"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A Facção.

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Não há fato isolado no ambiente social, mas uma sucessão deles entre si 
interligados e formando história. É o que pretendemos apontar aqui com o foco 
exclusivo na chacina de Vigário Geral: 4 PMs do 9º BPM e 21 moradores daquela 
favela brutalmente assassinados, respectivamente em 28/29 de agosto de 1993 
(sábado/domingo) e 30/31 de agosto de 1993 (domingo/segunda). O primeiro fato foi 
causa do segundo, não se há de pôr dúvida, mas interessa trazer à lide as variáveis 
antecedentes e intervenientes, e também as conseqüências das duas chacinas, agora 
vistas como um subsistema causal, ou seja, gerador de ocorrências posteriores. Esses 
dois fatos, na verdade, serviram para demonstrar as várias faces da truculência e da 
insídia de um desgoverno que assolou como praga o Estado do Rio de Janeiro. Pois em 
nome desses hediondos crimes, outros foram e até hoje estão sendo perpetrados por 
sectários brizolistas ainda detentores do poder e da  força do sistema, especialmente 
ligados à famigerada “comunidade de informações” da PMERJ. Eles, na verdade, e 
desde antes, na ditadura, já se associavam em facção de caráter estável e 
permanente; mas, paradoxalmente, esbanjaram seus poderes a partir do brizolismo, 
nos idos de 1983. Aliás, Brizola não venceu as eleições como se tivesse caído de páraquedas no Rio. Há toda uma gama de fatos correlacionados que desembocaram na 
ocupação do Poder Executivo estadual pela facção brizolista.  
Como essa facção será muito citada, deve-se logo explicar seu real significado, 
escudado no historicista e cientista político Moisés I.  Finley, e em sua obra 
“Democracia Antiga e Moderna”, Ed. Graw Ltda, 1988, págs. 60/1:  
“A facção é o maior mal e o perigo mais comum. Facção é a 
tradução convencional da palavra grega  stasis, uma das mais 
extraordinárias que podem ser encontradas em qualquer língua. Sua 
raiz significa colocação, montagem, estatura, estação. Sua gama de 
significados políticos pode ser mais bem ilustrada apenas pela relação 
de definições dicionarizadas que pode ser encontrada: partido, partido 
formado com fins sediciosos, facção, sedição, discórdia, divisão, 
dissensão e, finalmente, um significado bem abonado, que os 
dicionários incompreensivelmente omitem, a saber: guerra civil ou 
revolução.” 
Retornando a Vigário Geral (sem desconsiderar o fato de que já pairavam no ar 
duas outras ocorrências de peso, que ficaram conhecidas como chacinas dos “Onze de 
Acari” e da “Candelária”, com a ressalva de que a primeira jamais foi comprovada), no 
início as reações oficiais pareciam apenas fruto do pânico generalizado entre as 
atônitas autoridades públicas e seus agentes – a facção – designados para a apuração 
da tenebrosa chacina. O assassinato dos quatro PMs, na véspera, e no mesmo bairro, 
foi imediatamente esclarecido e atribuído a traficantes homiziados na favela e liderados 
por um bandido conhecido como Flávio Negão. Ele morreu meses depois em confronto 
com o BOPE, matando antes um sargento. O bandido reafirmou, deste modo, a sua 
ferocidade.  
O curioso, no caso da chacina dos 4 PMs, é que o sistema PMERJ reagiu acusando os 
mortos de terem “infringido o regulamento”, quase que  tentando puni-los  post 
mortem, olvidando em descaramento a realidade de que a corporação é que fora 
atacada: os PMs estavam fardados, em viatura caracterizada, circulando numa via 
pública, e é claro que a percepção de que eles não tinham autorização prévia para 


seguirem roteiro diferente era de caráter interno, e mesmo assim discutível. Afinal, 
tratava-se de viatura de supervisão em trânsito na área do batalhão a que pertencia. 
Se estivesse em área de outra unidade operacional, aí sim, se poderia questionar, 
embora não servisse para “justificar” a barbárie contra eles cometida. 
Hoje, passado bom tempo, vencido o momento mais turbulento, e aprofundada a 
reflexão, não é demais concluir que outras variáveis  já estavam engendradas na 
cabeça da facção. Na verdade, tudo funcionou “por música”, tendo apenas os 
dirigentes da Polícia Civil, da Polícia Militar e do Ministério Público – a facção brizolista 
– servido voluntariamente como instrumentos da diabólica solução, tudo para livrar o 
atônito governante da tragédia política já anunciada  por iniciativa da OAB/RJ: a 
intervenção federal.  
Não vamos aqui demonstrar como o sistema brizolista  apontou os 33 pseudoautores da chacina, policiais militares e civis, em tempo recorde, a maioria 
posteriormente inocentada por absoluta falta de provas. Interessa-nos clarear aspectos 
importantes aos olhos da história. Pelo menos assim pensamos. 
Como se formou a facção?... 
A massa de manobra do poder, formada por oficiais e praças da PMERJ, e por 
alguns poucos membros da PCERJ e do Ministério Público, já vinha desde 1983 
motivada por diversos incentivos pessoais e profissionais amparados na tese brizolista 
dos “direitos humanos”, via perigosamente unívoca, que apenas visava a implantação 
e a manutenção da inércia do aparelho policial em favor da pujança do crime 
organizado, especialmente do tráfico de drogas e do Comando Vermelho.  
O primeiro período de governo brizolista caracterizou-se pela permissividade, 
culminando na fragorosa derrota de Brizola para Moreira Franco, este que lançou como 
o principal mote de campanha “acabar com a criminalidade em seis meses”, com isto 
provocando um divisor de águas entre a omissão e a esperança de ação enérgica 
contra o crime, o que de fato ocorreu, mas igualmente sem sucesso.  
O insucesso de Moreira Franco permitiu o retorno de Brizola ao poder, agora 
juntando sua notória permissividade com o banditismo às retaliações contra policiais 
que abominavam seus métodos. Instituiu o caudilho uma “Central de Denúncias” tão 
prestigiada que os próprios traficantes faziam colagem de panfletos oficiais 
proclamando-a em suas fortalezas impunes.  
Eu fui e sou um desses policiais retaliados, porque  apenas cumprindo com meu 
dever de combater o crime com rigor acabei retratando  o modelo de ação defendido 
por Moreira Franco, que se utilizou politicamente do meu êxito profissional sem que de 
mim dependesse autorizá-lo, especialmente na ocasião da prisão do traficante “Cy de 
Acari”, considerado o maior do Estado do Rio de Janeiro, mesmo que não o fosse. Mas 
assim o designava a mídia.  
O êxito a que me referi fez-me deputado estadual exatamente durante o segundo 
período de maldição brizolista. No caso da PM, especificamente, outros ingredientes 
também contribuíram para a exacerbação da insídia contra mim, posto que eu, como 
parlamentar, observava e criticava as orquestrações do sistema brizolista contra os 
bons policiais que antes arriscaram suas vidas combatendo a marginalidade.  
Reflorescera, porém, na PM, a cultura do “fodão” e do  “bundão”, preconceito 
instalado no comando do Coronel PM Carlos Magno Nazareth Cerqueira e seus adeptos 
com ele alinhados desde o primeiro período de brizolismo. E o que era apenas uma 



cultura passou a ser, neste segundo momento, um objetivo  claro e traduzido na 
síntese: quem era “fodão” durante o comando anterior foi rebaixado à condição 
deprimente de “bandido” e perseguido como tal pela facção. Em compensação, os 
“bundões”, também denominados “administradores”, foram privilegiados por 
promoções e cargos de confiança, estendendo-se ao futuro o poder de uma facção 
bem mais numerosa. 
Dividiu-se a PM, deste modo insólito, em dois segmentos distintos e antagônicos 
(“fodões” e “bundões”), instituindo-se um cisma que  atingiu limites insuportáveis. O 
preconceito contra os “fodões” chegou a ponto de o oficial ou praça não poderem mais 
portar arma na cinta em quartéis: Isto já servia para designá-lo como “fodão” e 
possível “bandido”. 
Isto não foi por acaso... 
Neste ponto, vale iluminar algumas reflexões escudadas na obra sobre o CV, escrita 
pelo Jornalista Carlos Amorim sob o título “COMANDO VERMELHO – A História Secreta 
do Crime Organizado”. Assim os leitores poderão observar os registros do livro, com a 
ressalva do autor de que tudo o que nele está contido fora fruto de  “doze anos de 
pesquisa”, que “não é uma obra de ficção”, e que “todos os nomes e locais são 
verdadeiros”. E assim se reporta Carlos Amorim à questão dos direitos humanos, 
referindo-se ao período de governo Brizola: 
“Anunciou uma política de preservação dos direitos humanos, numa 
cidade onde os grupos de extermínio agem abertamente. Colocou na 
Secretaria de Justiça um ex-perseguido político e companheiro de 
partido, Vivaldo Barbosa (...). Brizola chega a nomear um ex-preso 
político da Ilha Grande, José Carlos Tórtima, Diretor de Presídio. O 
crime organizado explorou com habilidade cada uma dessas 
demonstrações de civilidade do governo estadual.” 
Ainda nesta linha de raciocínio, Carlos Amorim faz outra denúncia que merece 
destaque: 
“Os limites impostos à ação policial nos morros da  cidade 
permitiram o enraizamento das quadrilhas (...). A paz no morro é 
sinônimo de estabilidade nos negócios (...). Mas o respeito ao eleitor 
favelado — que decide eleições no Grande Rio — ajudou indiretamente 
na implantação das bases de operação do banditismo organizado (...). 
Estava determinado a consolidar a base política que se apoiava 
enfaticamente nos setores pauperizados. Na eleição  de 82, pesou o 
apoio da Federação das Favelas (FAFERJ) e da Federação das 
Associações de Moradores (FAMERJ). Mas o fato é: o crime organizado 
usou tudo isso para crescer (...). O desenvolvimento do Comando 
Vermelho foi o subproduto de uma Administração que  respeitou o 
cidadão.” 
Este foi o clima por mim enfrentado enquanto deputado estadual. Eu fui angariando, 
sem perceber, novas inimizades com muitos autodenominados “bundões” e seus 
  

subordinados e parceiros, que a eles se aliaram na conveniente defesa dessa “tese” 
adaptada aos conceitos de permissividade do novo governo ao qual se entregaram em 
subserviência, desfechando ataques contra os policiais-militares que se haviam 
destacado no combate ao banditismo no período Morteira  Franco. Eu parti na 
contramão desses vis e abjetos em defesa dos policiais civis e militares que vinham 
sendo sistematicamente retaliados. 
Mas o poder concentrado por esses facciosos estava mais organizado e maior do 
que se poderia supor. Há muito extrapolara o âmbito dos quartéis, porque a facção PM, 
formada principalmente por oficiais e praças da PM.2 (Serviço Secreto da PM) e da 
Chefia de Polícia Militar, já estava atuando como um “braço de força” do MP. Também 
a Polícia Civil organizou o seu “braço de força” naquela “Central de Denúncias” 
comandada por promotores, cuja preocupação era demonstrar “eficiência máxima” na 
investigação criminal, desde que fosse contra policiais. E, por isso, os interesses 
convergiram e originaram essa estrutura sectária, que passou a “investigar” com um 
poder acima do comum, e todos obsedados pela retaliação contra a polícia: a “tese”. 
Desse conúbio de interesses, ainda reforçados pelas Centrais de Inquéritos do 
Ministério Público, começaram a surgir absurdas “soluções” para crimes supostamente 
praticados por policiais civis e militares, uma obsessão da facção para atender à “tese 
brizolista”: o combate a “grupos de extermínio”...  desde que os suspeitos fossem 
policiais. E isto passou a ser a maior ameaça contra toda a polícia, porque bastava 
designar alguém como “exterminador” para que toda a maquinaria governamental se 
voltasse contra o alvo, não importando se fosse ou não verdadeira a acusação. E, 
geralmente, não era. 
O efeito dessa “tese” contra o aparelho policial logo foi sentido, principalmente na 
segunda etapa do brizolismo. Os mesmos facciosos do passado voltaram a ocupar o 
poder e reinstalaram a facção com o nítido objetivo de retaliar aqueles que, durante o 
governo Moreira Franco, enfrentaram o crime organizado do tráfico, posição oposta à 
permissividade reeditada por Brizola, fato que levou o seu candidato à derrota para 
Marcelo Alencar. Por sua vez, o novo governante tentou recuperar o tempo perdido, 
mas também de forma equivocada. Enfim, promoveu uma repressão desenfreada em 
vez da omissão anterior e acirrou ainda mais a violência. 
Mas, tornando à omissão, a segurança pública (ou insegurança) foi entregue ao Dr. 
Nilo Batista, pessoa de competência jurídica ímpar e inteligência indiscutível, mas 
restrito à política populista, e com toda razão, por sinal, pois seu prestígio alçou-o ao 
cargo de Vice-Governador, logicamente por ter Brizola a certeza de que seu segundo 
homem na hierarquia político-funcional estaria sempre ao dispor de suas idéias e 
ações. Caso contrário, ele certamente não seria o escolhido. 
O Dr. Nilo Batista articulou a transferência de famosos bandidos de BANGU I para 
presídios de menor segurança. Um, muito famoso, que já se encontrava fora de 
BANGU I, ganhou facilmente a liberdade. Sim, foi aberrante a fuga de um bandido do 
CV, saindo pela porta da frente de um presídio de segurança mínima: o Dênis da 
Rocinha, em 13 de abril de 1993. Logo a Rocinha, favela freqüentada por Neuzinha 
Brizola: foi presa em flagrante naquele local. A fuga foi assim foi registrada por Carlos 
Amorim: 


“Ele saiu pela porta da frente, vestindo um terno fino, e ainda se 
deu ao trabalho de despedir-se dos guardas”.  
Ainda bem que o ilustre jurista foi barrado por uma corajosa Promotora de Justiça, 
na época lotada na Vara de Execuções Penais, que ingressou no Tribunal de Justiça 
com uma ação judicial e impediu o avanço das mordomias no sistema carcerário. Um 
dos pretextos era o de que o “bandido-pai” deveria ficar junto do “bandido-filho”, o 
argumento para retirar de BANGU I um prócer do CV.  
O episódio envolvendo Neuzinha Brizola resultou na sua condenação posterior.  
Outro organismo que foi providencialmente ocupado no período brizolista foi a 
Defensoria Pública, entregue ao Dr. José Carlos Tórtima, este que mereceu 
observações importantes de Carlos Amorim: 
“Na opinião de muitas pessoas ligadas à polícia no Rio, o advogado 
José Carlos Tórtima teve influência sobre um certo  número de 
prisioneiros que se envolveram na formação do Comando Vermelho. 
Hoje ele é o Procurador-Chefe da Defensoria Pública do Rio de 
Janeiro.” 
O Dr. José Carlos Tórtima nega o fato denunciado por Carlos Amorim, do mesmo 
modo que Brizola negava a existência do CV, assim como outros membros do PDT 
mantinham esse conveniente discurso em uníssono com a idéia do líder maior. Alguns 
chegaram a anunciar pelo jornal O DIA que “o Comando Vermelho não existe”. 
Afinal, o CV existe ou não existe?... 
Há diversos estudos encetados por experientes policiais civis e militares que não 
deixam dúvida quanto à existência dessa organização criminosa. No meu modo de ver, 
creio que ela existe mais como cultura do que como  estrutura, e não sei o que é 
pior...  
Um dos mais preciosos trabalhos a respeito do CV pertence ao TCel PM RR Eneas 
Quintal de Oliveira, cuja experiência acumulada ao longo de muitos anos dirigindo 
presídios e ocupando cargos elevados no DESIPE empresta enorme e indiscutível 
credibilidade às pesquisas que fez e transformou em tese no Curso Superior de Polícia 
Militar. 
O livro de Carlos Amorim, também resultado de pesquisa, rebate a dúvida de 
Brizola, obstinado líder político que não se permitia a mínima emoção. Brizola era um 
estrategista dos mais racionais, tanto que sobreviveu a todas intempéries que 
surgiram como obstáculos ao seu maior objetivo: ser Presidente da República. Ele 
vinha de longe, e com o discurso decorado de sempre. Duvidam? Leiam então 
“Incidente em Antares”, de Érico Veríssimo. Vejam se  há alguma diferença entre o 
caudilho do passado e o que manteve seu estilo até a morte... 
De acordo com a “Teoria Geral da Administração” (CHIAVENATO, Idalberto. 
McGraw-Hill, 1987) uma organização, para existir, depende no mínimo de cinco 
variáveis básicas: estrutura, pessoas, tarefas, ambiente e tecnologia. E isto pode 
ser adequado à realidade do CV como organização criminosa, mesmo que de forma 
rudimentar. Senão, vejamos: a estrutura é informal, mas existe, e com forte cultura, 
hierarquia de seus membros, divisão de  ambientes, direcionamento de  tarefas e 


manutenção financeira dos líderes presos (pessoas). O vínculo hierárquico é poderoso 
no CV, assim como integrar o CV significa status no  mundo do crime. Os líderes são 
cultuados em suas comunidades, — o ambiente, — assim como respeitados por todos 
os demais segmentos do CV de outras localidades.  
Com referência ao  ambiente, o que era antes restrito ao Morro do Juramento 
espalhou-se pelo Estado do Rio de Janeiro e até pelo Brasil, pois já se observa a 
prática de crimes por membros do CV em diversos Estados Federados. O próprio Ivan 
Custódio Barbosa de Lima, o providencial “I.”, bandido do CV que surgiu do nada 
“solucionando” a chacina de Vigário Geral e acusando falsamente dezenas de policiais 
civis e militares, como já comprovado na Justiça, é um deles. Ele, por si só, representa 
um bom exemplo da expansão do CV: não se limitou à sua vasta folha penal carioca; 
praticou crimes graves em São Paulo e Mato Grosso do Sul, rota do Cartel de Medellin 
em direção ao Rio.  
As pessoas existem em número impressionante, assim como as  tarefas 
criminosas são incontáveis. Por último a tecnologia, dado importante, que coloca o 
CV na dianteira da polícia, pois os sofisticados instrumentos, indispensáveis às tarefas 
criminosas, são primeiramente adquiridos pelos membros do CV. Aí está, com todos 
os ingredientes e uma forte cultura para sustentá-la, a organização criminosa 
denominada  Comando Vermelho, que hoje se dá ao luxo de possuir até 
concorrentes, como o  Terceiro Comando, e aliados (PCC  – Primeiro Comando da 
Capital – em São Paulo), entre outros grupos hostis ou amigos estruturados em torno 
do tráfico de drogas. 
A cultura do CV não se restringe aos objetivos pragmáticos do lucro com o crime. 
Há muito tempo o CV deixou de lado o romantismo do bandido corajoso, dando lugar 
ao  cunho político de sustentação dessa cultura. Os ensinamentos da Ilha Grande, 
local onde os presos políticos disseminaram a idéia,  logo absorvida, da relevância 
desse aspecto político, estão hoje muito mais enraizados, assim como envolveram 
psicologicamente as comunidades carentes,  ambientes de homizio da maioria dos 
membros do CV.  
A revolta das populações carentes há muito vem sendo politicamente capitalizada 
pelos benfeitores do CV, que sustentam a lacuna deixada pelo ausente Estado. 
Considerando-se que a maioria da população do Rio de Janeiro vive na pobreza, na 
indigência ou na miséria, amontoada em favelas e bairros periféricos desprovidos de 
urbanização e outros meios mínimos de conforto; considerando-se que isto propicia um 
ambiente de incontida revolta das pessoas contra o omisso  Poder Público, sem 
dúvida não poderia haver clima melhor para o predomínio do Poder Marginal.  
Quem manda no voto das favelas é o bandido, e engana-se quem pensa que isto é 
feito apenas pelo terror das armas, o que também é verdade. Existe sim, um consenso 
de escolha, principalmente porque o bandido procura se ajustar à sua comunidade. É 
neste consenso que espertamente encaixou-se o caudilho desde a sua retumbante 
vitória política em 1982. 
Isto também não ocorreu ao acaso... 
Sem dúvida, o CV fez a sua escolha: as comunidades carentes se transformaram 
em guetos brizolistas, e silenciosamente abarrotaram as urnas com o nome do 
escolhido: “Brizola na cabeça!”  www.emirlarangeira.com.br  8
Os políticos tradicionais não perceberam a extensão e a profundidade do consenso 
entre bandidos e comunidades em direção à única solução de mudança. De um lado o 
CV, com a certeza da impunidade que viria; do outro as comunidades, apostando na 
novidade e apegando-se à esperança de dias melhores.  Desta maneira o ambiente 
social, principalmente das comunidades carentes, ficou impregnado pelo PDT e pelo CV 
no maior casamento político já ocorrido no Brasil, tendo o Rio de Janeiro como altarmor. 
Brizola não veio cobrir o Rio de Janeiro com seu poncho gauchesco por 
acaso... 
Carlos Amorim destaca em seu livro que  “o encontro dos integrantes das 
organizações revolucionárias com criminosos comuns  rendeu um fruto 
perigoso: o Comando Vermelho”. O jornalista, com rara capacidade de abstração e 
síntese, apontou sua reflexão para um dos cérebros do CV: o “Professor”, William da 
Silva Lima: 
“Sobre isso há um depoimento inquestionável: o primeiro e mais 
importante líder do Comando Vermelho, William da Silva Lima – o 
Professor –, diz que leu muitos livros na cadeia. Como nessa história 
todo mundo escreveu memórias, William não ia ficar  de fora. O 
fundador do Comando Vermelho publicou QUATROCENTOS  CONTRA 
UM – UMA HISTÓRIA DO COMANDO VERMELHO, pela Ed. Vozes.”  
A Editora Vozes pertence à Pastoral Penal. Mera coincidência? É óbvio que não! 
Carlos Amorim, em seu livro, reporta-se a alguns trechos da obra do líder do CV 
William da Silva Lima, publicada sob os auspícios daquela Editora e prefaciada por 
Rubens César Fernandes, eminente sociólogo e presidente da ONG Viva Rio (outra 
coincidência?): 
“Quando os presos políticos se beneficiaram da anistia, que marcou 
o fim do Estado Novo, deixaram na cadeia presos comuns politizados, 
questionadores das causas de delinqüência e conhecedores dos ideais 
do socialismo. Essas pessoas, por sua vez, de alguma forma 
permaneceram estudando e passando suas informações  adiante (...). 
Na década de 60 ainda se encontrava presos assim, que passavam de 
mão em mão, entre si, artigos e livros que falavam de revolução (...). 
O entrosamento já era grande, e 1968 batia às portas. Repercutiam 
fortemente na prisão os movimentos de massa contra  a ditadura, e 
chegavam notícias da preparação da luta armada. Agora, Che Guevara 
e Régis Debray eram lidos. Não tardariam contatos com grupos 
guerrilheiros em vias de criação.” 
A propósito da citação do líder do CV sobre a “década de 60”, vale rememorar 
Brizola e seus movimentos políticos com vistas à conquista do poder pelas armas. Em 
1962, ele tentou formar seu “Exército de Libertação Nacional”, assim como, em 1961, 
protagonizou o famoso “Movimento de Goiânia”, cujo manifesto, denominado www.emirlarangeira.com.br  9
“Declaração de Goiânia”, sugeria a criação da “Frente de Libertação Nacional  (FLN)”, 
tudo inspirado nos “ideais do socialismo” citados por William da Silva Lima.  
Esse movimento não prosperou porque os militares fizeram-no abortar e iniciaram 
um novo período político no Brasil, porém tão afastado da democracia como aquele 
que pretendia o caudilho. Na verdade, trocou-se uma provável ditadura de esquerda, 
talvez sangrenta, devido aos caminhos exacerbados que buscavam seus defensores, 
entre os quais o caudilho, por uma ditadura de direita não menos sangrenta, além de 
sangrada pelos movimentos clandestinos caracterizados pela insistência da esquerda 
em promover a luta armada na cidade e no campo. Não entro no mérito da 
legitimidade de nada. Apenas concluo que a ditadura surgiu em conseqüência das 
loucuras do caudilho. 
Toda essa explanação exige o retorno às informações contidas na obra de Carlos 
Amorim, um livro que precisa ser lido por todos os cidadãos que desejam construir a 
democracia no Brasil de forma transparente e sem conluios desastrosos. Ao lançar o 
seu livro, em julho de 1993, pela Editora Record, Carlos Amorim salientou, conforme já 
dissemos, que a sua publicação  “não é uma obra de ficção” e que  “todos os 
nomes e locais são verdadeiros”. E surge a primeira e grave denúncia, no prefácio 
escrito pelo Jornalista Jorge Pontual, uma “palavra de leitor”:  
“O Comando Vermelho pôde parodiar impunemente as organizações 
de esquerda da luta armada, seu jargão, suas táticas de guerrilha 
urbana, sua rígida linha de comando. E o que é pior: com sucesso.”  
Como se depreende, não vejo miragem. Esta contundente afirmação de Jorge 
Pontual obriga-nos a repetir as singelas declarações de Brizola e Nilo Batista, entre 
outros do PDT, assegurando que “o CV não existe”. Qual policial ousaria, na época, 
desmentir essa declaração dele?...  
O livro de William da Silva Lima teve, por parte do governante Brizola, da Pastoral 
Penal e da ABI, o patrocínio de seu local de lançamento com pompas de obra 
produzida por “gênio literário”. Assim informa Carlos Amorim:  
“O livro de William da Silva Lima foi lançado no auditório da 
Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no dia 05 de abril de 1991, 
durante seminário sobre criminalidade dirigido pelo Instituto de 
Estudos de Religião, de orientação católica. O texto final foi 
copidescado por César Queiroz Benjamim, um ex-militante do 
Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), que trabalhou sobre 
um original de mais de quatrocentas páginas.” 
Nota-se a perplexidade de Carlos Amorim diante das constatações que fez em sua 
pesquisa de doze anos, o que torna a sua obra única no gênero. Ele ainda sublinha:  
“As palavras do Professor dão bem a idéia do quanto ele se 
desenvolveu nos contatos que manteve na cadeia. Dizem que, ao 
contrário da maioria dos militantes da esquerda, ele leu O CAPITAL – 
conhecimento que ainda hoje falta a muito comunista de carreira.”  www.emirlarangeira.com.br  10
Com efeito, a história costuma encaixar as idéias e os fatos delas decorrentes como 
num quebra-cabeça cujas peças espalhadas custam a encontrar seu lugar no tabuleiro. 
Mas acabam se encaixando e formando o desenho final que fora anteriormente 
determinado. 
Também não foi por mero acaso que a ABI foi escolhida. É só retornar ao passado e 
aos idos de 1962 para constatar que uma das brilhantes presenças no movimento que 
gerou a “Declaração de Goiânia” era a do ilustre Jornalista Barbosa Lima Sobrinho. Por 
isso, talvez, a ABI tenha sido escolhida como palco do CV... E o conluio do governante 
Brizola e seus sectários com o CV não terminou no lançamento apoteótico da mais 
importante “obra literária” do CV. Segundo ainda informa Carlos Amorim, outro fato 
surpreendente ocorreu e foi por ele assim sintetizado:  
“Duas semanas após o lançamento, no dia 19 de abril, o fundador 
do Comando Vermelho, com autorização do DESIPE, manteve um 
encontro com jornalistas estrangeiros no Hospital Penitenciário. Esta 
foi a segunda vez na história do sistema penal brasileiro que um preso 
comum deu entrevista coletiva à imprensa. Na noite de autógrafos na 
ABI, quem assinava os livros era a mulher dele, Simone Barros Corrêa 
Menezes.” 
Somente para aguçar a curiosidade e a reflexão daqueles que tiverem acesso à 
leitura deste texto, informa Carlos Amorim a respeito desse personagem do CV alçado 
à condição de “gênio literário” pelos sectários brizolistas:  
“William da Silva Lima, um pernambucano de cinqüenta anos, se 
considera um guerrilheiro, (...). Hoje ele está preso em BANGU I.” 
Aparece também no livro de Carlos Amorim talvez a mais impressionante revelação 
de William da Silva Lima, gravada pelo Detetive de Polícia João Pereira Neto, da 
Divisão Anti-Seqüestro do Rio:  
“William comenta que alguns intelectuais pretendiam usar o 
Comando Vermelho na luta política. (...). Alguns deles, pequenosburgueses, pretendiam usar nossas comunidades e nossa organização 
com finalidades políticas. À medida que não deixamos usar, 
comprovamos, sem soberba, que conseguimos aquilo que a guerrilha 
não conseguiu, o apoio da população carente. Vou aos morros e vejo 
crianças com disposição, fumando e vendendo baseado. Futuramente 
elas serão três milhões de adolescentes que matarão vocês (a polícia) 
nas esquinas. Já pensou o que serão três milhões de adolescentes e 
dez milhões de desempregados em armas? Quantos BANGU I, II, III, 
IV, V...terão que ser construídos para encarcerar essa massa?”  
Como “vou aos morros”, se ele estava preso?... William da Silva Lima é tão 
importante líder do CV que Carlos Amorim lhe dedicou muita atenção, principalmente 
porque as ligações políticas e os conluios de sectários brizolistas com o CV alcançaram www.emirlarangeira.com.br  11
um incrível pragmatismo nos bastidores desses contatos. Pois é certo que, para se 
chegar a assumir publicamente a paternidade dessas perigosas ligações, como no caso 
do lançamento do livro do líder do CV, muitos conluios devem ter ocorrido longe do 
domínio público. Neste ponto, é imprescindível destacar outra revelação de Carlos 
Amorim:  
“Na Ilha Grande, diante de toda a imprensa, um acontecimento 
insólito: a autoridade pública é recebida por um dos Vermelhos, um 
dos novos xerifes da prisão, Rogério Lemgruber, o Bagulhão. O 
representante do Comando Vermelho veste bermudas, camisetas e 
sandálias havaianas. Mete o dedo na cara do Secretário de Justiça e 
comunica a ele que os presos estão cansados de ouvir o blábláblá do 
governo...”  
E complementa com outra não menos importante citação:  
 “No dia 30 de setembro (1983), uma quinta-feira, os homens de 
confiança do governador Brizola se reúnem secretamente num anexo 
do Palácio Guanabara. O motivo do encontro é a incontrolável 
violência nas cadeias. A conversa a portas fechadas dura toda noite e 
parte da madrugada. Estão presentes o secretário Vivaldo Barbosa e 
seu subsecretário Antônio Carlos Biscaia, o secretário de polícia 
Arnaldo Campana, o comandante da PM Coronel Carlos  Magno 
Nazareth Cerqueira, o diretor do Desipe, Avelino Gomes, e o 
coordenador de assuntos penitenciários, Dráuzio Lourenço.”  
Como se pode notar, os personagens do circunflexo convívio do Brizola e do PDT 
com o CV surgem naturalmente e se encaixam no quebra-cabeça que representa a 
história do brizolismo no Estado do Rio de Janeiro, e a permissividade de seus 
sectários com a organização criminosa que se tornou a mais poderosa do Brasil depois 
de oito anos de impunidade local.  
Tudo que aqui está retratado permite imaginar a idéia política do caudilho, o seu 
sonho inalcançado no passado, o seu “Exército de Libertação Nacional” representado 
pelo CV, que hoje reúne os componentes ideológicos necessários, efetivos 
surpreendentes e armamentos sofisticados, além do apoio das populações que mais 
atendem aos discursos populistas do líder do PDT. E já partem às ações terroristas... 
Será que tudo isso ocorre ao acaso?... 
Em resumo, há grupos armados de bandidos, há a numerosa e revoltada população 
concentrada em favelas apoiando-os, há a guerrilha urbana praticada diariamente nos 
“santuários do crime”, há a sofisticação dos seqüestros, há a precisão dos assaltos a 
carros fortes, a bancos e a outras instituições empresariais, e há o organizado tráfico 
de drogas. Há tudo isto motivado pela sigla CV, ingrediente social instalado na cultura 
das comunidades carentes e motivador incontestável das ações de dois poderes que se 
uniram por laços de comprometimento fortíssimos: o  Poder Público e o  Poder 
Marginal. www.emirlarangeira.com.br  12
Feitas estas considerações históricas, a reflexão partirá para o segundo período de 
governo Brizola, agora com o foco na chacina de Vigário Geral. Em primeiro lugar, 
deve-se situar Vigário Geral no contexto do CV. Ainda fixado na pesquisa de Carlos 
Amorim, e para garantir isenção na análise, assim salientou o autor a respeito daquele 
famigerado local:  
“Entre os grandes chefes que continuam em liberdade há uma 
divisão de tarefas. Adlas Ferreira da silva, o Adão, é o pinga-fogo, o 
braço armado da organização. Domina um território importante, a 
favela de Vigário Geral, encravada no coração da Zona Norte. Adão 
não é um homem de muitas palavras – é da ação armada, do 
confronto. Tem sob seu comando um número ainda não  determinado 
de soldados equipados com o que há de melhor na indústria bélica 
mundial. Costuma requisitar reforços de outros feudos do Comando 
Vermelho, toda vez que está envolvido numa grande ação com 
características de guerrilha urbana. Em todas as operações violentas – 
assaltos e seqüestros –, a polícia sempre vê um lado do bandido, 
justamente o dedo que aperta o gatilho.”  
Vigário Geral e seus bandidos há muito vêm se destacando por seus métodos 
violentos. No último período brizolista os traficantes daquele local partiram para o 
ataque frontal contra policiais, bastando o exemplo dos  quatro policiais civis, da 39º 
DP, barbaramente assassinados, em 1993, no Bairro Jardim América, quando 
tentavam impedir um “pega” que contava com a assistência de centenas e talvez 
milhares de pessoas. Os traficantes ali faziam a “segurança” e vendiam cocaína. Os 
policiais civis, colocados de joelhos, pediram clemência aos bandidos, mas foram 
friamente executados, nada ocorrendo como represália por uma polícia amedrontada e 
impedida literalmente de contra-atacar.  
O ódio de policiais contra os bandidos de Vigário Geral tem inúmeros antecedentes, 
sendo notório que muitos policiais-militares já foram vítimas da sanha assassina de 
traficantes ao transitarem em ônibus a caminho de suas casas ou do trabalho. Bastava 
serem identificados em insólitas blitze realizadas por marginais apenas com o objetivo 
de matar policiais. 
É notório que Vigário Geral, como assegurou Carlos Amorim, sempre representou 
um poderoso braço armado do CV: principais “guerrilheiros urbanos”, temidos até 
mesmo por facínoras de outros locais. Esta fama não foi conquistada gratuitamente. Ali 
sempre ocorreram lideranças cruéis, como a de Chiquinho Rambo,  – a denominação 
fala por si só,  – Flávio Negão e o próprio Adão (Adlas), além de outro famigerado 
bandido, hoje preso: Zé Penetra. Todos eles sempre se destacaram por muita audácia. 
São todos assassinos ferozes, especialistas em seqüestros e assaltos perpetrados 
contra instituições financeiras.  
Flávio Negão comandou pessoalmente o bárbaro assassinato dos quatro policiais 
civis e dos quatro policiais-militares, o fato último que fez entornar o caldo de um ódio 
fervente e acumulado, originando a não menos absurda  reação de PMs, cujo nefasto 
resultado foi a chacina de 21 pessoas em Vigário Geral.  www.emirlarangeira.com.br  13
Independentemente da barbaridade da reação, que acabou infortunando inocentes, 
homens, mulheres e crianças, não se pode deixar de considerar esses antecedentes de 
ódio, e o formato operacional de “guerrilha urbana” instalado na cultura de todos. 
A irracionalidade do ato dos PMs teve um antecedente indiscutível: a revolta. E esta 
não mede conseqüências, assim como não se vincula a preceitos de legalidade.  
Por que a revolta?... 
É lógico que os verdadeiros assassinos devem ser severamente penalizados. 
Todavia, isto não irá eliminar o problema. Apenas irá acirrá-lo até à próxima tragédia, 
que certamente ocorrerá, caso os bandidos continuem como “líderes” daquela sofrida 
comunidade, que não tem outra alternativa a não ser a de ficar do lado deles. É ilusão 
pensar que movimentos isolados de pessoas corajosas e bem-intencionadas irão 
resolver o problema. Há, naquele local, o império da anomia. 
Em Vigário Geral predomina o Poder Marginal, absoluto e impune, assim como em 
outros locais dominados pelo CV, cujo poder bélico faria corar o próprio pesquisador 
Carlos Amorim. Hoje são muitos “braços armados”  – e muito bem armados  –
espalhados pelo Estado do Rio de Janeiro. Hoje eles têm telefonia celular, carros 
importados, moeda nacional forte, computadores e outros  sofisticados meios para 
aprimorarem a organização criminosa. E pior que tudo isso: têm a polícia fragmentada, 
inerme e inerte em razão das retaliações brizolistas do passado. Hoje os bandidos 
sabem que as Forças Armadas não conseguem resolver o problema, pela simples razão 
de que elas vieram para enfrentar o crime e se depararam com guerrilha urbana, o 
que não se resolve num estado de normalidade democrática.  
O romantismo da democracia emergente não permite a hipótese única da 
decretação de um Estado de Defesa, ou até de um estado de absoluta exceção legal –
Estado de Sítio  –, a fim de que a Polícia e as Forças Armadas enfrentem os 
guerrilheiros do CV em igualdade de condições. Mas esse romantismo fará com que 
muito se arrependam desse adiamento...

sábado, 27 de agosto de 2011

Folhas Secas_Oficina Tela Brasil Nova Iguaçu (RJ)

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sobre a chacina de Vigário Geral.



Fonte: Google



Há 18 anos, na madrugada de 29/30 de agosto de 1993, foram cruelmente assassinadas 21 pessoas na favela de Vigário Geral. O crime abalou o segundo governo Brizola (1991-1994), que se marcara no anterior (1983-1987) por retaliações a policiais e assumida leniência com a marginalidade. A alegação era a de que a polícia, desde então proibida de agir contra o tráfico, a pretexto da defesa dos direitos humanos dos favelados, não estava preparada para atender aos seus reclamos por mais segurança. Hoje entendo que havia certa lógica na proibição, a polícia continua agressiva ao incursionar em favelas, do mesmo modo que os bandidos reagem violentamente a essas incursões, sobrando para a população favelada balas perdidas e morte trágica de adultos e crianças.

Depois de tanto tempo e muita meditação, devo admitir que cabia razão ao governante, embora fosse um tanto ou quanto ambíguo o seu posicionamento. Não era possível saber se ele defendia favelados ordeiros (era o mote) ou se agradava a bandidos que permitiam campanhas do PDT em favelas. Seja uma motivação ou outra, a verdade é que o afrouxamento do combate ao tráfico o fez florescer assustadoramente. Porém, não satisfeitos com as facilidades estatais, os traficantes começaram a eliminar policiais, e nem assim havia ação policial sistemática em lugar algum, nem na favela, nem no asfalto. A polícia fora proibida de agir nos bastidores de uma administração que freava a polícia alegando “defesa dos direitos humanos”.


Nas instituições policiais, o poder só era exercido por quem concordava ou fingia concordar com a omissão estatal. Segundo denunciou o jornalista Carlos Amorim em livro que ele garante ter sido fruto de pesquisa e real o seu conteúdo (Comando Vermelho – a história secreta do crime organizado, Ed. Record), que pode ser baixado na íntegra pela internet, houvera antes um acordo do CV com o PDT. O encontro dos facciosos brizolistas de alto escalão com Rogério Lengruber (“Bagulhão”), prócer do CV, teria ocorrido no Presídio da ilha Grande. Para confirmar, ponho a seguir alguns trechos do referido livro que falam mais forte que eu, na sequência em que estão no livro:

"Anunciou uma política de preservação dos direitos humanos, numa cidade onde os grupos de extermínio agem abertamente. Colocou na Secretaria de Justiça um ex-perseguido político e companheiro de partido, Vivaldo Barbosa. (...). Brizola chega a nomear um ex-preso político da Ilha Grande, José Carlos Tórtima, Diretor de Presídio. O crime organizado explorou com habilidade cada uma dessas demonstrações de civilidade do governo estadual." (Pág. 148)

... 



Os limites impostos à ação policial nos morros da cidade permitiram o enraizamento das quadrilhas (...). A paz no morro é sinônimo de estabilidade nos negócios. (...). Mas o respeito ao eleitor favelado - que decide eleições no Grande Rio - ajudou indiretamente na implantação das bases de operação do banditismo organizado. (...). Estava determinado a consolidar a base política que se apoiava enfaticamente nos setores pauperizados. Na eleição de 82, pesou o apoio da Federação das Favelas (FAFERJ) e da Federação das Associações de Moradores (FAMERJ). Mas o fato é: o crime organizado usou tudo isso para crescer. (...). O desenvolvimento do Comando Vermelho foi o subproduto de uma Administração que respeitou o cidadão. (Págs. 148/9)


...


Na Ilha Grande, diante de toda a imprensa, um acontecimento insólito: a autoridade pública é recebida por um dos Vermelhos, um dos novos xerifes da prisão, Rogério Lengruber, o Bagulhão. O representante do Comando Vermelho veste bermudas, camiseta e sandálias havaianas. Mete o dedo na cara do Secretário de justiça e comunica a ele que os presos estão cansados de ouvir o blábláblá do governo. Esperam medidas concretas e imediatas. (Pág. 149) 


...


No dia 30 de setembro, uma quinta feira, os homens de confiança do Governador Brizola se reúnem secretamente num anexo do Palácio Guanabara. O motivo do encontro é a incontrolável violência nas cadeias. A conversa a portas fechadas dura toda a noite e parte da madrugada. Estão presentes o Secretário Vivaldo Barbosa e seu Subsecretário Antônio Carlos Biscaia. (pág. 157) 


...


O Comando Vermelho tinha cartas marcadas para a licitação do mercado de drogas. Na verdade, não estava muito longe de controlar o tráfico. A questão já andava muito bem encaminhada. Alguns dos maiores traficantes do Rio, como Escadinha e Silvio Maldição, pertenciam à organização. Outros foram chegando: Denis Leandro da Silva, o Dênis da Rocinha, Darcy da Silva Filho, o CY DE ACARI." (Pág. 161) 
Ressalvando que o traficante Cy de Acari, importante nome naquela época, foi por mim capturado e aprisionado em Bangu I, não posso negar que a promiscuidade rendeu dividendos aos traficantes. Eles passaram a dominar com maior desenvoltura as favelas cariocas, destacando-se Vigário Geral, onde ocorreu a chacina. Na noite anterior, porém, os traficantes tocaiaram e executaram 04 PMs do nono batalhão da PMERJ. A aterrorizante cena dos corpos fardados e amontoados dentro da radiopatrulha, com o sangue escorrendo pelas frestas das portas, falava por si mesma. Apesar disso, o sistema desviou o foco emitindo declarações à mídia alegando que os PMs estavam “fora do roteiro”.

Enfim, foram considerados “transgressores disciplinares” depois de mortos, e suas almas quase que punidas, comportamento a lembrar o absurdo sublinhado por Gógol em “Almas Mortas”: nos tempos dos czares as almas dos escravos eram vendidas e alcançavam valor maior dependendo do que eles executavam em vida. No caso dos PMs executados, a alma deles não valia nem um tostão furado. Eles foram sepultados sem honras, ou melhor, em desonra ante as incabíveis insinuações de “transgressão disciplinar” expelidas como flatulência fedegosa pelo sistema situacional. 

Num clima de revolta extrema, os PMs foram sepultados, e muitos companheiros deles manifestaram indignação no cemitério pelo fato de não ter havido nenhuma reação contra os traficantes de Vigário Geral liderados por “Flávio Negão”, assassino contumaz, além de poderoso traficante. Durante o enterramento do sargento, notava-se também a presença de agentes da PM.2 assistindo às manifestações indignadas de muitos colegas do morto. Inclusive os fotografaram, assim como a imprensa compareceu e os fotografou, por ter sido o primeiro sepultamento e se tratar do comandante da guarnição de supervisão. Essas fotos “solucionaram” a chacina. Somente essas, pois nos demais enterros não foram filmar nem fotografar ninguém. Deste modo, não houve acusação contra os que compareceram aos demais sepultamentos, lógica indecente do sistema situacional para fabricar culpados pelo bárbaro crime tornando tudo muito célere.


Sim, tudo “solucionado” a partir das fotos reveladas e por um “reconhecimento” forjado em manipulação descarada de um facínora do CV com vasta folha penal no Rio de Janeiro, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, rota do tráfico para a Colômbia e a Bolívia. Ele foi apresentado como “terceiro-sargento temporário do Exército“ e “motorista de táxi”, duas mentiras consagradas pelo sistema situacional para encobrir a verdadeira identidade da famigerada “testemunha-chave”: um contumaz marginal da cúpula do CV. E a tal “testemunha-chave”, designada pela mídia sensacionalista como o misterioso “I.”, com promessas de impunidade amplamente difundidas, portanto inegáveis, passou a acusar quem o sistema bem escolhesse para bancar a ignóbil trama.


Na verdade, o tal “I.” mantinha elos com maus policiais civis e militares que gauderiavam na Delegacia de Cargas, situada na Baixada Fluminense. Lá também se encostava como “X-9” o sargento Ailton, que, juntamente com outro PM, culminou sócio do bandido num barco de pesca. Daí a presença no sepultamento do seu sócio em “mineiras” e em pesca. Identificado erradamente nas fotos como sendo PM, o bandido Ivan Custódio Barbosa de Lima se viu cercado de mordomia no Palácio Guanabara e numa residência oficial do governador situada na ilha de Brocoió, baía de Guanabara. Porque, ante a ameaça de ser acusado como participante da chacina (forte possibilidade), e para se livrar, ele fez o jogo do sistema, que tinha pressa em dar resposta ao grave incidente a qualquer custo, e este se resumiu à imediata prisão disciplinar de dezenas de policiais-militares cujo “crime” foi o de comparecer ao enterro do sargento e figurar nas tais fotos.


Com tática treinada, por meio de “ter ouvido” de um dos acusados, aquele outro PM também sócio dele no barco de pesca, PM, por sinal, que jamais admitiu ter participado do crime, o bandido do CV entrou a acusar uma fieira de PMs, identificando-os nas fotos, sendo para tanto descaradamente manipulado para conseguir apontar quem ele não conhecia nem de vista. Se não bastasse, e na empolgação do pérfido plano, os “investigadores” da PCERJ e da PMERJ instituíram uma teia de fatos criminosos desencontrados no espaço e no tempo e inventaram uma quadrilha de policiais imputando-lhes vários crimes extraídos da própria cultura do bandido ou dos arquivos da inteligência da PMERJ e da PCERJ. Deste modo incrível, as “arapongas-investigadoras” espalharam o terror no seio das instituições policiais, com o indefectível anúncio de que a “testemunha-chave” possuía “memória fotográfica”. Claro, foi tudo forjado através de fotos...


Para concretizar a perfídia, as “arapongas-investigadoras” contaram ainda com a providencial conivência do Ministério Público, na época representado por um Procurador-Geral de Justiça que sonhava ser político, o que posteriormente ocorreu. Enfim, plano perfeito, falhando apenas num detalhe: os processos, centenas deles, ao serem apreciados por outros procuradores e promotores de justiça e por desembargadores e juízes isentos, tanto nas instâncias superiores do Tribunal de Justiça como em muitas Varas Criminais da Capital, serviram mais para desmascarar a trama e desmoralizar seus mentores.


Destaca-se, entre uma infinidade de processos, o da chacina de Vigário Geral, com a decretação de inocência da quase totalidade dos réus, com a desmoralização do tal “I.”, “ouvindo de terceiros”, que fulano, beltrano e sicrano participaram da chacina e de dezenas de crimes em que ele, sim, era protagonista, como restou provado, sendo ele, isoladamente, muitas vezes condenado. Era tudo mentira dele, sim!... E desde então tem sido ele a usual desculpa dos “investigadores” do sistema situacional brizolista, ou seja, tudo foi “culpa” do bandido usado como espada a destroçar reputações.


O que restou desse degradante fato comportamento do sistema situacional?... Ora, a impunidade dos autores e culpados pelo bárbaro crime!... Porque até hoje não se sabe quem participou da chacina, sendo certo que não foram aqueles que amargaram a prisão e a humilhação pública no mais absurdo “castigo-espetáculo”, barbárie comum nos tempos inquisitoriais. E os que amargaram injustamente o cárcere por anos a fio (foram mantidos em prisão preventiva por mais de três anos), que foram excluídos da PMERJ por faltas disciplinares levíssimas para complementar o “castigo-espetáculo”, estão hoje inocentados, a maioria por decisão soberana do Júri Popular, e quase todos a requerimento do próprio Ministério Público que os denunciou. E agora? Quem respondeu por essa outra chacina física e moral? Ninguém! Não interessa à sociedade que algumas dezenas de PMs tomem no fiofó, faz parte da cultura insana de um país desinformado, que ainda não sabe o valor da verdadeira democracia.


São, por conseguinte, duas amargas lembranças: a dos 21 mortos na favela e a dos 33 chacinados pelo sistema situacional. Nada demais, o sistema situacional mata diariamente os cidadãos ofertando-lhes péssima saúde pública, péssima segurança, e desemprego, e demais castigos sociais. E nenhum dos seus representantes, burocratas ou eleitos pelo povo, responde por absolutamente nada, nem pela roubalheira desenfreada que lemos diariamente nos jornais. Portanto, que descansem em paz os assassinados na favela de Vigário geral! Que descansem em paz muitos desses policiais injustamente acusados por crimes que não cometeram e já estão mortos! E que derretam no inferno os delegados de polícia e os oficiais e praças da PMERJ, e outros e outras que participaram da fraude processual e também já morreram! Enquanto isso, o planeta Terra gira indiferente, e daqui a cem anos não haverá nenhuma testemunha de chacina para contar a história...

domingo, 21 de agosto de 2011

Alerj leva à Baixada Fluminense campanha de prevenção ao crack.


Agência BrasilAlana Gandra
A Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) realiza hoje (13) campanha de prevenção ao crack na Baixada Fluminense. Baixada Unida no Enfrentamento ao Crack é o nome da campanha, que já percorreu os municípios de Duque de Caxias, Belford Roxo, Nilópolis e Itaguaí e, agora à tarde, encerra os trabalhos em Seropédica e Queimados.
A presidente da comissão, deputada Claise Maria Zito (PSDB-RJ), disse à Agência Brasil que todos os prefeitos da baixada aderiram à causa e viram a importância dessa união para melhorar a situação.
Ela destacou que essa integração ocorreu  independentemente de siglas partidárias e vocações políticas. “Todos abraçaram (a causa), pensando no povo, nas crianças e nos adolescentes. Esse é um momento histórico para a Baixada Fluminense”.
A ideia, segundo a presidente da comissão, é promover a campanha como meio de sensibilizar as autoridades para que haja uma política comum de enfrentamento da droga. “Como presidente da Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso, percebi ações isoladas. Um município fazia e outro não fazia. O combate à droga tem que ser uma ação conjunta”. A intenção de Claise é levar a campanha aos 92 municípios fluminenses.
Ela pretende mostrar também a necessidade do apoio do governo do estado à campanha. Sugeriu a criação de um Centro de Tratamento para Dependentes Químicos na baixada, que funcionaria por meio do modelo de consórcio, em que o trabalho e as obrigações são de responsabilidade de todos, incluindo os governos municipais. “O objetivo é dar um atendimento digno aos dependentes. Porque a gente fala muito da prevenção mas, depois, quando a criança ou o adolescente já está viciado, é necessário o tratamento”.
A iniciativa de hoje é um ponto de partida. “É unir forças. Porque a união faz a força. E fazer um alerta que a Baixada Fluminense está precisando de ajuda". A deputada lembrou que o crack afeta não só crianças e jovens, mas acaba por destruir toda a família. Para Claise, é preciso que sejam implantadas imediatamente políticas públicas de combate ao crack. “Não pode  ficar para depois. Têm de ser políticas públicas voltadas para o social, porque a vulnerabilidade está alarmante na Baixada Fluminense. O compromisso tem de ser de toda a sociedade”, acrescentou.
A comissão pretende organizar, em 5 de novembro, o Dia Estadual de Combate ao Crack, quando deverá ser realizada uma campanha contra a droga. “Todo o estado do Rio enfrentando (o crack), numa campanha estadual. Esse é o nosso objetivo”. Até lá, serão promovidos seminários de esclarecimento e informação à população. “Temos que sair dos gabinetes e ir para as ruas. Porque é nas ruas que a gente vê a realidade”, disse.

Brasil condenado pela ONU


O Brasil foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) por violar direitos humanos de grávidas. A determinação foi divulgada pelo Comitê para Eliminação da Discriminação contra Mulheres (Cedaw, em inglês). O caso que levou a essa decisão é o da brasileira Alyne Silva Pimentel, de 28 anos, moradora da Baixada Fluminense (RJ). 

Ela morreu em novembro de 2002, no sexto mês de gestação, cinco dias após dar entrada em um hospital público com sinais de gravidez de alto risco e não receber atendimento apropriado.

A decisão estabelece que o governo brasileiro deve indenizar a família de Alyne, além de garantir o direito das mulheres aos cuidados obstetrícios de emergência, oferecer formação profissional adequada aos profissionais da saúde e punir aqueles que violarem os direitos reprodutivos das mulheres. Ainda não foi divulgado o valor da indenização nem o prazo para pagamento.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar de ter reduzido a taxa de mortalidade materna na última década, o Brasil é responsável por cerca de 20% das mortes de grávidas que ocorrem todos os anos na América Latina e no Caribe. Brasileiras afrodescendentes, indígenas e mulheres solteiras vivendo nas regiões mais pobres são proporcionalmente as mais afetadas pela mortalidade materna.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que o programa Rede Cegonha, lançado em março deste ano com um investimento de R$ 9,4 bilhões, vai ditar ações estratégicas para qualificar uma rede de assistência obstétrica. O objetivo é que a mulher receba assistência integral desde a confirmação da gravidez e até o segundo ano de vida do filho.(da Agência Estado)

Amazônia registra 225 km² de áreas desmatadas



A floresta amazônica registrou, em julho, 224,94 km² de áreas que sofreram corte raso ou degradação progressiva. O dado é do sistema DETER (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Isso corresponde a pouco mais de 27 mil campos de futebol do tamanho do Maracanã. Os Estados mais afetados foram Pará, Rondônia e Mato Grosso.


SAIBA MAIS

Câncer
Maior consumo de frutas e verduras diminui casos 

Os brasileiros consomem só um terço da quantidade diária recomendada dos alimentos que previnem o câncer, aponta análise do Instituto Nacional de Câncer (Inca), a partir dos dados da Pesquisa de Orçamento Familiar que avaliou o consumo alimentar no País. O Fundo Mundial para Pesquisa contra o Câncer e o Inca citam que, se a população brasileira consumisse diariamente 400 gramas de frutas, legumes e verduras um de cada três casos de câncer de cavidade oral (boca, faringe e laringe), um em cada três casos de câncer de pulmão e um de cada quatro casos de câncer de estômago deixariam de ocorrer.

A pesquisa do IBGE mostrou que, diariamente, o brasileiro consome 126,4 gramas de frutas, legumes e verduras - o que equivale a uma pera. A chefe da área de Alimentação, Nutrição e Câncer do Inca, Sueli Couto, alerta para as pessoas não consumirem refrigerante e diminuírem o consumo de biscoito recheado. Conforme estimativa do Inca, até o fim de 2011, meio milhão de brasileiros terão recebido o diagnóstico de câncer - mulheres corresponderão a 52% dos casos.

Prefeitos discutem futuro do RJ em seminário na Baixada Fluminense.


Ideia é mostrar que toda a história de sucesso precisa de planejamento.
Baixada é uma das áreas consideradas com maior potencial de crescimento.

Do RJTV
Empresários e prefeitos de nove municípios da Baixada Fluminense participaram nesta segunda-feira (15) do encontro “Visões de Futuro: Potencialidades e Desafios da Baixada Fluminense”, em Nova Iguaçu. A série de debates visa discutir as visões de futuro do Rio de Janeiro, com exposição dos potenciais de desenvolvimento econômico de cada região.

A Baixada é uma das áreas consideradas com maior potencial de crescimento.

Os debates serão promovidos durante o ano pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Este foi apenas o primeiro seminário promovido pelo sistema Firjan para discutir as oportunidades do futuro. Novos encontros vão ser realizados em outras áreas do estado. A ideia é mostrar que toda a história de sucesso precisa de planejamento.
A Baixada tem um potencial enorme e vai ser um grande participante desse futuro do Rio de Janeiro"
Cristiano Prado
gerente
“A Baixada tem um potencial enorme e vai ser um grande participante desse futuro do Rio de Janeiro. A gente vai ver novas empresas chegando, novas casas sendo construídas, pressão por novas rodovias. Mas, também uma série de desafios, que inclui a questão de água, a questão de saneamento, a mobilidade urbana. Tudo isso pode, precisa ser tratado desde já”, disse Cristiano Prado Barbosa, gerente de competitividade da Firjan.

Os empresários interessados em participar dos ciclos de palestras devem se inscrever antecipadamente pelo telefone            0800 023 1231      .
Momento promissor
Durante o encontro, uma pergunta direcionou as discussões: "O que pode ser feito no presente para preparar essa região para o futuro?". Os empresários e as autoridades municipais têm consciência de que o momento é promissor.

A Petrobras, por exemplo, estuda uma nova base de exploração do pré-sal em Itaguaí. A Marinha já está construindo um estaleiro de submarinos na região. Já o porto de Itaguaí, em breve, terá capacidade de receber mais carga.
Além disso, o Arco Metropolitano, que vai ligar o porto ao Complexo Petroquímico de Itaboraí, deve ficar pronto no fim do ano que vem, e vai facilitar o transporte de mercadorias.

Os empresários que queiram saber das potencialidades favoráveis em cada regiões podem consultar no site do Portal Empresarial.