"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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segunda-feira, 16 de julho de 2012

UM LUGAR CHAMADO LAGOINHA ELEIÇÕES 2012 0001









AS VÉSPERA DAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, UM FLAGRANTE DE ABANDO A TODA UMA POPULAÇÃO DO BAIRRO LAGOINHA, NOVA IGUAÇU RJ










domingo, 15 de julho de 2012

Essa a Band Não mostrou...

Obra da prefeitura causa transtorno (Nova Iguaçu RJ) .



ALOMA MARIA
Foto: Marco Antonio Oliveira



Revolta, indignação e tristeza são sentimentos que tomam conta do interior de cada morador da Rua Doutor Luis Guimarães no bairro Caiçara, em Nova Iguaçu, especialmente o morador Farnese Neves, que teve sua casa invadida pela lama e barro devido à tempestade da ultima quinta-feira. Segundo ele, tudo começou após o início de uma obra de escoamento de água da subprefeitura. “Antes dessa obra nunca havia entrado água na minha casa. Há um mês aconteceu à mesma coisa e desta vez perdi todos os meus móveis. Não tenho onde dormir. Ontem, eu e minha mulher, que está grávida de 5 meses tivemos que dormir dentro do carro”, indignou-se Farnese.Farnese e sua esposa Adriana são inquilinos da senhora Ana Lúcia, que afirmou nunca ter visto algo parecido. “Sou nascida e criada aqui, e, realmente, isso nunca aconteceu. Até na minha casa chegou a entrar água. Infelizmente perdi um inquilino, pois não tem condições dele continuar aqui”, afirmou Ana Lúcia.
Segundo Neves, ele chamou o vereador Anderson Santos, autor da indicação da obra, para ver o estrago causado pela chuva e resolver seu problema, mas foi em vão. Farnese teria que entrar em contato com a prefeitura.
“Quero pelo menos ter um lugar para dormir. Não dormirei com minha mulher todos os dias dentro de um carro. Se mandassem um caminhão para retirar os móveis que sobraram seria um alívio. Ganho um salário de 500 reais e não tenho como comprar todos os móveis sempre que chover”, disse Neves.
No local estava o coordenador da Subprefeitura, que não quis se identificar para o JH. “O apoio deve vir da prefeitura. Estamos aqui em parceria. Todos os dias “batemos em sua porta” a procura de recursos para agilizar o término da obra, mas não é algo fácil de conseguir. Essa chuva nos pegou de surpresa. A rua doutor Luis Guimarães melhorou muito, pois antes nenhum carro passava por aqui”, afirmou o não identificado ‘coordenador’. 






Cinco cidades da Baixada têm mais de 50% da população sem instrução, apontam números do IBGE



Valeriana Lopes dos Santos, com as duas filhas, que estudam num colégio municipal em Japeri Foto: Cléber Júnior/ Extra
Lucineia Rocha, moradora de Japeri, parou de estudar há 29 anos e só sabe escrever o próprio nomeFoto: Cléber Júnior/ Extra
Cíntia Cruz
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Dados do Censo 2010, do IBGE, revelam uma triste realidade na Baixada Fluminense: em cinco cidades, mais de 50% da população com mais de 10 anos não tem instrução ou não completou o ensino fundamental. Japeri lidera o índice: possui 58,33% da população nessa situação. Guapimirim, Queimados, Belford Roxo e Magé são outras cidades na ponta do ranking. A que está em melhor situação é Nilópolis, com índice de 35,19% .
Dois quilômetros e 30 minutos de caminhada. O percurso diário é feito pela dona de casa Valeriana Lopes dos Santos, de 32 anos, toda vez que vai levar ou buscar os filhos Lenon, de 7 anos, e Kaio, de 10, na escola municipal do bairro Delamare, em Japeri. Valeriana não quer para os filhos o futuro que teve: ela interrompeu os estudos aos 15 anos.
- Estudei até a quarta série porque casei. A vida de dona de casa não ia me deixar tempo para estudar.
Valeriana vive ainda com outros dois filhos e com o marido, servente de obras desempregado, numa casa no bairro Belo Horizonte.
- Os mais velhos, de 12 e 15, já vão sozinhos à escola. Mas antes eu levava. Não quero que parem de estudar para que eles não passem o que eu passei. Tudo na vida é o estudo. É importante.
Para ela, a distância é o motivo da evasão escolar.
- Acho que as pessoas param porque a escola é longe. Tudo é longe.
Políticas de educação são urgentes
Para o presidente do Instituto Alfa e Beto, João Batista Oliveira, a melhor estratégia para evitar números altos de população sem instrução é o combate à evasão escolar.
- O que deve assustar não é o que está fora da escola, mas quem está dentro. A preocupação é manter crianças e jovens o maior tempo possível numa escola boa.
Bertha do Valle, professora da Faculdade de Educação da Uerj, diz que as políticas de Educação são urgentes.
- Tem muita coisa a ser feita. O que não justifica é o índice altíssimo de analfabetismo. As políticas municipais têm que ser revistas.
Em nota, a Prefeitura de Japeri informou que identifica esses dados e que tem realizado ações como controle diário da frequência dos alunos. Já o secretário de Belford Roxo, Hélio Ricardo Porto, anunciou para o segundo semestre o Programa Nacional de Erradicação do Analfabetismo, que deverá atender 3.750 pessoas. Magé e Queimados também informaram que preveem políticas contra o analfabetismo. Leia abaixo todas as notas na íntegra. A secretaria de Educação de Guapimirim não foi não foi localizada.
Embora tenha reduzido em quase 30 pontos percentuais o total de pessoas nesse grupo, Japeri lidera a estatística desde o Censo de 2000, quando chegou a ter 89,55% da população nessa situação. A diarista Lucineia da Rocha, de 41 anos, que mora com os dois filhos e três netos, também interrompeu os estudos, mas foi há 29 anos. Ela não chegou a cursar sequer um ano numa escola particular, da qual nem se recorda.
- Com a morte da minha mãe, não tinha quem pagasse. Não estudei mais.
Só os netos de Lucineia estudam. Uma das filhas, de 24 anos, interrompeu os estudos na 8ª série, com 16. Já a outra, de 19, parou aos 15 anos.
- Eu só sei escrever o meu nome. Entrei na escola com 12 anos e saí logo depois. Quando vou lá para baixo (Centro do Rio) trabalhar, fico perdida. Sempre vou de carona com um sobrinho meu - lamenta a diarista.
Nota da prefeitura de Queimados
O município de Queimados realiza, desde 2008, o Programa Brasil Alfabetizado (PBA), em parceria com o MEC, voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos. O programa é uma porta de acesso à cidadania e o despertar do interesse pela elevação da escolaridade bem como visa diminuir os índices de analfabetismo em nosso município. O Brasil Alfabetizado é desenvolvido em todo município com o atendimento prioritário as áreas de maior incidência de analfabetos, nos horários noturno e diurno. A Secretaria Municipal de Educação já realiza estudos para ampliação deste atendimento possibilitando mais oportunidade de acesso ao ensino. Desde o início do programa o município de Queimados, através da Secretaria Municipal de Educação formou 1.630 alunos com o programa.
O município de Queimados também realiza, desde 2000, o atendimento com a Educação de Jovens Adultos. O atendimento que o município oferece nesta modalidade de ensino contempla todos os anos de escolaridade do Ensino Fundamental no atendimento a jovens a partir de 15 anos completos, adultos e idosos no horário noturno. A Secretaria Municipal de Educação também realiza estudos e planejamento para ampliação deste atendimento, com meta de também oferecer este atendimento no diurno, possibilitando mais oportunidade de acesso de escolaridade aos nossos munícipes. Este ano a Secretaria Municipal de Educação atende 1.300 alunos na Educação de Jovens Adultos.
Nota da prefeitura de Japeri
A Prefeitura de Japeri, através da Secretaria de Educação e Cultura informa,
Japeri identifica esses dados e reconhece que se trata de um processo histórico de exclusão social, e a isto está associado algumas mazelas provenientes deste processo,que precisa ser revertido com ações de curto e longo prazo.
A SEMEC com os programas e recursos enviados pelo Governo Federal, procura extrair o máximo de proveito desses investimentos priorizando a Educação Continuada dos Profissionais de Educação.
O principal objetivo das formações é refletir sobre as mudanças necessárias e imprescindíveis para garantir a aprendizagem do aluno e a sua permanência na escola.
Esta permanência se dá através do controle diário da frequência, parceria com a Secretaria de Assistência Social no atendimento prioritário aos alunos da Rede Municipal, no PETI ( Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), entre outros.
Somente no ano de 2012, os professores e profissionais da Educação de todos os segmentos já participaram de diversos cursos entre eles: Dificuldade de Aprendizagem, Métodos de Avaliação, Construção de Gêneros Textuais e Aprendizagem Significativa.
A Secretaria Municipal de Educação, acompanha os índices através dos indicadores oficiais do governo federal e estes serviram de base para os projetos implementados na Rede.Inclusive foi através dos indicadores do IBGE que elaboramos o Projeto Político Pedagógico e as metas de curto, médio e longo prazo no fortalecimento da alfabetização no município.
Como meta de curto prazo temos investido no acompanhamento in loco das turmas com baixo rendimento, realizando ações de intervenção imediata de formação com os professores, com oficinas práticas nas próprias escolas.
Outra ação de curto prazo desenvolvida são os projetos de Leitura elaborados pelas unidades escolares, o compromisso da leitura diária,até mesmo para os bebês que frequentam as creches além da oferta de EJA diurno para aumentar a possibilidade de acesso ao ensino .
As metas de médio alcance são o investimento em formações onde direcionamos os temas conforme as análises realizadas constantemente pelo Departamento Pedagógico. Um exemplo disso, foi a analise dos indicadores do IBGE de uma quantidade expressiva de negros e pardos no município. Baseados nestes dados, elaboramos através do Núcleo Étnico, um programa de Vídeo debates, “Nas Asas da Igualdade”onde profissionais da Secretaria de Educação, capacitados na área, desenvolvem com os alunos de segundo segmento discussões sobre racismo e preconceito.
Outro exemplo de conectividade da Secretaria com a realidade é que com a advento da Rio Mais Vinte e com a crescente preocupação ecológica, a Secretaria de Educação em parceria com a UERJ, está capacitando profissionais para trabalhar a implementação da Agenda 21 Escolar e também elabora projetos de Educação Ambiental e Agrícola onde uma das ações a ser implementada é o reflorestamento da mata ciliar do Rio Guandú próxima às escolas municipais.
Outra meta de médio prazo no fortalecimento das ações de Alfabetização que estabelecemos é o Projeto de Leitura, que a Secretaria de Educação realiza com estagiários da Rede Estadual, visitando as escolas e promovendo a leitura deleite através da contação de histórias.
De longo prazo temos a futura adesão ao Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa que inclui além das formações, apoio técnico e financeiro do MEC, uma bolsa para orientadores de estudo e professores alfabetizadores nos termos da lei 11.273/2006.
Nota Prefeitura de Magé
A Secretaria de Educação nos informou que tem se informado e acompanha os índices divulgados e que envolvem a situação do município. Como a nova gestão assumiu a área em agosto, teve que seguirbo planejamento pré estabelecido para este ano e válido até o mês de agosto/setembro.
Sendo assim, o órgão já estse mobilizando para a realização do planejamento educional para ser implantado em Magé no próximo ano e que já prevê a inclusão de políticas voltadas para o problema do analfabetismo.
Nota Secretaria estadual de Educação
Segundo a LDB, a oferta da alfabetização, bem como da Educação Infantil, é de responsabilidade dos municípios. A rede municipal de Japeri, por exemplo, atende 8.379 alunos nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Neste ano, a Secretaria de Estado de Educação não oferece mais essa etapa de escolaridade no município. As unidades escolares desse segmento já foram municipalizadas em 2011. No entanto, a Seeduc está atenta aos índices divulgados e tem trabalhado no sentido de acompanhar, incentivar e fortalecer políticas de promoção e universalização do ensino na Educação Básica. Nesse sentido, o Governo do Estado, por meio da Seeduc, vai aderir ao Programa Nacional de Alfabetização na Idade Certa, do Ministério da Educação, que tem como objetivo a alfabetização em Língua Portuguesa e Matemática, até o 3º ano do Ensino Fundamental, de todas as crianças das escolas municipais e estaduais urbanas. O Estado deverá fomentar, coordenar e operacionalizar a adesão dos municípios, entre outras atribuições. Além disso, acompanhará o trabalho nas redes municipais. A proposta contempla ações de incentivo à leitura de literatura infantil, formação continuada dos professores de educação infantil e dos primeiros anos do ensino fundamental, acompanhamento pedagógico em salas de aula e estratégias para promover a participação das famílias em projetos de leitura. A formação continuada será presencial, ofertada para todos os docentes das classes de alfabetização, no período de 2013/2014, com apoio das Universidades responsáveis pelo PROLETRAMENTO.Paralelamente, Secretaria de Estado de Educação participa do Programa Brasil Alfabetizado, atuando, em 2012, em unidades prisionais, quilombos e aldeias indígenas. Ao todo, são 921 alunos atendidos em 9 municípios neste ano (Prisional: Rio de Janeiro, Niterói, Itaperuna, Japeri, Magé, Volta Redonda e Campos dos Goytacazes / Quilombo: Campos dos Goytacazes / Indígena: Paraty e Angra dos Reis). A duração é de 8 meses de estudos. Na Baixada Fluminense, são 13 turmas em Japeri, e cinco turmas em Magé, com cerca de 15 alunos cada.


Meninas de Nova Iguaçu chegam ao 9º título consecutivo no basquete

As campeãs do Lisam posam para a foto do título ao lado do professor João Luiz Gomes Foto: Ari Gomes / Extra



Campeão do basquete por nove anos seguidos, o Lisam, de Nova Iguaçu, se firma a cada edição como grande potência na categoria livre não federado feminino do Intercolegial. A escola venceu por 33 a 12 o poderoso Colégio Santa Mônica (CSM) na decisão, realizada no ginásio do Colégio Pedro II, no bairro de São Cristóvão.

O técnico do Lisam, João Luis Gomes, fez questão de exaltar a dedicação de suas alunas para chegar ao topo do pódio:

— O mérito é delas, que se dedicam e treinam todos os dias. Nós temos parcerias com algumas escolas públicas da região e damos bolsas de 100% para as melhores. Contamos com 250 crianças, sendo 28 bolsistas, treinando com a equipe de basquete.

O Lisam também conquistou o bronze na categoria jovem masculino.

Mais três escolas da Baixada ainda venceram as disputas pelo terceiro lugar do basquete 2012.

Com placar de 43 a 19 sobre o Triângulo, o Loide Martha, escola de Caxias, faturou o bronze na categoria livre masculino.

Superação

O tradicional Gonçalves Dias, de Nova Iguaçu, superou por 23 a 4 o ADN Master na jovem feminino.

Na livre não federado masculino, o Abeu, de Belford Roxo, ganhou por 39 a 21 o Elpídio da Silva.

Nas decisões pelo ouro, o CSM faturou as três categorias masculinas (livre; livre não federado; e jovem).

ADN Master e Escola Municipal Álvaro da Fonseca foram os campeões da livre feminino e jovem feminino, respectivamente.




sábado, 14 de julho de 2012

190 no Ar - Documentário sobre ocupação do Alemão


Ex-comandante da PM que ocupou Alemão
compara operação com Guerra de Canudos

Em livro, coronel Mário Sérgio conta os bastidores da ocupação do conjunto de favelas

Em livro, coronel Mário Sérgio conta os bastidores da ocupação do conjunto de favelas




mario sergio
Mário Sérgio comandou a PM durante a ocupação do Alemão





Às 9h20 do dia 28 de novembro de 2010, o então comandante-geral da PM decretava a tomada do Complexo do Alemão em uma operação histórica: “Trouxemos a liberdade para Alemão”.
Dez meses depois de ser exonerado durante crise provocada pela prisão de um comandante acusado de ser o mandante da morte da juíza Patrícia Acioli, o coronel Mário Sérgio de Brito Duarte lança, na próxima segunda-feira (23), o livro Liberdade para o Alemão – O Resgate de Canudos, em que revela os bastidores da operação contra o quartel-general do tráfico de drogas no Rio. 

Atual secretário de Políticas Públicas de Segurança do município de Três Rios, no Sul Fluminense, o ex-01 da PM e que já esteve à frente do Bope (Batalhão de Operações Especiais), fala ao R7 sobre os bastidores da ocupação e faz uma autoavaliação de sua gestão à frente da corporação.

— Duque de Caxias sofre porque durante anos não aumentamos efetivo dos batalhões da baixada. Eu assumo as minhas falhas. Uma delas foi não conseguir dar efetivo para os batalhões da baixada, São Gonçalo e Niterói, por exemplo.
Leia a seguir a entrevista:
R7 - De que trata o livro?
Mário Sérgio de Brito Duarte - O livro se passa na semana que vai do dia 22, quando o secretário de Segurança me ligou para falar dos ataques que traficantes promoviam na cidade, ao dia 28, quando ocupamos o Complexo do Alemão. Usei os personagens reais e procurei ser o mais fiel possível à realidade. É uma história de bastidores, em que revelo as conversas entre autoridades, o clima nas forças policiais dentro dos quartéis, do palácio Guanabara, as com o secretário de Segurança, com o governador. Falo da guerra, dos momentos de conflitos, das brigas que tivemos na hora do combate.

R7 - Outras favelas já haviam sido ocupadas e pacificadas. Como surgiu a ideia do livro?

Mário Sérgio de Brito Duarte - A ideia de escrever sobre o processo de pacificação das favelas já existia, mas talvez daqui a uns cinco anos, até porque a previsão de ocupar o Alemão era pouco antes da Olimpíada, em 2016. Mas o tráfico nos ofereceu a janela de oportunidade com aqueles ataques e a gente não podia desperdiçar. Eu recebi ligações dos comandos das PMs de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, todos colocando equipamentos à disposição do Rio. O Brasil se uniu. Assim que houve a tomada, eu escrevi 80 páginas em menos de um mês. Depois, por falta de tempo, escrevi mais 80 páginas em um ano.

R7 - Como se deu a decisão de invadir os complexos do Alemão e da Penha?

Mário Sérgio de Brito Duarte - Era uma quarta-feira e eu estava almoçando com o governador, o vice-governador, o chefe da Casa Civil, o secretário e o subsecretário de Segurança e o ex-chefe de Polícia Civil no palácio Guanabara. Durante a conversa, recebo uma ligação do coronel Álvaro, que era o chefe do Estado-Maior da PM. Ele estava com raiva porque estava no entorno da Vila Cruzeiro e ouvia pelo rádio os traficantes debochando e xingando os policiais. Ele me pediu autorização para invadir a Vila Cruzeiro. Eu disse que estava autorizado e todo mundo me olhou. Eu me dei conta da gravidade da situação e disse ao governador que, caso ele achasse que não poderia entrar, eu desautorizaria o Álvaro. O governador então perguntou ao secretário Mariano, que autorizou a entrada.

R7 - Mas não houve nenhuma argumentação. Alguém se opôs?

Mário Sérgio de Brito Duarte - Ninguém foi contra, mas o governador me perguntou como estavam os meus blindados. Eu disse a ele que estavam gastos, sofridos, mas que iríamos entrar assim mesmo. O governador disse assim: 'Espera aí que eu vou arrumar blindados para você'. Como assim? De um dia para o outro? Eu vinha pedindo blindados há um bom tempo e era difícil. Às 18h, um almirante me diz que estava a caminho do Rio com os blindados e que chegaria por volta de 1h da madrugada. Tomei um susto.

R7 - O título do livro faz uma referência a Canudos. Qual é a relação que o senhor estabeleceu com a ocupação do Alemão?

Mário Sérgio de Brito Duarte - Não é exatamente a mesma coisa. Seria uma bobagem histórica traçar paralelo tão idêntico, mas Canudos era um conglomerado pobre, de extrato social pobre e que estava em armas. No Alemão, só os traficantes estavam armados, a população não. Em Canudos, todos estavam armados. Havia ambientes ideológicos. Em Canudos, era de caráter messiânico. No Alemão, havia um ambiente de dominação psicológica, mas através da ideologia da facção criminosa, que dominava a população pelo medo. Havia um cerco militar nos dois lugares. Em Canudos, houve um banho de sangue. No Alemão, havia expectativa de um grande banho de sangue. Foi como se o acaso, a sorte ou o destino tivesse nos dado a possibilidade de estar frente a frente com Canudos, só que, em vez de a gente destruir Canudos, a gente libertou Canudos.

R7 - O Alemão e a Penha receberam UPPs recentemente. Em algumas comunidades ainda há problemas. A PM falhou?

Mário Sérgio de Brito Duarte - Não penso em falhas. Essas áreas estiveram sob domínio de armas e subjugação da população há pelo menos 20 anos. Você não desconstrói isso de uma hora para outra. Isso precisa de tempo. Vai haver ajustes, mais efetivos e o Bope vai atuar nas áreas onde há problemas. O que é real é que não existe mais domínio do traficante com o seu fuzil dizendo que o Estado não entra aqui. Uma vez um traficante disse: 'O Estado é nós'. E isso acabou.

R7 - O aumento de crimes em áreas sem UPPs é atribuído à migração de traficantes das áreas pacificadas. Faltou planejamento?

Mário Sérgio de Brito Duarte - As UPPs permitem a prisão dos criminosos fora de um ambiente de guerra, com balas perdidas ferindo inocentes. A migração sempre existiu. Alguns traficantes saíram de suas áreas e foram pra outras. Isso é uma realidade. É preciso desconstruir, no entanto, a ideia de que houve uma migração em massa. Uma área não ficou pior por uma maciça migração. Duque de Caxias sofre porque durante anos não aumentamos efetivo dos batalhões da baixada. Eu assumo as minhas falhas. Uma delas foi não conseguir dar efetivo para os batalhões da baixada, São Gonçalo e Niterói, por exemplo.

R7 - Qual é o maior desafio da Polícia Militar?

Mário Sérgio de Brito Duarte - Você me fez uma pergunta difícil. Internamente, melhorar a imagem da corporação é uma necessidade. Correição, pauladas nos nossos, expulsão, isso não falta. A gente bota 200 homens na rua por ano. A PM exclui e expulsa muito, mas ainda tem muita gente envolvida com extorsão, tráfico de armas, jogo do bicho... Ainda tem muita gente envolvida com coisa errada, mas tende a diminuir, porque a vigilância é muito grande. Até políticos estão sendo monitorados, com escutas telefônicas. Para o Estado, eu penso que o desafio é avançar e consolidar a pacificação, além de aumentar os efetivos dos batalhões.
ocupação-alemão
Imagem registrada durante a ocupação do conjunto de favelas do Alemão em novembro de 2010 (Foto:Antonio Scorza/AFP)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

RJ: com dez candidatos na disputa, Nova Iguaçu tem eleição acirrada



O cantor gospel e ex-candidato ao senado em 2010, Waguinho (PCdoB), é um dos pretentes à prefeitura de Nova Iguaçu. Foto: Assessoria/ Divulgação


O cantor gospel e ex-candidato ao senado em 2010, Waguinho (PCdoB), é um dos pretentes à prefeitura de Nova IguaçuFoto: Assessoria/ Divulgação

A disputa pela prefeitura de Nova Iguaçu (RJ), cidade a 28 km da capital fluminense, está acirrada. Com dez candidatos ao principal posto do executivo, o município que é conhecido por ser o reduto político do senador Lindberg Farias (PT) e é o 19º colégio eleitoral do país com 500 mil eleitores, está com a disputa aberta. Nenhum dos candidatos surge como unanimidade entre a população iguaçuana.

De acordo com o professor e cientista político da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marcus Ianoni, O primeiro turno das eleições em Nova Iguaçu será muito "fragmentado", seja pelas atuais forças políticas fragmentadas ou pelos partidos menores terem chance de eleger ao menos um vereador. Ianoni ainda ressalta que: "Uma das possibilidades, já no primeiro turno, e ainda mais no segundo, é o crescimento de uma candidatura de esquerda".

"São dez candidatos, o deputado Nelson (Bornier) do PMDB está quase garantido no 2º turno. Resta saber quem estará com ele.", disse o vereador Ferreirinha, ex-pré-candidato do PT, que teve sua candidatura retirada pelo partido para apoiar a atual prefeita Sheila Gama (PDT). Ferreirinha ainda reforça que o principal adversário de Sheila na disputa é o deputado federal Bornier.

Sheila Gama, que assumiu o mandato após Lindberg se licenciar do mandato à eleição ao Senado em 2010, também vê a disputa aberta. "A disputa é ampla, afinal, dez candidatos disputam o mesmo objetivo. Isto por um lado é bom já que todos os candidatos terão a oportunidade de apresentar as suas propostas" disse Sheila, que conta atualmente oito partidos em sua coligação PHS, PPS, PSC, PTC, PSL, PRTB, PTdoB e PSB, empatando com o PMDB.

Para Nelson Bornier, que já foi prefeito da cidade entre 1997 e 2002 e conta atualmente com apoio das legendas PP, PR, PSC, PSD, PTN e PSL, a disputa pela prefeitura não está aberta, uma vez que a presença do vice-presidente Michel Temer (PMDB) é dada como certa. "Tenho absoluta certeza de que o meu vice-presidente Temer estará conosco ao longo desta campanha. Na televisão, nos rádios e nos eventos de campanha", afirmou. "A eleição não está aberta. Pelos números das pesquisas que orientam nossa campanha, a população, o eleitor quer liquidar logo este processo eleitoral", completou.

Ianoni ressalta que "com a confirmação das candidaturas e o início do horário eleitoral é que, efetivamente, será dada a largada para a disputa eleitoral pela prefeitura de Nova Iguaçu". Mas, apresenta um possível cenário nestas eleições. "Creio que, havendo segundo turno, e se o Nelson Bornier conseguir manter o atual nível de intenção de votos em seu nome, uma aliança entre o bloco PDT-PT mais o PCdoB poderá ser forte oponente ao nome hoje na frente. Por outro lado, Bornier deverá contar com o apoio de pequenas legendas partidárias".


Críticas à atual gestão
A administração de Sheila é o principal alvo de críticas de seus rivais. Obras paradas, problemas na saúde, educação e saneamento básico dão os tons das críticas. Nova Iguaçu, cidade que em tupi-guarani significa "abundância de águas" sofre com a falta de água potável para a população, como revela o candidato do PV, deputado Xandrinho.



"A cidade está estagnada, parou a educação, a segurança e o desenvolvimento econômico. É inadmissível uma cidade do porte de Nova Iguaçu, com 1 milhão de habitantes, Uma cidade que tem o maior centro de tratamento de água do mundo, não ter água", afirma o candidato do PV.

Já Waguinho (PCdoB), vê como principal preocupação a falta de projetos na cidade e a ausência de comunicação com o governo federal. "O governo federal hoje apoia os grandes projetos e tem verba suficiente pra amparar os projetos. Nós vamos criar uma secretária de projetos", afirmou o candidato do PCdoB, que foi candidato ao senado em 2010 e teve 1,2 milhão de votos, mas não foi eleito.

Outro que criticou a gestão de Sheila é o candidato do DEM, Rogério Lisboa. Ele utiliza de sua experiência como secretário de obras durante o governo de Lindberg Farias para explicar o atraso nas obras da atual administração municipal. "Desde que a Sheila assumiu a gestão, a prefeitura entrou no CALC - uma espécie de SPC das prefeituras - e tirou todas as possibilidades de firmar convênios novos", explicou Lisboa. "Tudo com relação ao PAC ficou parado e novas obras", enfatizou o candidato.


http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2012/noticias/0,,OI5882163-EI19136,00-RJ+com+dez+candidatos+na+disputa+Nova+Iguacu+tem+eleicao+acirrada.html



Eleições 2012: Nova Iguaçu terá dez candidatos a prefeito nas eleições de outubro

Com o término do período das convenções partidárias no último dia 30 de junho, já podemos visualizar a quantidade de candidatos a prefeito em Nova Iguaçu nas eleições de outubro. 

Caso não haja nenhum problema com o registro de alguma candidatura, cujo prazo expira no próximo dia 05/07, serão nada menos que 10 prefeitáveis, conforme relação abaixo, em ordem alfabética:
Candidatos a Prefeito - Nova Iguaçu/2012

1. Emílio Araújo - PSOL
2. Marcos Fernandes - PRB
3. Nelson Bornier - PMDB
4. Renato Comerciário -PSTU
5. Rogério Lisboa - DEM
6. Sheila Gama - PDT
7. Waguinho - PCdoB
8. Walney Rocha - PTB
9. Xandrinho - PV
10. Zé Renato - PCB

http://blog-ferreirinha.blogspot.com.br/2012/07/eleicoes-2012-nova-iguacu-tera-dez.html