A ONU anunciou nesta sexta-feira a abertura de um inquérito sobre acusações de lesão corporal e tentativa de homicídio supostamente cometidas por soldados brasileiros no Haiti, em mais um incidente que abala a imagem da força internacional de paz no país.
Foto: AFP
Manifestantes no Haiti exigem retirada das tropas da missão da ONU; no cartaz lê-se: "Brasil + Chile = Ocupação"
A imprensa haitiana disse que vários soldados da Minustah (força da Organização das Nações Unidas no Haiti) agrediram duramente e deixaram à morte três jovens haitianos no começo dessa semana. "A missão está fazendo de tudo para estabelecer os fatos assim que possível", disse Farhan Haq, porta-voz da ONU, a jornalistas.
"(A Minustah) reitera sua política de tolerância zero a respeito dos desvios de conduta do seu pessoal, e irá examinar todas as acusações com a máxima seriedade", afirmou.
Não é a primeira vez que a Minustah é recriminada no Haiti. Muitos haitianos já exigiram a retirada completa dessa força devido às suspeitas de que soldados nepaleses da ONU teriam iniciado uma epidemia de cólera no país, ao contaminarem um rio com fezes. A acusação motivou violentos distúrbios no ano passado.
No começo desse ano, surgiram acusações de que soldados uruguaios teriam violentado sexualmente um homem.
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