"O fim do Direito é a paz; o meio de atingi-lo, a luta. O Direito não é uma simples idéia, é força viva. Por isso a justiça sustenta, em uma das mãos, a balança, com que pesa o Direito, enquanto na outra segura a espada, por meio da qual se defende. A espada sem a balança é a força bruta, a balança sem a espada é a impotência do Direito. Uma completa a outra. O verdadeiro Estado de Direito só pode existir quando a justiça bradir a espada com a mesma habilidade com que manipula a balança."

-- Rudolf Von Ihering

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Cubana mostra as dificuldades que enfrenta para sobreviver Gladys se queixa de que há dez anos espera tratamento no dentista e que não se sente à vontade para dar uma risada.

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Esta semana o Jornal Nacional apresenta uma série de reportagens especiais sobre a vida dos cubanos e como as mudanças na economia estão atingindo a ilha comunista. Nesta segunda-feira (26), os enviados especiais Giuliana Morrone e Alberto Fernandez mostram como é a vida no interior e quais as principais carências da população.
Aeroporto Internacional de Miami. Os passageiros com destino a Cuba chamam a atenção por causa da bagagem: comida, roupa.
As malas gigantescas são um jeitinho encontrado pelos cubanos para quebrar o embargo econômico. A proibição dos Estados Unidos de que empresas americanas vendam produtos em Cuba vai completar 50 anos em janeiro. O plástico de proteção é uma tentativa de evitar que objetos sejam roubados das malas na chegada a Havana. Os passageiros têm medo até de falar sobre a viagem.
“Não dou entrevista”, diz uma mulher.
Alguns despacham mais de 200 quilos, além da cota de duas malas autorizada pela companhia aérea.
Gladys é cubana, mas também tem cidadania europeia porque os avós eram espanhóis. Por isso, conseguiu autorização do governo cubano para sair do país por 90 dias. Foi para os Estados Unidos, trabalhou como empregada doméstica, juntou dinheiro, pagou o equivalente a R$ 800 pela passagem, mais R$ 800 por excesso de peso.
O Jornal Nacional acompanhou a viagem de volta para casa: 45 minutos de vôo que separam os dois mundos de Gladys.
O avião sobrevoa o território cubano. O país de 11 milhões de habitantes está há 52 anos sob um regime comunista – uma ditadura que passou pelo comando de Fidel Castro e agora está com o irmão, Raul Castro.
No ano passado, segundo o governo cubano, a taxa de desemprego foi de 2,5% - 80% trabalham para o estado. De acordo com um estudo da Universidade de Miami, o número de desempregados chega a 25% e a dívida do país é equivalente a 125% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de tudo que é produzido pelo país.
No Aeroporto de Havana, ela é recebida pela família. Gladys diz que as roupas que comprou para os filhos foram confiscadas. As malas mal cabem no carro, uma relíquia da indústria automotiva.
No caminho, uma raridade: vacas pastando. A carne bovina é escassa no país. O Código Penal prevê até dez anos de prisão para quem matar o animal sem autorização do estado, que controla tudo na ilha.
São quatro horas de viagem até o encontro de Gladys com parentes e vizinhos. Ela mostra como é a vida no interior de Cuba, onde mora com o marido e cinco filhos.
“Não tenho gás para cozinhar, nunca tive”, conta. Ela tem um fogareiro elétrico, mas falta dinheiro para pagar a conta de luz. “Gás apenas na capital”, completa.
Na capital, Havana, os moradores também se queixam.
"A situação está crítica", diz uma mulher.
Na pequena cidade do interior de Cuba, Gladys sente saudade dos tempos em que a antiga União Soviética financiava o regime de Fidel Castro. “Nos anos da União Soviética, vivíamos muito bem”, lembra.
Os filhos e vizinhos ajudam a abrir as malas e encontram comida. Gladys levou também remédios e um agrado: um pacote de café para o dentista dela.
Em um país em que o governo diz que o sistema de saúde é motivo de orgulho, com atendimento gratuito para todos, Gladys afirma: "Aqui, se você adoece, tem que levar um presente para o hospital. Caso contrário, não consegue atendimento".
Gladys se queixa de que há dez anos espera tratamento no dentista e que não se sente à vontade para dar uma risada. "Não sou tão velha. Se tivesse os dentes, estaria um pouquinho melhor", diz.

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