"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sobre a chacina de Vigário Geral.



Fonte: Google



Há 18 anos, na madrugada de 29/30 de agosto de 1993, foram cruelmente assassinadas 21 pessoas na favela de Vigário Geral. O crime abalou o segundo governo Brizola (1991-1994), que se marcara no anterior (1983-1987) por retaliações a policiais e assumida leniência com a marginalidade. A alegação era a de que a polícia, desde então proibida de agir contra o tráfico, a pretexto da defesa dos direitos humanos dos favelados, não estava preparada para atender aos seus reclamos por mais segurança. Hoje entendo que havia certa lógica na proibição, a polícia continua agressiva ao incursionar em favelas, do mesmo modo que os bandidos reagem violentamente a essas incursões, sobrando para a população favelada balas perdidas e morte trágica de adultos e crianças.

Depois de tanto tempo e muita meditação, devo admitir que cabia razão ao governante, embora fosse um tanto ou quanto ambíguo o seu posicionamento. Não era possível saber se ele defendia favelados ordeiros (era o mote) ou se agradava a bandidos que permitiam campanhas do PDT em favelas. Seja uma motivação ou outra, a verdade é que o afrouxamento do combate ao tráfico o fez florescer assustadoramente. Porém, não satisfeitos com as facilidades estatais, os traficantes começaram a eliminar policiais, e nem assim havia ação policial sistemática em lugar algum, nem na favela, nem no asfalto. A polícia fora proibida de agir nos bastidores de uma administração que freava a polícia alegando “defesa dos direitos humanos”.


Nas instituições policiais, o poder só era exercido por quem concordava ou fingia concordar com a omissão estatal. Segundo denunciou o jornalista Carlos Amorim em livro que ele garante ter sido fruto de pesquisa e real o seu conteúdo (Comando Vermelho – a história secreta do crime organizado, Ed. Record), que pode ser baixado na íntegra pela internet, houvera antes um acordo do CV com o PDT. O encontro dos facciosos brizolistas de alto escalão com Rogério Lengruber (“Bagulhão”), prócer do CV, teria ocorrido no Presídio da ilha Grande. Para confirmar, ponho a seguir alguns trechos do referido livro que falam mais forte que eu, na sequência em que estão no livro:

"Anunciou uma política de preservação dos direitos humanos, numa cidade onde os grupos de extermínio agem abertamente. Colocou na Secretaria de Justiça um ex-perseguido político e companheiro de partido, Vivaldo Barbosa. (...). Brizola chega a nomear um ex-preso político da Ilha Grande, José Carlos Tórtima, Diretor de Presídio. O crime organizado explorou com habilidade cada uma dessas demonstrações de civilidade do governo estadual." (Pág. 148)

... 



Os limites impostos à ação policial nos morros da cidade permitiram o enraizamento das quadrilhas (...). A paz no morro é sinônimo de estabilidade nos negócios. (...). Mas o respeito ao eleitor favelado - que decide eleições no Grande Rio - ajudou indiretamente na implantação das bases de operação do banditismo organizado. (...). Estava determinado a consolidar a base política que se apoiava enfaticamente nos setores pauperizados. Na eleição de 82, pesou o apoio da Federação das Favelas (FAFERJ) e da Federação das Associações de Moradores (FAMERJ). Mas o fato é: o crime organizado usou tudo isso para crescer. (...). O desenvolvimento do Comando Vermelho foi o subproduto de uma Administração que respeitou o cidadão. (Págs. 148/9)


...


Na Ilha Grande, diante de toda a imprensa, um acontecimento insólito: a autoridade pública é recebida por um dos Vermelhos, um dos novos xerifes da prisão, Rogério Lengruber, o Bagulhão. O representante do Comando Vermelho veste bermudas, camiseta e sandálias havaianas. Mete o dedo na cara do Secretário de justiça e comunica a ele que os presos estão cansados de ouvir o blábláblá do governo. Esperam medidas concretas e imediatas. (Pág. 149) 


...


No dia 30 de setembro, uma quinta feira, os homens de confiança do Governador Brizola se reúnem secretamente num anexo do Palácio Guanabara. O motivo do encontro é a incontrolável violência nas cadeias. A conversa a portas fechadas dura toda a noite e parte da madrugada. Estão presentes o Secretário Vivaldo Barbosa e seu Subsecretário Antônio Carlos Biscaia. (pág. 157) 


...


O Comando Vermelho tinha cartas marcadas para a licitação do mercado de drogas. Na verdade, não estava muito longe de controlar o tráfico. A questão já andava muito bem encaminhada. Alguns dos maiores traficantes do Rio, como Escadinha e Silvio Maldição, pertenciam à organização. Outros foram chegando: Denis Leandro da Silva, o Dênis da Rocinha, Darcy da Silva Filho, o CY DE ACARI." (Pág. 161) 
Ressalvando que o traficante Cy de Acari, importante nome naquela época, foi por mim capturado e aprisionado em Bangu I, não posso negar que a promiscuidade rendeu dividendos aos traficantes. Eles passaram a dominar com maior desenvoltura as favelas cariocas, destacando-se Vigário Geral, onde ocorreu a chacina. Na noite anterior, porém, os traficantes tocaiaram e executaram 04 PMs do nono batalhão da PMERJ. A aterrorizante cena dos corpos fardados e amontoados dentro da radiopatrulha, com o sangue escorrendo pelas frestas das portas, falava por si mesma. Apesar disso, o sistema desviou o foco emitindo declarações à mídia alegando que os PMs estavam “fora do roteiro”.

Enfim, foram considerados “transgressores disciplinares” depois de mortos, e suas almas quase que punidas, comportamento a lembrar o absurdo sublinhado por Gógol em “Almas Mortas”: nos tempos dos czares as almas dos escravos eram vendidas e alcançavam valor maior dependendo do que eles executavam em vida. No caso dos PMs executados, a alma deles não valia nem um tostão furado. Eles foram sepultados sem honras, ou melhor, em desonra ante as incabíveis insinuações de “transgressão disciplinar” expelidas como flatulência fedegosa pelo sistema situacional. 

Num clima de revolta extrema, os PMs foram sepultados, e muitos companheiros deles manifestaram indignação no cemitério pelo fato de não ter havido nenhuma reação contra os traficantes de Vigário Geral liderados por “Flávio Negão”, assassino contumaz, além de poderoso traficante. Durante o enterramento do sargento, notava-se também a presença de agentes da PM.2 assistindo às manifestações indignadas de muitos colegas do morto. Inclusive os fotografaram, assim como a imprensa compareceu e os fotografou, por ter sido o primeiro sepultamento e se tratar do comandante da guarnição de supervisão. Essas fotos “solucionaram” a chacina. Somente essas, pois nos demais enterros não foram filmar nem fotografar ninguém. Deste modo, não houve acusação contra os que compareceram aos demais sepultamentos, lógica indecente do sistema situacional para fabricar culpados pelo bárbaro crime tornando tudo muito célere.


Sim, tudo “solucionado” a partir das fotos reveladas e por um “reconhecimento” forjado em manipulação descarada de um facínora do CV com vasta folha penal no Rio de Janeiro, em Mato Grosso do Sul e em São Paulo, rota do tráfico para a Colômbia e a Bolívia. Ele foi apresentado como “terceiro-sargento temporário do Exército“ e “motorista de táxi”, duas mentiras consagradas pelo sistema situacional para encobrir a verdadeira identidade da famigerada “testemunha-chave”: um contumaz marginal da cúpula do CV. E a tal “testemunha-chave”, designada pela mídia sensacionalista como o misterioso “I.”, com promessas de impunidade amplamente difundidas, portanto inegáveis, passou a acusar quem o sistema bem escolhesse para bancar a ignóbil trama.


Na verdade, o tal “I.” mantinha elos com maus policiais civis e militares que gauderiavam na Delegacia de Cargas, situada na Baixada Fluminense. Lá também se encostava como “X-9” o sargento Ailton, que, juntamente com outro PM, culminou sócio do bandido num barco de pesca. Daí a presença no sepultamento do seu sócio em “mineiras” e em pesca. Identificado erradamente nas fotos como sendo PM, o bandido Ivan Custódio Barbosa de Lima se viu cercado de mordomia no Palácio Guanabara e numa residência oficial do governador situada na ilha de Brocoió, baía de Guanabara. Porque, ante a ameaça de ser acusado como participante da chacina (forte possibilidade), e para se livrar, ele fez o jogo do sistema, que tinha pressa em dar resposta ao grave incidente a qualquer custo, e este se resumiu à imediata prisão disciplinar de dezenas de policiais-militares cujo “crime” foi o de comparecer ao enterro do sargento e figurar nas tais fotos.


Com tática treinada, por meio de “ter ouvido” de um dos acusados, aquele outro PM também sócio dele no barco de pesca, PM, por sinal, que jamais admitiu ter participado do crime, o bandido do CV entrou a acusar uma fieira de PMs, identificando-os nas fotos, sendo para tanto descaradamente manipulado para conseguir apontar quem ele não conhecia nem de vista. Se não bastasse, e na empolgação do pérfido plano, os “investigadores” da PCERJ e da PMERJ instituíram uma teia de fatos criminosos desencontrados no espaço e no tempo e inventaram uma quadrilha de policiais imputando-lhes vários crimes extraídos da própria cultura do bandido ou dos arquivos da inteligência da PMERJ e da PCERJ. Deste modo incrível, as “arapongas-investigadoras” espalharam o terror no seio das instituições policiais, com o indefectível anúncio de que a “testemunha-chave” possuía “memória fotográfica”. Claro, foi tudo forjado através de fotos...


Para concretizar a perfídia, as “arapongas-investigadoras” contaram ainda com a providencial conivência do Ministério Público, na época representado por um Procurador-Geral de Justiça que sonhava ser político, o que posteriormente ocorreu. Enfim, plano perfeito, falhando apenas num detalhe: os processos, centenas deles, ao serem apreciados por outros procuradores e promotores de justiça e por desembargadores e juízes isentos, tanto nas instâncias superiores do Tribunal de Justiça como em muitas Varas Criminais da Capital, serviram mais para desmascarar a trama e desmoralizar seus mentores.


Destaca-se, entre uma infinidade de processos, o da chacina de Vigário Geral, com a decretação de inocência da quase totalidade dos réus, com a desmoralização do tal “I.”, “ouvindo de terceiros”, que fulano, beltrano e sicrano participaram da chacina e de dezenas de crimes em que ele, sim, era protagonista, como restou provado, sendo ele, isoladamente, muitas vezes condenado. Era tudo mentira dele, sim!... E desde então tem sido ele a usual desculpa dos “investigadores” do sistema situacional brizolista, ou seja, tudo foi “culpa” do bandido usado como espada a destroçar reputações.


O que restou desse degradante fato comportamento do sistema situacional?... Ora, a impunidade dos autores e culpados pelo bárbaro crime!... Porque até hoje não se sabe quem participou da chacina, sendo certo que não foram aqueles que amargaram a prisão e a humilhação pública no mais absurdo “castigo-espetáculo”, barbárie comum nos tempos inquisitoriais. E os que amargaram injustamente o cárcere por anos a fio (foram mantidos em prisão preventiva por mais de três anos), que foram excluídos da PMERJ por faltas disciplinares levíssimas para complementar o “castigo-espetáculo”, estão hoje inocentados, a maioria por decisão soberana do Júri Popular, e quase todos a requerimento do próprio Ministério Público que os denunciou. E agora? Quem respondeu por essa outra chacina física e moral? Ninguém! Não interessa à sociedade que algumas dezenas de PMs tomem no fiofó, faz parte da cultura insana de um país desinformado, que ainda não sabe o valor da verdadeira democracia.


São, por conseguinte, duas amargas lembranças: a dos 21 mortos na favela e a dos 33 chacinados pelo sistema situacional. Nada demais, o sistema situacional mata diariamente os cidadãos ofertando-lhes péssima saúde pública, péssima segurança, e desemprego, e demais castigos sociais. E nenhum dos seus representantes, burocratas ou eleitos pelo povo, responde por absolutamente nada, nem pela roubalheira desenfreada que lemos diariamente nos jornais. Portanto, que descansem em paz os assassinados na favela de Vigário geral! Que descansem em paz muitos desses policiais injustamente acusados por crimes que não cometeram e já estão mortos! E que derretam no inferno os delegados de polícia e os oficiais e praças da PMERJ, e outros e outras que participaram da fraude processual e também já morreram! Enquanto isso, o planeta Terra gira indiferente, e daqui a cem anos não haverá nenhuma testemunha de chacina para contar a história...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O COMANDANTE GERAL DA PMERJ FALA SOBRE A INJUSTIÇA QUE O PM SÉRGIO CERQUEIRA BORGES AINDA SOFRE.







http://www.youtube.com/watch?v=7JcIsbkOoFw



Vitória sobre a morte!


sérgio disse...

http://br.youtube.com/watch?v=njESqa6H7Ko

ATENTADO A DIGNIDADE HUMANA E AOS DIREITOS HUMANOS.

Fui um dos acusados inocentes da chacina de Vigário Geral em 1993. Preso disciplinar por "não atualizar endereço". No CD (conselho disciplinar /ADM) provei tê-lo informado, entretanto fui excluído pela acusação da chacina. Vários princípios constitucionais do artigo 5º da Constituição da República Federativa Brasileira foram feridos, “O DEVIDO PROCESSO LEGAL”, entre outros.de igual gravidade, como também tratados internacionais ratificados pelo Brasil. Libelado por não informar endereço, entretanto excluído pela chacina sem ser ainda julgado (Tribunal de exceção). No BP-Choque prestei depoimento sob efeito de tranqüilizantes, no CD (conselho disciplinar), com conhecimento dos oficiais, membros. No BP- Choque fomos torturados com granadas de efeito moral às vésperas do depoimento no II TJ, cujos fragmentos foram apresentados à juíza, que enviou a perícia, consta nos autos, mas nada aconteceu conclusivamente. Na véspera do natal de 1993, quando transferido para a POLINTER, protestei aos gritos a injustiça e no curso fui enviado ao hospital de loucos, em Bangu, mas por não ter sido aceito, retornei e, em dias, fui transferido para Água Santa. Neste também fui agredido e informei no dia seguinte em juízo, estando com ferimentos, mas nem fui submetido à perícia. Transferido para o Frei Caneca (UPE), pude ajudar a gravar as fitas com as confissões cujas 23 inocentes puderam alcançar a liberdade e, transferido para o CPI/PM (COMANDO DE POLICIAMENTO DO INTERIOR). Após a perícia das fitas, fui solto provisoriamente; Dei entrevistas me defendendo e tive minha liberdade provisória caçada e enviado ao 12ºBPM, acredito, para me silenciarem. No júri fui absolvido. Meus pedidos de reintegração nunca foram respondidos até há alguns dias, quando um Coronel PM informou via correspondência que meu direito processual havia precuído, esperaram o tempo passar para não discutirem o meu direito material. Tive um filho com 18 anos, assassinado por vingança, tive vários atentados e um deles me aleijou a perna esquerda, com limitação parcial, sofro de diabete, enfartei aos 38 anos, possuo um tumor na tireóide. Tento reintegração em ação rescisória Processo No 2005.006.00322 TJRJ com pedido de tutela antecipada para cirurgia no HPM buscando extração do tumor.Portanto vários atentados à minha dignidade humana e direitos constitucionais indisponíveis foram cometidos. As pessoas responsáveis nunca responderão por diversas prisões de inocentes? Afinal foram 23 inocentes presos (PROCESSO VIGÁRIO I) por quase quatro anos com similares seqüelas. Ajudem-me a resgatar minha dignidade. No menor prazo possível estarei providenciando os documentos, todavia esclarece que alguns destes, foram extraviados, quando sofri o assalto descrito na denúncia, cujos foram levados no carro que me levaram; seria necessário desentranhamento dos meus depoimentos no processo da chacina do II TJ. A injustiça queima a alma e perece a carne!Com fundamentos na CRFB, artigo 5º; 127º; 129º, I, II, e VII; na LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 106/03, artigos 36º; 37º, I, II, III; 38º, I e III e IV; 39º, VIII e os tratados internacionais de Direitos Humanos, suplico providências para que os transgressores respondam na forma da lei as violências, levando também em conta os Direitos Humanos do noticiante, destas irregularidades.8:22 AM
sérgio disse...

Coronel,
Necessito resgatar minha dignidade e honra de PM.8:25 AMMário Sérgio de Brito Duarte disse...




Mais uma vez agradecendo os comentaristas do blog, asseguro-lhes da minha satisfação de tê-los aqui e, particularmente, considero:
1. Quanto ao comentarista Sérgio, cuja vida acabou definitiva e historicamante ligada a Vigário Geral (como a minha também, embora em circunstâncias diferentes), torço para que seus esforços por justiça recebam a acolhida do "espírito de justiça e verdade". Se há algo que ninguém mais dúvida nos nossos dias, é do amontoado de irreparáveis injustiças que foram cometidas contra Policiais Militares acusados preciptadamente no caso exposto. A chacina foi uma abjeta, desumana e igualmente irreparável ação de uma malta estúpida. Todavia, só, e somente, só poderiam pagar por ela, os verdadeiros envolvidos. O tempo se encarregou de exibir inocentes e, como você informa, por provas coletadas pelos próprios acusados. Agora, veja bem Sérgio, o que sei a seu respeito é o que está relatado. Disse aqui e reitero:espero que a justiça te alcance e te acompanhe, como sei que eu e ninguém podemos fugir dela. Onde erro, e errei, não escaparei do julgamento e penalidade. Torço para que, a verdade estando do teu lado, você possa não apenas reconquistar tua honra como Policial Militar, mas levá-la consigo até os teus últimos dias, sobre os quais também desejo-lhe longos e em paz.
2. Ao Pai Caveira e ao comentarista que disse que teve um parente citado, obrigado por passarem por aqui; espero que ambos familiares estejam bem; e,
3. Ao comentarista que me convida a ler o Repórter de Crime, já fiz isso. Aliás, eu o leio sempre. Não vou comentar lá. Estou pensando em escrever sobre o que o consultor escreveu, por aqui mesmo.
Abraço a todos.4:41 PM

sexta-feira, 5 de junho de 2009

"A INJUSTIÇA QUEIMA A ALMA E PERECE A CARNE"

"A nota da PMERJ na reprtagem de O GLOBO, é no mínimo irresponsável, senão criminosa". "O Júri decidiu pela tese defensiva, ou seja, optou em acreditar na inocencia dos policiais; o que é muito diferente de falta de provas; o que vem a ser, não ter provas suficente para condenar-se, pela presunção de inocencia. Ou o coronel PITTA é mal assessorado ou mentiroso; seja lá o que for, deveria retratar-se; mas não terá dignidade para isso."





PMs são absolvidos de acusação da chacina de Vigário Geral

A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou, na terça-feira (2/9), o recurso do Ministério Público contra a absolvição de nove policiais militares. Eles são acusados pela chacina de Vigário Geral. Em agosto de 1993, 21 moradores -- sem antecedentes criminais -- foram assassinados por um grupo de PMS no Rio de Janeiro. Entre eles, os nove policiais julgados.
Por dois votos a um, a absolvição foi mantida. O desembargador Giuseppe Vitagliano, relator do processo, havia votado pela anulação da decisão do II Tribunal do Júri. Entretanto, a desembargadora Nilza Bittar e o desembargador Francisco José de Asevedo entenderam que os jurados não decidiram em desacordo com as provas do processo: "Foram apresentadas duas teses e o júri preferiu a da defesa". O Ministério Público pode recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça.
O resultado da 4ª Câmara Criminal beneficia os policiais militares Carlos Teixeira, Gil Azambuja dos Santos, Sérgio Cerqueira Borges, Edmilson Campos Dias, Demerval Luiz da Rocha, Gilson Nicolau de Araújo, Adilson de Jesus Rodrigues, Jamil José Sfair Neto e Marcus Vinícius de Barros Oliveira. Eles foram denunciados pelo Ministério Público junto com outros 24 PMs, no processo que ficou conhecido como Vigário I. Desse grupo, apenas dois estão cumprindo pena.
A chacina de Vigário Geral completou dez anos no dia 30 de agosto e no próximo dia 12 mais um acusado sentará no banco dos réus. O juiz Luiz Noronha Dantas, do II Tribunal do Júri, marcou o julgamento do PM Sirlei Teixeira Alves, um dos principais acusados das 21 mortes e quatro tentativas de homicídio.
Ele estava foragido até o ano passado, quando foi preso por ter participado de um assalto a uma agência da Caixa Econômica Federal, pelo qual foi condenado a oito anos de prisão pela Justiça Federal. (TJ-RJ)






































http://www.youtube.com/watch?v=njESqa6H7Ko








http://odia.terra.com.br/blog/blogdaseguranca/200808archive001.asp


Vigário Geral: tragédias por todos os lados



Por Gustavo de Almeida
Nesta sexta-feira, completaram-se 15 anos da triste chacina de Vigário Geral, quando 21 inocentes foram assassinados da forma mais insana possível, em uma vingança sangrenta que tomou conta do noticiário internacional. A Ordem dos Advogados do Brasil, seção Rio, lembrou a data, mas já é possível perceber que aos poucos a cidade vai deixando as trágicas lembranças da chacina para trás. Os atos vão sendo esvaziados. O noticiário na TV vai ficando mais ralo, e até mesmo os nomes de mortos e matadores vão sendo menos escritos. Até mesmo um dos matadores foi morto em maio, sem que se fizesse muito alarde disto.
Vigário Geral e o Rio de Janeiro se refletem em um espelho, quando somam impunidade e injustiça.
Uma das parentes de vítima teve a indenização negada no fim do ano passado pela Justiça, sem maiores explicações. É obrigação do Estado recorrer, como manda a lei. Mas surpreendeu que em última instância a vítima tenha perdido. É inexplicável. Trata-se de uma senhora que até hoje vive em Vigário, sem maiores perspectivas. Não sabe nem que a vida lhe foi injusta. Já não sabe o que é vida.
Poucos sabem,
mas há um PM no caso de Vigário Geral que acabou se tornando vitima. Trata-se de Sérgio Cerqueira Borges, conhecido como Borjão.
Borjão foi um dos presos que em 1995 já eram vistos como inocentes, colocados no meio apenas por ser do 9º´BPM. A inocência de Borjão no caso era tão patente que ele inclusive foi o depositário de um equipamento de escuta pelo qual o Ministério Público pôde esclarecer diversos pontos em dúvida.
Borjão foi expulso da PM antes mesmo de ser julgado pela chacina.
Era preso disciplinar por "não atualizar endereço".
Borjão conta até hoje que deu depoimento
em seu Conselho de Disciplina sob efeito de tranqüilizantes, ainda no Batalhão de Choque. Seus auditores sabiam disto. "No BP-Choque, fomos torturados com granadas de efeito moral as vésperas do depoimento no 2º Tribunal do Júri, cujos fragmentos foram apresentados à juíza, que enviou a perícia. Isto consta nos autos, mas nada aconteceu", conta Borjão, hoje sem uma perna e com a saudade de um filho, assassinado em circunstâncias misteriosas, sem que ele nada pudesse fazer.
"No Natal fui transferido para a Polinter. Protestei aos gritos contra a injustiça. e Me mandaram para o hospital psiquiátrico em Bangu mas, por não ter sido aceito, retornei e em dias fui transferido para Água Santa. Lá também fui espancado e informei no dia seguinte em juízo, estando com diversos ferimentos, mas sequer fiz exame de corpo delito. Transferido para o Frei Caneca, pude ajudar a gravar as fitas com as confissões e em seguida fui transferido para o Comando de Policiamento do Interior. Após a perícia das fitas fui solto. Dei entrevistas me defendendo e tive minha liberdade provisória cassada e me mandaram para o 12ºBPM a fim de me silenciarem. No júri, fui absolvido. Meus pedidos de reintegração à PM nunca foram respondidos".
A história de Borjão ao longo de todos estes 15 anos só não supera mesmo a dor de quem perdeu alguém na chacina. Mas eu não estaria exagerando se dissesse que Sérgio Cerqueira Borges acabou se tornando uma vítima de Vigário Geral. "Tive um filho com 18 anos assassinado por vingança. Sofri vários atentados e um deles, a tiros, me fez perder parcialmente os movimentos da perna esquerda. Sofro de diabete, enfartei aos 38 anos e vivo com um tumor na tireóide. Hoje em dia tento reintegração à PM em ação rescisória, o processo é o número 2005.006.00322 no TJ, com pedido de tutela antecipada para cirurgia no Hospital da PM para extração do tumor. Portanto, vários atentados à dignidade humana foram cometidos. As pessoas responsáveis nunca responderão por diversas prisões de inocentes? Afinal foram 23 inocentes presos por quase quatro anos com similares seqüelas. A injustiça queima a alma e perece a carne!", desabafa Borjão.
Borjão hoje conta com ajuda da OAB para lutar por sua reintegração. Mas o desafio é gigantesco.

Triste ironia do destino: o policial hoje mora em Vigário, palco da tragédia que o jogou no limbo.

A filha dele, no entanto, me contou há alguns dias que não houve tempo suficiente para esperar pela Justiça e pela PM - Borjão teve que operar às pressas o tumor na tireóide no Hospital Municipal de Duque de Caxias. A cirurgia foi bem. Sérgio Cerqueira Borges vai sobreviver mais uma vez.
Sobreviver de forma quase tão dura como os parentes de 21 inocentes, estas pessoas que sobrevivem mais uma vez a cada dia, a cada hora. No Rio de Janeiro é assim: as tragédias têm vários lados e a tristeza de quem tem memória dificilmente se dissipa. Pelo menos nesta data, neste 29 de agosto que nos asfixia.


terça-feira, 2 de junho de 2009

HISTÓRICO AFROREGGAE ANTES DA CHACINA DE VIGÁRIO GERAL 1993.






vítima da chacina confirma que foi as custas
do sofrimento deles que o Afro Reggae decolou,
assista no documentário abaixo.



HISTÓRICO AFROREGGAE/ VIGÁRIO GERAL.
1992 Concebendo...
Em 1992, enquanto os estudantes, em várias capitais brasileiras, pintavam a cara e saíam às ruas, manifestando-se em favor do Impeachment do então presidente da república Fernando Collor de Mello, começou-se a escrever a história do GrupoCultural Afro Reggae. 

Tudo teve início com a realização de uma festa de reggae, que aconteceu na seqüência de uma série de festas de funk que José Júnior, atual Coordenador Executivo do GCAR, vinha  organizando desde 1992. Como, nesse mesmo ano, o funk tinha se tornado um ritmo proibido nas festas e bailes do Rio devido ao controverso arrastão da Praia do Arpoador houve a exigência de uma mudança. Essa mudança deu certo, não apenas porque a festa foi um sucesso, mas também porque levou à politização do grupo e motivou a realização de uma segunda festa: a Iª Rasta Reggae Dancing, que reuniu pessoas dos locais mais distintos como Baixada Fluminense, Zona da Leopoldina, Zona Sul e Zona Oeste.
1993-1994: O Começo na primeira reunião de reflexão sobre a Iª Rasta Reggae Dancing, foram convidadas pessoas que participaram da sua produção. Um dos participantes sugeriu a criação de um veículo de comunicação sobre a cultura negra. Foi assim que surgiu, em janeiro de 1993, a primeira edição do Jornal Afro Reggae Notícias (nº 0). A cada edição, o grupo, autodenominado “organizadores”, amadurecia e se transformava. Assim, em julho de 1993, decidimos criar uma ONG, nascendo assim o Grupo Cultural Afro Reggae (GCAR). A necessidade de se tornar uma entidade organizada baseou-se nas observações e experiências individuais dos componentes, uma vez que através unicamente do jornal não era possível interferir positiva e diretamente em determinados problemas sociais. No entanto, o jornal continuou existindo, e ainda é hoje é publicado, mas no formato on-line. Foi então que decidimos criar um programa de ação sociocultural voltado para os jovens que residiam em favelas e que, concretamente, viesse a modificar de alguma forma a vida dessas pessoas. 
Foi então, ocorreu um dos fatos mais vergonhosos do Brasil: A chacina de Vigário Geral. No dia 29 de agosto de 1993, vinte e uma pessoas foram covardemente assassinadas pela Polícia Militar, em vingança pela morte, no dia anterior ao da chacina, de quatro policiais por traficantes da favela. No entanto, nenhuma das vítimas tinha qualquer envolvimento com a criminalidade. Nessa época Vigário vinha de uma guerra de dez anos com a favela vizinha Lucas -, numa disputa cruel pelo comando dos pontos de venda de droga. A chacina, entretanto, acabou selando a paz e gerando dezenas de manifestações a favor dos parentes das vítimas e de Vigário Geral. O GCAR chegou um mês após o massacre, em setembro, participando de várias reuniões e atividades pelo MOCOVIGE - Movimento Comunitário de Vigário Geral.

Em 1994, o GCAR obteve do SAAP/FASE o seu primeiro apoio financeiro (para a produção de 4 edições do Jornal Afro Reggae Notícias) e o Núcleo de Vigário Geral teve início (oficinas de reciclagem de lixo, dança afro e percussão). Este também foi um período problemático no Rio de Janeiro, pois o governo federal interveio em algumas favelas com a Operação Rio. Por inúmeras vezes nossas atividades foram interrompidas pela ameaça de intensos tiroteios e pela violência policial. As oficinas de dança, percussão e capoeira haviam-se tornado uma banda e já estavam se apresentado pela cidade. Foi numa dessas oportunidades, no Hotel Marina (Leblon), que conhecemos Regina Casé, que nos apresentou a Caetano Veloso, e daí para agendarmos um evento de batizado da banda, em que os dois fossem os padrinhos, foi um pulo. No dia 09 de Junho de 1995, realizamos o Batizado da Banda AfroReggae, na favela de Vigário Geral, com os padrinhos ilustres Regina Casé e Caetano Veloso. Pela primeira vez, a favela de Vigário Geral recebia a presença de artistas consagrados, e o evento contou ainda com a presença do poeta Waly Salomão (atual diretor social do GCAR), intelectuais, representantes de ONG´s e da mídia. Ainda nesse ano, graças a um empréstimo do Centro de Assessoria a Movimentos Populares CAMPO, conseguimos comprar uma casa para o Grupo, o que deu novo fôlego ao desenvolvimento do trabalho. No ano seguinte (96), implantamos o segundo Núcleo Comunitário de Cultura, no Morro do Cantagalo. Este Núcleo surgiu no Complexo Escolar Municipal Presidente João Goulart (popularmente conhecido como CIEP Ipanema). Aqui utilizamos a linguagem do Circo e o objetivo é a formação de uma trupe profissional. Uma outra novidade foi o lançamento de um programa em uma rádio comunitária, que o GCAR lançou em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ. No inicio desse ano, a Ação da Cidadania/IBASE e o Movimento Viva Rio criaram o projeto GerAção, englobando jovens de classe média que desejassem participar de ações sociais nas favelas. Em Vigário, esse projeto proporcionou, então, a possibilidade de uma troca positiva de experiências entre pessoas que viviam realidades absolutamente distintas, indo ao encontro da política de integração social defendida pelo Grupo. Ainda em 96, foi lançada a Campanha do Metro, visando vender os 90 metros quadrados do terreno/casa de Vigário. Cada metro custava na época R$ 60,00 (Sessenta Reais). A campanha foi um sucesso e em 6 meses conseguimos os recursos e pagamos o débito junto ao CAMPO. 11999955--11999966: A: Ammplpialinadnod aos a pse presprsepceticvtaisvas 

1997-1998: Avanços e conquistas. O grande acontecimento de 1997 foi a inauguração, em 29 de julho, do Centro Cultural Afro Reggae Vigário Legal, com recursos das embaixadas britânica e canadense. A data foi marcada por um grande evento, com a participação d'O Rappa e do Cidade Negra. O Centro Cultural, ou melhor dizendo, o trabalho do GCAR na comunidade de Vigário Geral, passou então a ser coordenado por dois jovens moradores da comunidade (Anderson Sá e Luiz Gustavo, hoje vocalistas da Banda AfroReggae). O investimento realizado pelo grupo começou a mostrar resultados. Além dos coordenadores mencionados, surgiu um time de jovens, entre 14 e 18 anos, desempenhando os papéis de monitores, instrutores juniores, instrutores/educadores e agentes administrativos. Os jovens-líderes do GCAR, de início, encontraram várias barreiras devido à pouca idade e à inexperiência. Afinal, nossa área carece de cursos de formação, uma vez que fazemos um misto de cultura, movimento social e educação, utilizando uma linguagem que incorpora expressões populares e muita vivência pessoal. A Banda AfroReggae passou a ser a principal referência da instituição e um exemplo de projeto com êxito no trabalho em favelas. Passamos a encará-lo, então, como um veículo que capaz de romper as fronteiras da comunidade. Iniciamos assim um investimento contínuo nos jovens, visando a que se tornassem artistas profissionais. Resolvemos criar um espetáculo que fundisse música, dança, teatro, luta e circo: o Espetáculo Nova Cara. O ano de 1997 também marcou o retorno do GCAR para o Cantagalo. A partir das conexões feitas com grupos do Canadá em 96, fomos convidados a participar de uma grande parceria entre as ONGs Se Essa Rua Fosse Minha, SAAP/FASE e Teatro de Anônimo e duas organizações canadenses: Cirque du Soleil e a Jeneusse du Monde. Dessa forma surgiu o projeto Levantando a Lona. Em 1998, a Banda AfroReggae realiza sua primeira turnê pela Europa. Com o espetáculo Nova Cara pronto, a Banda se apresentou na França durante a Copa do Mundo de Futebol , na Holanda, na Inglaterra e na Itália. Foram as primeiras apresentações oficiais do Espetáculo. No Brasil, a primeira apresentação aconteceu em novembro do mesmo ano, na Lapa, Rio de Janeiro, gratuitamente e com um público de mais de três mil pessoas. Nesse ano, a Instituição começava a perceber que um investimento maior e melhor na questão da educação se tornava e necessária. Se quanto ao aspecto de promoção da autoo-estima e da cidadania e também quanto ao desenvolvimento artístico o Afro Reggae ia muito bem, no que diz respeito à educação era evidente que algumas lacunas não estavam sendo preenchidas um número considerável de jovens não freqüentava a escola, um outro tanto já chegava à maioridade sem ter concluído o segundo e em alguns casos nem o primeiro grau e, além disso, reinava o desinteresse por qualquer assunto que não tivesse a ver diretamente com a prática artística.

1999-2000: Consolidando as bases
Então, em 1999, o GCAR começava a pensar com mais profundidade em como elaborar uma prática educativa que atraísse o interesse dos jovens e, ao mesmo tempo, tivesse a cara do Afro Reggae, preservando o aspecto lúdico e prazeroso do processo. Sem dúvida, ainda há muito chão a trilhar nesse aspecto. Por outro lado, em março desse ano demos um importante passo no sentido do aperfeiçoamento das tecnologias de comunicação do Grupo: inauguramos a página na Internet “www.afroreggae.org”. Por outro lado, demoramos a nos organizar quanto à manutenção do mesmo, e o sítio apresentava precariedade no tocante à atualização (problema que só se resolverá no final de 2001). Ainda em 99 aconteceu a segunda turnê da banda pela Europa. Os países foram: Itália, França e Holanda. Mesmo passando por apenas 3 países, o período de permanência no velho mundo foi significativo: 74 dias. Nessas viagens, nós participamos de festivais de música e cultura, eventos em casas noturnas, teatros, etc. Também mantivemos uma vasta agenda social de intercâmbios com grupos locais, palestras e workshops. Em 2000 a Banda AfroReggae assina contrato com a Universal Music, tornando-se dessa maneira o primeiro grupo, no Brasil, surgido em uma favela e a partir de um projeto social a lançar seu disco de estréia por uma multinacional da área fonográfica. A ARPA se converte numa produtora de eventos com pessoa jurídica própria (mais informações no Histórico da ARPA) e passa a cuidar dos interesses comerciais da Banda, além de continuar promovendo eventos diversos. É criado o Prêmio Orilaxé. Em janeiro de 2000, por ocasião do sétimo aniversário do Grupo Cultural Afro Reggae, resolveu-se instituir uma premiação que valorizasse personalidades, das mais diversas áreas de atuação, que tivessem dado uma importante contribuição para o campo sociocultural. O prêmio representou a consolidação de uma tradição que vem dos primeiros anos de atividade do GCAR, consolidada agora em eventos de maior ressonância. Em março foi interrompida a publicação do Afro Reggae Notícias, acontecimento lamentado por todos uma vez que esta foi a primeira realização do Grupo Cultural
Afro Reggae. No entanto, essa interrupção serviu para que repensássemos todo o setor de comunicação do GCAR, visando ao incremento de todas as atividades relativas à comunicação. Ao longo desse ano o processo de investimento na educação, mencionado acima, começou a se consolidar, de modo que, no final desse mesmo período, já se podia perceber uma baixa significativa na quantidade de jovens participantes do projeto fora da escola, reduzida praticamente a zero. Naturalmente, muito ainda há para ser feito, sobretudo no que diz respeito à qualidade da educação oferecida pelo grupo em relação com os parâmetros da educação formal. Isso já é há muito tempo uma preocupação do Grupo e vem sendo incorporada aos novos projetos, já pensados para o novo século.

2001-2002: O futuro é agora
Em janeiro de 2001 a Banda AfroReggae lançou o CD Nova Cara, pela gravadora Universal Music, conforme anunciado no ano anterior. O lançamento extra-oficial foi durante o Rock´n Rio III, na Barra da Tijuca. A banda se apresentou na abertura do evento, ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira, interpretando Assim falou Zaratustra, de Jocham Strauss Jr., e na programação normal, na Tenda Brasil. Além disso, outros projetos do GCAR participaram do Rock in Rio a Trupe da Saúde e a Trupe do Levantando a Lona fizeram apresentações na Tenda Mundo Melhor, onde houve também debates com a participação do Grupo. O lançamento do CD da Banda AfroReggae (oficialmente em março, na sede da Universal, na Barra da Tijuca-RJ) coroou os anos de investimento visando a um objetivo que muitos julgavam inviável: o desvio de jovens moradores do caminho do narcotráfico e do subemprego. No final deste ano o Afro Reggae firmou o convênio com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social-BNDES para a construção de um novo centro cultural em Vigário. No ano seguinte, precisamente em setembro de 2002, o Centro Cultural Afro Reggae Vigário Legal foi demolido, dando lugar ao canteiro de obras que em breve será conhecido como Centro Cultural Waly Salomão, em homenagem ao poeta que teve uma presença importantíssima na história do grupo e, infelizmente, nos deixou em maio de 2003. A idéia é que esse novo centro cultural se torne uma referência não só para a comunidade, mas para a cidade como um todo, objetivando o investimento na potência criativa e inovadora das culturas produzidas na periferia e buscando interferir na vida coletiva do país. Com a demolição do antigo centro cultural, a prioridade do Afro Reggae em Vigário passou a ser o investimento nos trabalhos já consolidados, como o projeto Criança Legal e os SubGrupos que já estavam em atividade até o final de 2001. Surpreendentemente, nesse momento, em que esperávamos um certo refluxo no processo de crescimento do grupo nessa comunidade, aconteceu o contrário. Em 2002, quatro novos SubGrupos foram criados em VG Tribo Negra, Afro Mangue, Kitôto e um grupo de dança (cujo nome ainda não foi definido) e um quinto começou a se desenhar: um grupo de afoxé só de meninas. Foi nesse ano também que alguns desses grupos repensaram totalmente o seu trabalho, caso do Afro Samba e da Trupe da Saúde. Ainda em 2001, no mês de outubro, o Afro Reggae inaugurou, em Parada de Lucas, um projeto de extrema importância para nossos objetivos: o Rompendo Fronteiras. Inicialmente formado a partir de uma parceria com o CDI e a associação de moradores local, esse projeto é voltado para a área de informática e representou de ato o rompimento de uma fronteira bastante hostil. Afinal, desde 1983 as relações entre essa comunidade e a vizinha Vigário Geral eram marcadas pelos conflitos entre narcotraficantes, o que não raro impedia ações, relacionamentos ou desenvolvimento de projetos comuns às duas comunidades. Agora, com a presença do Afro Reggae consolidada em Lucas, estamos desenvolvendo a idéia de criação de um Centro Multimídia na favela, que disponha de computadores de primeira geração, curos diversos, programação visual, edição de vídeos, conexão rápida à Internet e muito mais.

Já em 2002, foi dado um novo passo. Em fevereiro, foi iniciada, no complexo Cantagalo-Pavão-Pavãozinho, uma oficina de vídeo, cujo objetivo é capacitar jovens da comunidade e adjacências para produzir documentários ou peças de ficção numa linha de comunicação popular. A idéia é que a partir deste curso o GCAR forme um núcleo de audiovisual que possa absorver os próprios alunos em torno de uma equipe de produção profissional.
2003-2004: Da favela para o mundo
O ano de 2003 começa com um marco importante: o dia 21 de janeiro desse ano marcou a comemoração dos 10 Anos do Grupo Cultural Afro Reggae. Dessa vez o evento de aniversário e a cerimônia de entrega do Prêmio Orilaxé durou quatro dias. O primeiro, no teatro João Caetano, foi dedicado ao prêmio. Os dois seguintes aconteceram no SESC Tijuca, com debates e apresentações dos SubGrupos do Afro Reggae. O quarto e último dia de comemoração foi na Lapa, com um grande show da Banda AfroReggae, Makala e grandes artistas como Lenine, Jorge Mautner e Nelson Jacobina, Nando Reis, Frejat... O dia foi assinalado ainda por um dos maiores temporais que já caíram sobre a cidade, o que fez acabar a luz em toda a região menos no palco montado em frente aos Arcos, iluminado pelo gerador e impediu Caetano Veloso de chegar para sua apresentação, mas não impediu o público de festejar até o final, debaixo de chuva, junto com o Afro Reggae os 10 anos de sua história. Como esta era uma data marcante, todo o ano foi dedicado à comemoração dos 10 anos, cujo clímax aconteceu em 9 de setembro, com o lançamento do livro Da favela para o mundo, no Sesc-Flamengo. Escrito por José Junior, o livro narra a história do Grupo Cultural Afro Reggae desde os primeiros movimentos para organizar as festas que aglutinaram o grupo, passando pela edição do Afro Reggae Notícias e a consolidação do grupo, os acertos (e também os erros), os avanços e os planos de futuro. Naturalmente, essa é apenas parte da história e ainda há muito a construir. O ano de 2004 deve trazer muitas novidades: há a perspectiva do novo Centro Cultural, em vigário Geral; o novo CD da Banda AfroReggae; a inauguração do centro multimídia em Parada de Lucas e muito mais. De qualquer forma, esse ano começou bem, com a festa de 11 anos do grupo realizada no Canecão. Pela primeira vez, a comemoração aconteceu em fevereiro e num bairro da zona sul. Essa festa, entre outros argumentos, mostrou a evolução dos grupos artísticos formados pelo trabalho do Afro Reggae no caso presente, a trupe Levantando a Lona, o Kitoto, Afro Samba, Makala, e naturalmente a já experiente Banda AfroReggae e também a capacidade do grupo de juntar os diferentes pontos e as diversas esferas da cidade em um mesmo espaço, mostrando que as diferenças podem ser superadas e que alguns dos maiores problemas sociais, políticos e até econômicos de nosso podem encontrar uma solução nessa experiência de solidariedade e reconhecimento.

http://www.afroreggae.org.br/upload/projetos_2/gcar_historico.pdf


























NOS DIAS DE HOJE

Chacina de Vigário Geral, no Rio, completa 22 anos

A ONG iniciou sua atividades em 1992 para promover fetas de reggae: ...
Tudo teve início com a realização de uma festa de reggae, que aconteceu na seqüência de uma série de festas de funk que José Júnior, atual Coordenador Executivo do GCAR, vinha  organizando desde 1992. Como, nesse mesmo ano, o funk tinha se tornado um ritmo proibido nas festas e bailes do Rio devido ao controverso arrastão da Praia do Arpoador houve a exigência de uma mudança. Essa mudança deu certo, não apenas porque a festa foi um sucesso, mas também porque levou à politização do grupo e motivou a realização de uma segunda festa: a Iª Rasta Reggae Dancing, que reuniu pessoas dos locais mais distintos como Baixada Fluminense, Zona da Leopoldina, Zona Sul e Zona Oeste..."

Mas repita mil vezes esta história do vídeo abaixo e surge uma versão incontestável de uma "verdade" em que a própria mídia passa a crer. 





Reprodução do Extra online



O coordenador do AfroReggae, José Júnior precisa mais do que nunca se explicar. Primeiro pelo padrão de vida que leva. Segundo a revista Alfa publicou, José Júnior só viaja de avião na classe executiva, não na econômica, e circula a bordo de um carrão, um Land Rover Freelander 2, avaliado em R$ 140 mil. Além disso afirma que por ser amigo de políticos tem acesso a muitas grifes caras como Reserva, Osklen, Adidas e Evoke. Como assim? 

Mas o que mais chama a atenção é a sua defesa do traficante Elias Maluco. Vejam a reprodução abaixo. 




Reprodução do Extra online


Quer dizer que Elias Maluco agora é inocente? Me poupe José Júnior. Ele diz que é “amigo pra c....” do bandido. Só assim para justificar essa absurda defesa. Na verdade José Júnior se for investigado a fundo tem muito que se explicar, a começar pela fuga dos bandidos do Alemão. Ele foi enviado por Cabral para – segundo ele - dar prazo aos traficantes se renderem, mas todos sabem que o que aconteceu foi a fuga em massa logo depois do “acerto” com o coordenador do AfroReggae. 

Mas agora pasmem, o AfroReggae só no ano passado recebeu através de convênios, a maioria com os governos Cabral e Paes, R$ 20 milhões. O MP deveria fazer uma auditoria nessas contas, mas uma coisa é certa, José Júnior está levando vida de rei. 



José Júnior, de camisa preta do AfroReggae e mais atrás de camiseta preta com a mão na cabeça, o irmão de Marcinho VP, que não queria aparecer, no dia da ocupação do Complexo do Alemão




http://resistenciacristaj.blogspot.com.br/2013/05/acusador-do-pr-marco-pereira-jose.html#comment-form


Escola com Criança Esperança e AfroReggae é a pior do Rio. É óbvio: criança precisa aprender matemática; ela já sabe bater lata

Escola boa ministra português, matemática, ciências etc, num ambiente de disciplina, de ordem, em que o professor ensina, e o aluno aprende. Trata-se de uma obviedade, de uma tautologia. Mas esse conteúdo tem de ser repetido dia após dia porque poucas áreas estão tão sujeitas à feitiçaria entre modernosa e esquerdopata como a educação. As crianças são pilotos de prova de ONGs que nem sequer são especializadas na área. A reportagem abaixo é um tanto chocante, especialmente porque toca numa das vacas sagradas dos descolados do morro e do asfalto: a tal AfroReggae. Estamos diante de um daqueles casos em que se pode até chutar o traseiro de Jesus Cristo, mas não ouse questionar o “intelectual” e “pensador” José Jr, o chefão da ONG. Ele opinou até sobre os assassinatos no Pará…
Sabem por que a escola em que funcionam o Criança Esperança e o AfroReggae é a pior do Rio? Eu explico: criança precisa aprender português, matemática e ciências. Ela não precisa aprender a bater lata e a dançar. Isso ela faz sozinha, sem a ajuda do professor. Experiências como a que há lá só servem à exibição turística e contentam a tese de alguns descolados. Escola não pode ser campo de concentração, mas também não é clube de recreação. A inversão de valores é tal no Morro do  Cantagalo, como vocês verão, que há alunos por lá que acham tudo uma maravilha; só a escola é que atrapalha um pouco…
Por Raphael Gomide:
O Complexo Rubem Braga, no Morro do Cantagalo, em Ipanema, abriga o Espaço Criança Esperança, da Rede Globo, o AffroReggae, o projeto Dançando para não Dançar e o Ciep Presidente João Goulart, da Secretaria Municipal de Educação. Já visitaram o local, inúmeras vezes, o prefeito Eduardo Paes, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral. A primeira-dama da França, Carla Bruni já esteve no complexo, que recebe visitas diárias de turistas estrangeiros. O conjunto de favelas Cantagalo/Pavão-Pavãozinho recebeu R$ 71 milhões em obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um elevador panorâmico que virou ponto turístico e uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), instalada em 2009.
Paradoxalmente, apesar da permanente atividade cultural, da estrutura, da projeção e da atenção política, a escola municipal de Ipanema foi a que teve pior desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre as 970 avaliadas da rede municipal do Rio, 1,8 nos anos finais do Ensino Fundamental. No ano anterior, a nota havia sido 3,7. Na Prova Rio, feita em 2010, o resultado também foi ruim: 3,6, deixando a João Goulart em 683º, ainda no pior terço das escolas municipais. Nos anos iniciais do Ideb, resultado também decepcionante: é a segunda pior nota, 3,1, entre os colégios do município; no Ide-Rio (Índice de Desenvolvimento de Educação Rio), teve a 960ª posição, com 3,4.
“Os professores não passam muito as coisas. Não me surpreende em nada essa nota. É ruim. Os alunos não prestam atenção, por isso não sabemos nada. Os professores saem da sala quando os alunos estão fazendo bagunça. Só às vezes tem dever de casa. A aula é boa, mas os alunos bagunçam. Depois da refeição, todo mundo joga tangerina, fruta, um no outro, jogam comida debaixo da mesa, pegam a colher e a fazem de catapulta para jogar arroz…”, conta Joice Santos.
A entrada da João Goulart é uma porta de vidro, ladeada por uma bandeira do Brasil em um mastro. Dali, vêem-se uma escada com corrimão e, à direita, andaimes, carrinhos de transporte de material de obra, uma escada desmontável e tapumes – provavelmente restos de uma obra recente. A cinco metros da porta da escola está o projeto Criança Esperança, da Rede Globo; a outros 10 metros, o projeto Dançando para não Dançar; no andar de baixo, o grupo cultural Affroreaggae. Na sexta-feira (29), um grupo de cerca de 30 estrangeiros estava no local, rotina quase diária desde a instalação do elevador.
Caroline Corrêa, 14 anos, estudou na escola João Goulart até a 3ª série, mas saiu porque “não estava aprendendo nada”. Foi para a Escola Municipal Roma, uma das mais bem colocadas no município, com Ideb de 5,4 nos anos finais, o triplo da nota do ex-colégio. “É muita diferença”, disse Caroline.
“É curioso, mas nem tão surpreendente. Há muito preconceito no Brasil, muita desigualdade. O governo não está nem aí para a educação. Se a economia está bem, então está tudo ótimo. Mas educação é chave para um país. Parecem estar fazendo o mesmo que a Austrália: evitam educar os aborígenes para não perderem poder”, disse Ruth Hienna, de origem afro-aborígene.
A secretária de Educação, Cláudia Costin, afirmou ao iG que o mau resultado da João Goulart, divulgado em julho de 2010, também deixou todos no órgão “chocados”, por conta do “ambiente cultural rico” que cerca a escola. A secretaria mudou a direção e a coordenação pedagógica da escola este ano e instituiu uma série de programas de reforço e estendeu o horário de funcionamento para sete horas diárias.


Por Reinaldo Azevedo





http://ondeoventofazacurvalagoinha.blogspot.com/2010/07/o-comandante-geral-da-pmerj-fala-sobre.html

http://ondeoventofazacurvalagoinha.blogspot.com/2011/03/injustice-that-must-be-corrected.html