. Um Delegado sai da posição de destaque na máquina administrativa da área de segurança e ordem pública no Estado e no município, além de meio endeusado por parte da imprensa, para a condição de preso e como declarou um Delegado da PF existem situações muito sérias o envolvendo. O que teria motivado a "Rádio Corredor" não ser ouvida, pois certamente ela já trombeteava há muito tempo o que acontecia e ainda não havia vindo à público?

Sérios e incalculáveis danos foram causados à boa imagem dos policiais corretos e heróis e às suas corporações e instituições, à boa macropolítica de segurança pública que vinha sendo implementada com sucesso e voltamos à estaca zero em termos de opinião pública que sempre falou: "polícia é tudo ladrão", "todo policial é corrupto"" e por aí vai. Errados ou não, uma situação destas só avaliza seu discurso generalista.

Tudo passa,tudo cansa, dizem os franceses e certamente também essa situação seguirá seu curso normal, ou seja, alguns presos serão condenados, expulsos de suas forças e pagarão por seus crimes. Outros , por falta de provas cabais ou quaisquer outras situações serão inocentados e seguirão suas vidas mas sempre com a "marca no pescoço deixada pela guilhotina". E muitos ainda continuam acreditando que vale a pena continuar no desvio. E como disse o secretário Beltrame isso é antigo por aqui mesmo. Na década de 90 ouvi de um policial que o que se dizia sobre uma determinada especializada era o seguinte: Quer ficar rico rápido? Pede para ser lotado lá e leva só duas coisas: um colchão e um saco vazio. E ao perguntar para que estas duas coisas ouvi o seguinte: O colchão para ficar 24 h e dormir dentro da especializada só fazendo levantamento" . E o saco vazio, perguntei: resposta rápida: para encher de dinheiro.. . E em outras forças a situação se repete. Seja aqui no Rio, seja em outros estados e até em outros países onde as polícias recebem altos salários.

Nossa esperança? A de que um dia , silenciosamente, os guerreiros e combatentes das duas polícias "sufoquem" essa galerinha de vagabundos travestidos de policiais.
E ponto.

Segadas Vianna

'Guerra suja' na polícia civil do Rio

'Guerra suja' na polícia civil do Rio faz com que acusações sem consistencia sejam divulgadas de forma irresponsável

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'Guerra suja' na polícia civil do Rio
Hoje no RJ TV da Rede Globo o Chefe da Polícia Civil, Delegado Alan Turnowsky, que vem sofrendo forte oposição dentro da própria estrutura da PCERJ fez acusações, por enquanto sem nenhuma comprovação legal ou jurídica, que a Prefeitura de Rio das Ostras estaria supostamente envolvida em propinas pagas a agentes da DRACO.

Certamente, conforme informou o deputado federal Anthony Garotinho em seu blog, o que aconteceu estava previsto: para se fazer uma cortina de fumaça para se tentar diminuir os efeitos das ações criminosas de membros da DRAE e de PMs adidos à delegacias, se 'jogaria lama no ventilador'.

Contatamos a área de Comunicação da Prefeitura que nos disse que em breve a Prefeitura vai emitir uma nota oficial sobre o assunto.

Desde já, entretanto, reafirmamos nossa fé e nossa confiança na administração ímpar da administração riostrense e temos a certeza de que dessa 'guerra suja' a verdade emergirá e poderá se ver a origem maldosa dessas informações.

O Procurador da Prefeitura, Dr. Renato Vasconcelos falou conosco e garantiu a inverdade das acusações e nos disse que todas as notificações emitidas seja pela polícia civil, sejam por quaisquer órgãos públicos sempre foram respondidas imediatamente e de forma oficial.

Segadas Vianna


Segadas Vianna: Heroísmo que deve ser valorizado

Rio - A tragédia da Região Serrana deixou a descoberto muito além da tremenda destruição, da imensa dor da perda de vidas e bens e da incompetência dos governos na prevenção. Trouxe também à tona o heroísmo, o espírito de desprendimento, o valor pessoal e coletivo de nossos policiais, civis e militares, e nossos bombeiros. 

Eles não são apenas heróis porque trabalharam incansavelmente nas tarefas de resgate, de fornecimento de suprimento e de proteção ao patrimônio dos flagelados. São heróis porque, mesmo ganhando como salário-base um valor em torno de dois mínimos, não demonstraram desestímulo em trabalhar arriscando as próprias vidas, sem descanso sequer, para cumprir o dever.

Hoje, durante a vivência imediata da tragédia e suas consequências, todos certamente reconhecem o valor destes profissionais. Porém , como em quase todas as situações pelas quais já atravessamos, o tempo é implacável para apagar da memória da grande massa as tragédias. Daqui a algum tempo restará apenas a dor dos que tudo ou quase tudo perderam, e policiais e bombeiros voltarão a ser vistos através de uma ótica perversa que estabeleceu para eles o paradigma da incompetência e da violência, no caso dos policiais, e da inépcia e ineficiência no caso dos bombeiros.

Eu não gosto da palavra inveja, mas é com uma ponta dela que assisto a como, em outros países, principalmente nos EUA, se valorizam e se reverenciam os heróis de suas polícias e bombeiros. O primeiro passo para isso já foi dado com os aplausos populares à tomada do Alemão. Cabe agora ao poder público agir concretamente para fortalecer esse espírito valorizando publicamente, não só em declarações como também na área pecuniária, o valor de cada policial e bombeiro que no momento em que escrevo está lá no meio dos escombros buscando por um suspiro de vida a salvar.
Segadas Vianna é jornalista e Consultor de Políticas Públicas

O crack só serve para três coisas...

Dependente de crack é um perigo para si próprio, para sua família e para toda a sociedade. Dependente de crack precisa de internação coercitiva caso seja necessário. Dependente de crack não é 'coitadinho' ou 'vítima da sociedade'...


O crack só serve para três coisas: a primeira destruir o usuário e sua família. A segunda, enriquecer os traficantes. E a terceira? Esta é a mais tragicômica delas. Serve para rechear discursos dos nossos governantes de lindas frases e de belas e inócuas intenções.

É inadimissível que a sociedade continue a conviver e a tolerar com a maior naturalidade a existência de algo como a cracolândia do centro da cidade de São Paulo. É inadimissível que toda uma geração de brasileiros esteja perdendo a vida e neste processo perdendo também o mínimo de dignidade na fumaça das latinhas, dos cachimbos, dos copinhos usados para se fumar crack. É inadimissível que as famílias humildes não tenham clínicas e centros de internação de qualidade em quantidade suficiente. E não me venham com essa história de CAPS e coisas semelhantes.

Dependente de crack é um perigo para si próprio, para sua família e para toda a sociedade. Dependente de crack precisa de internação coercitiva caso seja necessário. Dependente de crack não é 'coitadinho' ou 'vítima da sociedade'. Ele é uma pessoa que porta uma doença avassaladora, que é a dependência química e a dependência de uma droga que leva ao cometimento de crimes violentos. A sociedade é hipócrita e só se mobiliza com relação ao crack quando se vê assaltada, agredida, violentada por um usuário da droga.

A sociedade é hipócrita e só se mobiliza quando alguém famoso ou um filho das classes A ou B se ve envolvido em sérios problemas pelo uso de crack. caso contrário, a sociedade transforma os crackeiros em ' pessoas invisíveis'. E enquanto isso as famílias vão se destruindo, o país vai perdendo uma geração que poderia ser produtiva.

Para os governantes e legisladores 'é bonito' falar do crack do alto de uma tribuna ou sentado à uma grande mesa, de preferencia com mais de trinta cadeiras ocupadas por pessoas imponentes carregando seus títulos imponentes. Crie-se uma comissão, gritará algum. Destine-se verba para isso ou aquilo, gritará outro.Vamos acabar com o crack, gritarão todos.

E no final, tudo acaba como o carnaval na quarta feira. literalmente em cinzas. Só que estas cinzas são as dos cachimbos de crack. Estas cinzas são as dos milhões de usuários que morrem sem atendimento ou vítimas de atos violentos por dívidas ou discussões por causa do crack. nem os criminosos gostam do crack. O PCC, facção que domina o sistema carcerário paulista, já determinou: crack na cadeia nem se vende nem se fuma. Quem desrespeita, morre.

Só as famílias desesperadas sabem o inferno instaurado em suas vidas pelo crack. Só os usuários sabem o quanto dói se verem em uma situação de total degradação e não conseguirem sair dela. O crack é um carrasco implacável.

E aquela história que 'o usuário de crack morre em um ano' é pura balela. Ele pode viver fumando crack, se não ocorrer uma morte trágica por overdose ou por ato violento, até mais de dez anos. Só que neste tempo ele vai destruindo tudo ao seu redor. Nesse tempo ele vai transformando outros em usuários para conseguir seu suprimento de crack. Nesse tempo ele vai talvez matar e roubar para conseguir crack.

Os governantes e legisladores que hoje gritam 'Nós somos contra o crack!' são os mesmos que tempos atrás fechavam os olhos e diziam entre sussuros que o crack 'era droga de mendigo e de meninos de rua'. Só uma coisa pode modificar essa situação. Só uma coisa pode reverter este quadro. E aí temos que nos render aos nossos irmãozinhos lá da América do Norte que atravessaram uma devastadora epidemia de crack nos anos 80.

Temos que seguir seu exemplo e encher as caixas de e-mails dos governantes e legisladores com protestos e sugestões para que se reduza drásticamente este quadro de descalabro com relação aoc rack e seu consumo. Exigir dos governantes e legisladores que nossas fronteiras terrestres e marítimas tenham um policiamento decente e eficaz. Exigir que em cada cidade, por mais longínqua que seja , haja um centro de internação para usuários de crack. Que isso se transforme em obrigação das prefeituras das cidades com mais de cem mil habitantes.

Ou então, como disse outro dia o Datena, vão saber o que é este inferno quando sentirem em suas casas o cheiro adocicado que o crack exala quando queimado. Quando verem seus familiares saindo porta afora levando seus eletrodomésticos para serm trocados por crack. Ou quando seus familiares roubarem ou matarem alguém para conseguir mais crack.

Segadas Vianna