"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

A saga das vítimas e testemunhas – por Jorge Lordello.

Muitos operadores do direito tratam (na gíria) as pessoas que podem colaborar para elucidação de um delito como “tristemunhas”, pois, muitas vezes, numa pressão terrível, ao prestar depoimentos, na polícia e em audiências no fórum, ficam frente a frente com perigosos bandidos. Com receio de represálias, muitas vítimas e testemunhas preferem dizer que não se recordam ou que não reconhecem os acusados. Em virtude desse tipo de atitude, muitos réus culpados são libertados e grande parte deles volta a cometer crimes, apostando na impunidade. Tanto é verdade, que diversos juristas chamam a prova testemunhal de “prostituta das provas”. O escritor Afonso de Carvalho menciona que “a testemunha que depõe em juízo realiza uma destas hipóteses: ou quer dizer a verdade e acerta; ou quer dizê-la e se engana; ou é indiferente, não tem intenção de mentir, mas também não se importa que acerte ou erre; ou, enfim, quer enganar”. Se, porventura, qualquer vítima ou testemunha for coagida ou exposta a grave ameaça, em razão de colaborar com investigação ou processo criminal, deve se socorrer da lei 9.807/99 e procurar imediatamente o Delegado de Polícia que conduz a investigação, o representante do Ministério Público ou o Juiz responsável pela instrução criminal e solicitar inclusão no “Programa de Proteção”, criado pela citada legislação federal. Dependendo da gravidade das ameaças, a vítima poderá ter escolta policial, transferência de residência, ajuda financeira, apoio psicológico e até alteração do nome para despistar seus algozes.
Dr. Jorge Lordello  

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